
Yeda na entrevista em que acusou VEJA de pagar por informação: é mais fácil atacar o mensageiro que contraditar a denúncia
Carta ao Leitor da Revista Veja desta semana
Continuamos no mesmo lugar
Na edição passada, uma reportagem de VEJA revelou o conteúdo de gravações que indicam que a campanha eleitoral da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, do PSDB, foi abastecida com dinheiro de caixa dois. A fim de rebater as evidências ali contidas, a governadora seguiu um ritual conhecido. Convocou uma entrevista coletiva – para a qual o correspondente de VEJA, Igor Paulin, autor da reportagem, não foi convidado – e tentou desqualificar as pessoas ouvidas pela revista. Yeda também tentou atingir a própria VEJA, ao dizer que as gravações citadas pela revista haviam "encontrado bom valor de mercado" – uma bobagem risível, pois VEJA jamais pagou por qualquer informação publicada em suas páginas editoriais. Ato contínuo, de assessores abrigados no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, começaram a partir acusações de que a revista manipula a realidade, é antiética, golpista e... petista! Blogs locais encarregaram-se de disseminar tais inverdades – não se sabe se a bom valor de mercado. Na contramão, a história relatada na reportagem, que ganha neste número uma continuação, resultou na organização de uma passeata em Porto Alegre, para pedir o impeachment da governadora. Boa parte dos manifestantes era simpatizante ou integrante do PT – partido que, flagrado pela revista em diversos malfeitos, acusa VEJA de ser... tucana!
Há exatos dez anos, uma campanha publicitária baseou-se justamente nas acusações de caráter partidário e ideológico feitas à revista. Seus criadores encadearam as seguintes frases: "A esquerda acha que a VEJA é de direita"; "A direita, que VEJA é esquerdista"; "Os moderados dizem que VEJA é radical"; "Os radicais reclamam que VEJA é moderada"; "Incrível que seja a maior revista do país, mesmo desagradando a tanta gente". Foi uma forma bem-humorada – e exata – de reafirmar o único compromisso da revista: com a verdade, doa a quem doer, para o bem do Brasil. Os anos passam, os governos também, os partidos idem, mas nós continuamos no mesmo lugar. A seu lado, caro leitor
Nenhum comentário:
Postar um comentário