Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 15 de maio de 2009

Falta Poesia em Che




As opções de filmes não são muitas. Escolhi Che de Steven Soderbergh por dois motivos: a vida de Che - apesar de discordar de sua visão de mundo -- é fascinante, li a biografia que o Jorge Castañera fez e gostei muito. O segundo motivo é pelo próprio diretor Soderbergh que fez sexo, mentiras e video tape, traffic, onze homens e um segredo...

Mas falta muito em Che. A história é boa de ser contada. É boa de ser vista. Mas a gente fica cansativo na cadeira durante o filme. Tem horas que dá sono. Juro que até agora não sei se esse filme é um documentário. Soderberh tentou ser ambicioso ... e se ralou. Ele disse que não quis fazer um filme sobre Cuba, mas sobre Che. Mas ele fez - penso - o contrário.

E o diretor intercala as aventuras de Che na selva de Sierra Maestra e nas guerrilhas urbanas com os companheiros Fidel, Camilo, Raul, Almeida, Aleida etc. com o discurso que o comandante fez na ONU em 1964 e os bastidores da visita de Che a Nova York. O filme intercala cenas de ação da guerra de guerrilha com discurso panfletário do tipo: a América Latina é pobre porque explorada pelo imperialismo americano. Tem uma hora que Che diz mais ou menos isso na ONU: sim fuzilamos e vamos fuzilar mais na defesa da revolução.

No mais, boa participação de Benício Del Toro, como Che, que ganhou Cannes como melhor ator pelo filme; o ator mexicano Démian Bechir está fantástico como Fidel; o Rodrigo Santoro está falando um bom espanhol como Raul Castro e a colombiana Catalina Sandino Moreno -- que fez o excelente Maria Cheia de Graça -- também faz boa participação. O diretor é bom, o elenco é bom, a história é boa, mas o filme é fraco.

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