Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 27 de maio de 2009

A Voz do Delfim


Delfim Netto tem sido voz destacada em tempos de crise. Leio direto suas colunas na Folha e as publico aqui no (argh) depósito. No fundo, no fundo, fecho com ele. Quem diria, em tempos passados, na época da ditadura, eu simplesmente detestava o Delfim. Achava o cara o fim da picada. E hoje ele está ai e eu, este humilde vivente, batendo palmas. Como dizia o velho Magalhães Pinto, política é como nuvem, ela está sempre mudando.

O Estado não cria recursos
Coluna do Delfim Netto, na Folha de hoje.

Os tempos turbulentos que vivemos trazem à tona a insegurança e as incertezas que cercam o exercício das políticas fiscal, monetária e cambial inspiradas tanto na teoria econômica hegemônica (o chamado "mainstream") como na de inspiração keynesiana. Dois exemplos bastam: 1º) o escandaloso debate público entre o velho "el maestro", o habilidoso Alan Greenspan, e o novo e ambicioso secretário do Tesouro dos EUA, Tim Geithner, que atribui toda a crise à política do Fed. Geithner esqueceu que era membro do Federal Open Market Commitee (FOMC), que aprovou aquela política! Isso é um sinal claro da qualidade das decisões dos Bancos Centrais, supostamente apoiados na "ciência" monetária hegemônica; 2º) as fantásticas dúvidas, apoiadas em modelos keynesianos, das estimativas do valor do multiplicador das despesas do governo, que vão de 0,5 a 1,5! Uma consequência colateral dessas discussões é a ideia equivocada de que a crise pode encontrar solução no tamanho do Estado, quando ela é, de fato, resultado da sua omissão. O que precisamos, na verdade, é de um Estado-indutor que: 1º) utilize de forma eficiente os recursos que extrai (como imposto) da sociedade e realize a tarefa de fornecer os "bens públicos" (segurança, justiça, igualdade de oportunidade etc.) que só ele pode produzir e 2º) dê aos "mercados" a garantia e a liberdade para funcionarem e, a partir de uma regulação bem definida, produzirem livremente os "bens privados". Assistimos à reencarnação de uma perigosa ilusão. Frequentemente, nos momentos de dificuldade, as sociedades são seduzidas pela crença ingênua de que o Estado cria recursos. Na verdade, o melhor que o Estado pode fazer é reconstruir a coordenação das atividades econômicas destruída pela crise, o que ajudará a gerar recursos. Estes são criados pela ação do capital humano (a força de trabalho, sua educação e sua higidez) sobre o capital físico (a terra, as máquinas, as estradas, os portos etc.). A ação direta do Estado pode ajudar investindo (dando emprego) em bons projetos de infraestrutura que não comprometam o equilíbrio fiscal no futuro e aumentem a produtividade do setor privado. Mas isso é pouco. Para voltar a crescer temos de restabelecer o crédito interbancário mais rapidamente do que estamos fazendo. E a melhor maneira de fazê-lo é dar "conforto" jurídico adequado aos agentes públicos do Banco Central para que este possa utilizar todos os instrumentos monetários ao seu dispor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Governo Serra distribui pornografia para crianças
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Escrito por Publicida Folha Online
20/05/2009




Livros contendo expressões como "chupa rola", "cu" e "chupava ela todinha" foram distribuídos pelo setor de educação do governo José Serra (PSDB) como material de apoio a alunos da terceira série do ensino fundamental (faixa etária de nove anos), segundo reportagem publicada na edição desta terça-feira (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal) assinada pelo jornalista Fábio Takahashi.


O texto informa que o governo estadual reconheceu o erro na distribuição dos 1.216 exemplares e determinou o recolhimento das obras.


O livro contém 11 histórias em quadrinhos produzidas por Caco Galhardo -também quadrinista da Folha. Uma das histórias mais criticadas por especialistas traz uma caricatura de um programa de mesa-redonda de futebol na TV.

Enquanto o comentarista faz perguntas sobre sexo, jogadores e treinadores respondem com clichês de programas esportivos, como "o atleta tem de se adaptar a qualquer posição".


De novo

Esta não é a primeira vez que o setor de educação do governo Serra se equivoca em relação aos livros distribuídos a alunos.


Em março deste ano, a pasta de Educação foi duramente criticada por professores da rede estadual por causa de erros em 500 mil livros didáticos distribuídos.


Um livro didático de geografia, usado por alunos da 6ª série do ensino fundamental nas escolas públicas, mostrava o Paraguai duas vezes em um mapa da América do Sul e exclui o Equador. O problema aparece tanto nos livros destinados aos estudantes quanto nas publicações destinadas aos professores.


À época, a secretaria creditou o problema a editora que o produziu e informou que determinou a troca das publicações com erros.


Outro lado

Em nota, o governo admitiu o erro ao distribuir a publicação e diz que o montante de 1.216 exemplares compõem apenas 0,067% dos 1,79 milhão de exemplares distribuídos aos alunos da rede.

A secretaria informou ainda que a obra é só uma entre as 818 escolhidas.