Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 8 de maio de 2009

Faça, Mariza




O diário gauche de hoje pegou no pé da secretária da educação do RS, Mariza Abreu (foto), porque ela fala no imperativo. Eu concordo com a secretária tem horas que é preciso, no Brasil e no RS, falar no imperativo. Eu comento depois do post do gauche, em vermelho bem vermelhado.

Secretária tucana só fala no imperativo
As expressões usadas pela secretária de Educação do governo Yeda Crusius ao anunciar através de jornal – por si só, um ato autoritário – a decisão de agrupar as disciplinas curriculares da rede pública estadual em quatro áreas foram muito infelizes. Quem duvida, que leia os fac-símiles acima, retirados da matéria de Zero Hora da última terça-feira (5/5), que serviu de plataforma de lançamento do projeto à comunidade sul-rio-grandense.Quando a secretária Abreu afirma, categórica e imperativa, que “os cursos de licenciatura terão de se adaptar” está sendo autoritária para além da sua alçada e competência político-administrativa, está ditando um novo formato pedagógico às escolas de terceiro grau que ficam fora da rede pública estadual. A secretária se julga um Napoleão gordo, que pode tudo, bem além das suas fronteiras administrativas, pode tudo nas Universidades públicas e nas Universidades privadas. O mundo docente do Rio Grande do Sul está sendo convocado de forma unilateral e autoritária para mudar as suas práticas em apenas seis meses, porque alguém com alma de sargentão stalinista (fiel à formação política primitiva da secretária) quer e determina a seu bel prazer e gosto o que deve ser feito no Estado.O episódio encerra – certamente – o ato mais autoritário do governo Yeda Crusius nestes 29 meses de administração. A envergadura e o alcance de um bom projeto ficam subordinados ao capricho e à cupidez de dona Mariza e de dona Yeda. É de supor até que ambas queiram sabotar o agrupamento disciplinar, originalmente pensado e proposto pelo governo federal, além de erradicar direitos dos professores estaduais e sucatear ainda mais o ensino público.Enquanto a implantação do projeto exige método dialógico e concertação participativa, a secretária Mariza Abreu determina – de dedo em riste – ordem e obrigação, e ponto final.Não vai dar certo.
Meu comentário:
Mariza Abreu luta contra os interesses privados do CPERS, cuja diretoria atual, capitaneada por uma radical ( e tem gente que acha que ser radical é legal) que não admite nem debater mudança no Plano de Cargos e Salários de 1974, um dos mais atrasados do Brasil. O CPERS não participa e nem quer participar de nenhum debate mais arejado e saudável sobre educação. E quando ocorre algum manda os alunos fazerem baderna, como aconteceu esta semana em Porto Alegre em encontro da Agenda 2020.
O fato é que é do interesse público MUDAR O SISTEMA E A GESTÃO DE EDUCAÇÃO NO BRASIL E NO RS, mas o interesse particular do corporativismo não quer.
Se o interesse privado não quer, e o governo foi eleito exatamente para fazer mudanças na educação, tem mesmo que colocar a boca no trombone e falar no imperativo.
Juro que não simpatizava com a Mariza Abreu. Num debate na TVCOM, ela chamava uma professora de "queridinha". Não fica bem para uma secretária fazer isso. Todavia, depois do debate franco e aberto que ela fez na Rádio Gaúcha com a Rejane Oliveira ela deu um show de bola e mostrou para todos quem é que tem razão nessa história toda. O problema do Brasil é exatamente esse, se discute, se discute e se discute e não se faz nada, mas tem que fazer, porque o ensino público é catastrófico. Prova cabal é a avaliação do ENEM, cuja prova certa esquerda era contra. Faça, Mariza e faça logo.

2 comentários:

PoPa disse...

Não entendi bem a história. O DG fala em "A envergadura e o alcance de um bom projeto ficam subordinados ao capricho e à cupidez de dona Mariza e de dona Yeda". O que ele defende? A mudança ou não do sistema de educação?

PArticularmente, não li muito sobre esta mudança pretendida pelo Governo Federal.Em princípio, se partiu dele, deve ter algo de errado, mas não posso falar sobre o que não conheço.

Carlos Eduardo da Maia disse...

O DG até é a favor da mudança, Popa, mas ele acha que Dona Mariza fala no imperativo, não ouve a sociedade, ele defende maior participação das chamadas minorias participativas nos debates.... Muito blá-blá-blá e pouca ação.