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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 7 de junho de 2010

Perdendo a Batalha da Opinião Pública

Parentes e amigos de militante palestinos morto choram em hospital de Gaza. Foto de hoje.



Sei que hoje Israel matou 4 palestinos que navegavam na costa de Gaza. Não adianta mais, a batalha da opinião pública está perdida. O que é preocupante é essa aliança das forças da paz, do politicamente correto com o extremismo islâmico. O lulinha paz e amor com o troglodita do Ahmadinejad -- que já anunciou que vai escoltar os barcos "da paz humanitária" na faixa de Gaza. Os inocentes úteis sempre existiram e sempre existirão.

Sobre o assunto, artido de Cristohpher Caldwell publicado no Financial Times e na Folha de hoje. Recomendo.

Israel não tinha outra escolha a não ser parar navio


"Malfeito" e "estúpido" são os adjetivos que foram aplicados aos eventos da segunda-feira passada, quando soldados israelenses mataram nove passageiros e feriram inúmeros mais no navio turco Mavi Marmara.
A frota Gaza Livre, patrocinada por uma organização de caridade turca com laços com o radicalismo islâmico, tinha um objetivo humanitário: levar ajuda a Gaza. Mas como admitiram os líderes da frota, igualmente tinha um objetivo militar: quebrar o bloqueio a Gaza imposto por Israel em 2007.


Quando os participantes em um conflito borram a linha entre civis e combatentes, as boas opções desaparecem. Sob as circunstâncias, a ação não foi nem estúpida nem malfeita. Repeliu com sucesso um ataque às fronteiras de Israel, embora a custo consideravelmente mais elevado do que Israel desejaria.


Há um bloqueio a Gaza porque o Hamas, o partido islâmico que governa o território, quer Israel destruído. Nos últimos anos, foram lançados milhares de foguetes em cidades no sul israelense.

Pode-se discutir se o isolamento do Hamas é sábio, razoável, proporcional ou eficaz. Mas é outra questão se Israel tem o direito de reforçar um bloqueio numa zona de guerra.


As críticas ruidosas à ação israelense tendem a misturar os dois aspectos acima para dizer que porque a) o bloqueio israelense de Gaza é injusto, e b) os passageiros da frota se opõem ao bloqueio, consequentemente, c) no encontro entre Israel e os passageiros, Israel está errado, e os passageiros, certos.


Este é um ponto de vista ilógico e um modelo para a escalada da violência. Imagine o perigo se, na Guerra Fria, as organizações não governamentais do bloco soviético tivessem navegado pequenas frotas em águas dos EUA para protestar sobre o conflito racial americano.


Israel forneceu a evidência de que seus soldados estavam em perigo mortal quando chegaram ao Mavi Marmara -as imagens em vídeo de alta qualidade, que foram liberadas em horas. O governo mostrou que os passageiros trouxeram máscaras de gás e tinham pré-fabricado vídeos de propaganda.


O jornal "The Guardian" relata que três dos turcos mortos procuravam o "martírio" com a operação. Diversas fontes relatam ligações próximas entre o IHH, patrocinador da frota, e o Hamas.


SEM OPÇÕES


Mas as intenções daqueles no barco -se humanitárias, como disseram (publicamente) os organizadores, ou terroristas, como dizem os israelenses- não têm nada a ver com a justiça ou a injustiça da ação. Proteger fronteiras diz respeito à soberania, não a sentimento.


A intenção explícita dos ativistas em violar o bloqueio israelense torna quase certamente a posição precisa do barco menos importante.


A insistência, mesmo entre os aliados israelenses, na visão de que Israel se comportou de modo estúpido apoia-se na ideia de que havia outras opções. O jornalista americano Thomas Friedman e o escritor israelense David Grossman criticaram líderes de Israel por não atuar mais "criativamente".


Israel foi responsabilizado pelas ações de outros -particularmente, para a deterioração em seu relacionamento com a Turquia. Este ponto de vista é promovido cinicamente por Suat Kiniklioglu, um porta-voz do partido turco AK, que diz que o incidente "danificou irrevogavelmente as relações turco-israelenses em nível bilateral".


A deterioração das relações turco-israelenses ocorre desde que o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, trouxe o partido AK para o poder com a plataforma de tornar o país mais islâmico.


Não se pode reaver as boas graças do mundo muçulmano com atitude confiante, ou neutra, em relação a Israel. A hostilidade crescente da Turquia em relação a Israel é uma causa, não uma consequência, do incidente do Mavi Marmara.


A coisa mais alarmante da semana passada não foi o ataque. Foi a maneira como a opinião na internet ecoou a opinião dos ativistas e as opiniões de elites políticas e jornalísticas seguiram essa mesma linha.


Que Israel tenha perdido a batalha da opinião pública é desatroso. Mais incômodo é que essa batalha tenha sido perdida antes que os fatos estejam esclarecidos.

Um comentário:

Terráqueo disse...

Caro Maia,
O fato é que o embargo é vergonhoso. Os palestinos e israelenses se odeiam, e ambos acham que tem direito sobre as mesmas terras. Israel nas últimas décadas invadiu vários territórios e não permite que os palestinos se desenvolvam que é para continuar a avançar. Uma vergonha. Israel tem que buscar o caminho da paz se quiser sobreviver, pois provocar o ódio de todos os países que tem fronteiras definitivamente não é uma boa política internacional. O mundo inteiro deveria se unir para tentar chegar a paz e ao desenvolvimento dos povos.