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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Que Bom que o Serra é o 'Exterminador da Política Externa'


Marco Aurélio - toc toc - Garcia disse hoje que o candidato tucano José Serra é o "o exterminador do futuro da política externa" do país. , segundo o Uol.


Ontem, Serra disse que o governo boliviano, do esquerdista Evo Morales, "é cúmplice" do tráfico de cocaína para o Brasil.

Serra disse que: "É um problema de bom senso. Você acha que poderia entrar toda essa cocaína no Brasil sem que o governo boliviano fizesse, pelo menos, corpo mole? Eu acho que não", disse Serra, que definiu a afirmação sobre a suposta conivência do governo do presidente Evo Morales com o tráfico de drogas como "uma análise": "Eu não fiz uma acusação". A cocaína vem de 80% a 90% da Bolívia, que é um governo amigo, não é? Você acha que a Bolívia iria exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível. O governo boliviano é cúmplice disso. Quem tem que enfrentar esta questão? O governo federal."

Toc toc Garcia rebateu:  "O presidente Serra está tentando ser o exterminador do futuro da política externa. Ele quis destruir o Mercosul. Agora, quer destruir nossa relação com a Bolívia. O Mahmoud Ahmadinejad virou Hitler. Eu acho que talvez ele esteja pensando, na política de corte de despesas, em fechar umas 20 ou 30 embaixadas nos países nos quais ele está insultando neste momento", disse Garcia.


Não sei se Serra vai ganhar ponto com o eleitorado dizendo essas grandes verdades, mas comigo ele ganhou.
E vejam o nome do ministro da Presidência da Bolívia que reagiu às declarações de Serra:  Oscar Coca que disse: "Ele não tem nada que falar. Se possui provas, que as mostre, senão o cúmplice é ele", afirmou.

E a Colunista da Folha Eliane Castanhêde disse que essa declaração foi calculada por Serra. Não foi gafe, mas ato consciente e calculado. Abaixo.

Marco Aurélio é Toc Toc Garcia por isso aqui.

Ao contrário do que ocorreu quando falou atabalhoadamente contra o Mercosul, o tucano José Serra não cometeu uma gafe ao criticar o governo Evo Morales na Bolívia. Foi um ato calculado.



Certo ou errado, Serra seguiu uma estratégia de campanha e mirou tanto o eleitorado interno quanto o público internacional ao classificar o governo boliviano de "cúmplice" do tráfico de cocaína no Brasil.


Passou do ponto, mas foi uma contraposição à política externa de Lula e aos regimes "esquerdistas" da América do Sul, como os de Morales e de Rafael Correa (Equador) e de Hugo Chávez (Venezuela).


Isso, aliás, não é novidade. Em 2002, quando estava em busca de eleitores refratários à esquerda e perdeu a eleição para Lula, Serra já considerava Chávez "um retrocesso", como agora compara o iraniano Mahmoud Ahmadinejad a Hitler e Stálin.


Naquela eleição, a Embaixada da Venezuela reagiu à "campanha sistemática" do tucano contra Chávez. Desta vez, é improvável que a da Bolívia fique calada. O que abre a seguinte questão: e se Serra vencer, como serão as relações com os vizinhos?


Serra, porém, não está raciocinando diplomaticamente, mas sim eleitoralmente. Coloca-se ao lado do novo presidente do Chile, o empresário de centro-direita Sebastián Piñera, e estimula a simpatia de Chávez e Morales por Dilma Rousseff, do PT, com tudo o que significam.


Muito diferente, portanto, do escorregão ao expor sua birra contra o Mercosul, que considera "uma farsa" e "barreira" para acordos comerciais bilaterais do Brasil.


É o que ele acha, mas candidatos raramente podem ou devem dizer exatamente o que acham. Tanto que, depois, tentou dar o dito pelo não dito. Tarde demais. A Argentina, principal sócio no Mercosul, chiou. De um em um, o risco de Serra é virar uma ilha na América do Sul.

3 comentários:

guimas disse...

Aguardo ansiosamente declarações de Serra a respeito das relações do governo da Colômbia com o tráfico.

Do jeito que vai, Serra vai brigar até com o Papa.

E o blog aqui, assina embaixo destas besteiras. Coisa de cabecinha pequena, mesmo.

Serra está mostrando que está preparado a ser governador de São Paulo. Presidência é muita areia pro caminhãozinho dele.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Uma coisa é certa, Guimas, o Evo é cocaleiro. Defende os direitos dos cocaleiros e também não está muito interessado em reprimir o tráfico que cresceu em seu governo. Nada contra os cocaleiros, mas os traficantes compram coca deles para refinar. Isso é fato que mostra que existem sim interesses, como dizia o tio Briza.

O governo Uribe foi o que mais reprimiu o tráfico e as ações das FARC -- que também estão ligadas com o tráfico. Essas ligações de Uribe com traficante nunca ficaram completamente provadas. Se ele tem essa relação por que ele reprimiu o tráfico? É o mesmo da Yeda com o picareta do marido da miss, se a Yeda estava envolvida, porque o governo dela tirou ele do esquema? Não fecha, não tem lógica.

guimas disse...

"Se ele tem essa relação por que ele reprimiu o tráfico?"

Reveja. O tráfico continua operante lá. E há provas de que membros do governo participaram de milícias ligadas ao tráfico sim.

E, antes de criticar Evo superficialmente e irresponsávelmente, Serra deveria estar olhando para a cracolândia em SP. O consumo é o motor maior do tráfico. Muito conveniente colocar a culpa nos vizinhos, sem arrumar a casa.

Quanto à Yeda, Maia, o processo está correndo. Mas é bom ressucitares a velhinha de Taubaté para ela. Alguém tem que acreditar nela, não é mesmo?

"Não fecha, não tem lógica."

Tem toda a lógica do mundo. É só usar a cacholinha para outra coisa que não seja falar mal do PT.