Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Culpa Não é da Igreja, Mas da Sociedade Pedófila


Ontem coloquei aqui no depósito a declaração do líder religioso iraniano Kazem Sedigh que disse: as mulheres que não se vestem de forma modesta levam os homens jovens ao mau caminho, corrompem a sua castidade e espalham o adultério pela sociedade. Isso, consequentemente, faz aumentar o número de terremotos.

Não é necessário ir tão longe para ouvirmos declarações medievais. O arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings lançou a seguinte pérola:

A sociedade atual é pedófila, esse é o problema. Então, facilmente as pessoas caem nisso. E o fato de denunciar isso é um bom sinal.(...)  Quando a sexualidade é banalizada, é claro que isso vai atingir todos os casos. O homossexualismo é um caso. Antigamente não se falava em homossexual. E era discriminado. Quando começa a (dizer) que eles têm direitos, direitos de se manifestar publicamente, daqui a pouco vão achar os direitos dos pedófilos.(...) A Igreja tem 0,2% de culpa  nestes casos, mas, ainda assim, os outros 99,8% não têm o mesmo destaqueue a Igreja. Acho que isso é uma forma de querer prejudicar a Igreja que promove a castidade.

Fonte: Zero Hora de hoje.

O mais grave da afirmação do nosso arcebispo não foi apenas colocar a culpa na "sociedade pedófila" dos deslizes de certos sacerdotes.  O pior é a manifestação de que  o homossexal não tem direitos, nem mesmo o direito de se manifestar publicamente.

4 comentários:

Fábio Mayer disse...

Discordo do padre apenas no que diz respeito aos homossexuais.

Porque a enorme maioria dos homosseuais simplesmente o é, sem incentivar ninguém a ser.

Mas a socieade sexista, que elegeu a beleza acima de tudo, que leva meninas a pedirem peitos de silicone no Natal (e os pais a darem) ou a garotos de 12 anos querendo aprender a usar camisinha, esta é, sim, um dos causadores da epidemia de pedofilia.

Abra as páginas de Playboy. Sempre há lá uma sessão destinada a "ninfetas" mulheres que, mesmo maiores de idadesm fazem poses e trejeitos de meninas para as fotos.

Vá a um show sertanejo: as letras das músicas incentivam a bebedeira, o sexo fácil, as meninas a se oferecer como carne e os rapazes s agirem feito animais no cio.

Enfim, o padre não está de todo sem razão. Ele foi injusto com os homossexuais, mas não está errado na percepção de que nossa sociedade está colocando as crianças em risco.

charlie foxtrot disse...

O problema não é a maior liberdade que existe, mas o moralismo de meia pataca que tenta nos arrastar para o passado.

Basta ler o comentário logo acima do meu. Se fosse usado em um pulpito, teria soado bastante natural.

Pablo Vilarnovo disse...

Eu tendo a concordar com o Fábio. Qual o problema com moralismo?
Hoje as crianças são submetidas a um sexualismo precoce que sim causa problemas. Não tem nada de "moralismo" nisso. É apenas constatação de um fato. E achar que isso não influencia é totalmente errado.

O que eu discordo é que o problema de pedofilia não é gerado por crianças e sim por adultos. Nesse ponto discordo um pouco do Fábio e muito do arcebispo.

Mas os maiores culpados em minha opinião são os pais que abdicaram de educar seus filhos e deixam isso para TVs.

Fábio Mayer disse...

Não tenho nada contra quem pensa em contrário.

É óbvio que não são as crianças que causam a pedofilia, mas sim o ambiente excessivamente sexista em que vivemos, que faz adultos desprovidos de neurônios pensarem que sexo é uma relação entre eles mesmos e um objeto, seja mulher, homem ou criança.

Tenho nojo de ver na praça em frente da minha casa, meninas de 12 anos sendo bolinadas e apalpadas por rapazes de 17, dançando o funk, o tchan e as vezes ouvindo letras sertanejas que incentivam a beber muito e a cair na vida.

Se isso é moralismo da minha parte, então tudo bem, sou moralista, não gostaria de ver um filho meu no meio dessa...escória, que em troco do lucro fácil joga as crianças no álcool, nas drogas, na paternidade precoce e na irresponsabilidade.

Não fui criado assim, prefiro ser tido como moralista.