Nada mais medieval do que um programa chamado "Voz do Brasil" que limita a opção. Isso mostra bem como este país tem muito para avançar.
Queixam-se que o trânsito está engarrafado - o motorista é obrigado a ouvir a "Voz do Brasil" - e se faz alarde que a venda de veículos novos está bombando. As financeiras anunciam financiamento para compra de carros novos de 60 meses. Em 5 anos esses carros serão carcaças, não haverá garantia e a tendência de inadimplemento desses contratos é enorme. Quem vai pagar essa conta?
O Brasil vai vivenciar em pouco tempo uma bolha automobilística.
A GM anunciou em Gravataí-RS a duplicação de sua fábrica. Chamem o Olívio Dutra para acabar com a festa.
Se o poder público, o estado cartorial brasileiro, desse ao povo que paga imposto (e as contrapartidas são pífias) transporte público decente, limpo e seguro, o número de carros particulares diminuiria consideravelmente.
Quanto tempo se fala em metrô em Porto Alegre e nas grandes cidades brasileiras, fora do eixo RJ e SP?
Aliás, a estação de metrô da Praça Osório em Ipanema no Rio de Janeiro está um espetáculo. Se eu fosse carioca e morasse no Leblon ( o melhor bairro do Brasil), Ipanema e Copacabana pegaria direto o metrô para ir e vir do centro.
Por que não existem ferrovias decentes no Brasil? Quanto tempo se fala em trêm-bala para ligar Campinas-São Paulo e Rio?
Nada disso sai do papel e fica no universo das idéias, porque existe, neste país, um lobby que compra o parlamento, os políticos e o escambau. Esse mesmo lobby financia campanhas eleitorais e tem interesses bem determinados. O Brasil precisa de reformas estruturais, de reforma política para acabar de vez com esse câncer que é o financiamento privado de campanha.
O PT vai fazer 8 anos no poder e o que fez com a reforma política? Não fez nada, porque lucra com o sistema atual.
E nenhum dos candidatos infelizmente vai fazer as reformas básicas que este país precisa. Infelizmente. Por isso temos de votar no menos pior.
Como disse o Eça: Os políticos e as fraldas devem ser trocados frequentemente e pelas mesmas razões.
Está na hora de mudar.
4 comentários:
O trânsito está ruim porque o Brasil experimenta indices de venda da automóveis parecidos com os dos EUA (embora com a ressalva, os americanos compram carros a preços de carroças brasileiras e nós compramos carroças a preço de BMW(s) e AUdis alemães), sem que as cidades estejam prontas ou pretendam se preparar para isso.
As pessoas vão de carro porque nosso transporte coletivo é péssimo em todos os lugares (inclusive Curitiba): ônibus hiper-mega-lotados, sujos, sujeitos a furtos e roubos, transitando por ruas esbracadas que tornam a viagem um inferno, e com tarifas altas.
E isso é irreversível, o carro custa caro mas sua manutenção custará cada vez mais caro também: os impostos sobre ele vão aumentar, as vagas gratuitas de estacionamento, idem, e s obrigaçoes acessórias também (seguro obrgatório, por exemplo)... a bolha automobilística vai estourar quando esse conjunto de fatores chegar no limite, o que está próximo de acontecer.
E em relação à reforma política:
Temo que fnanciamento público vire apenas mais uma forma de corrupção... e o financiamento privado vai continuar existindo do mesmo jeito.
Para consertar o Brasil, uma reforma passa necessariamente pela instalação do império da Lei, ou seja: punição exemplar para todos os delitos, desde os mais singelos, como jogar lixo na rua, até a corrupção organizada em quadrilhas... mas o nosso Judiciário não quer punir ninguém e justifica isso num formalismo obsessivo!
A questão é simples. Falasse em trem bala quando o que precisamos são trens comuns, confortáveis. quem não usaria um trem confortável entre Rio Grande e Porto Alegre, por exemplo? Não precisa ser uma hora de viagem. Pode ser três ou quatro, tendo um vagão restaurante, cabines para dormir... E porque o trensurb tem tarifas subsidiadas e o pessoal que usa ônibus não? Porque todos os metrôs são subsidiados e ônibus não?
já estava com vontade de voltar a ver por esse olhar sobre o mundo.
abraço, Carlos
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