Uma das grandes críticas que a Veja faz na última edição diz respeito ao chamado método Paulo Freire. A crítica a Freire, segundo a matéria, com base em pesquisa divulgada é a seguinte:
Entre os professores brasileiros ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história da humanidade. Paulo Freire 29 x 6 Einstein. Só isso já seria evidência suficiente de que se está diante de uma distorção gigantesca das prioridades educacionais dos senhores docentes, de uma deformação no espaço-tempo tão poderosa que talvez ajude a explicar o fato de eles viverem no passado.
Os blogs de uma certa esquerda detestam que se critique personagens ícones que tanto idolatram. Assim aconteceu com Che Guevara em matéria feita pela Veja que mostrou o lado perverso, sádico e cafajeste do grande ídolo. Certa esquerda decapitou a Veja por isso. Agora, essa mesma esquerda sai em defesa de Paulo Freire, outro velho mito.
Leio no blog dialógico o seguinte:
Procuramos, no Dicionário Paulo Freire[1], algum verbete que tratasse de 'compostura" e 'vergonha', mas não encontramos.De qualquer forma, dedicamos a Monica Weinberg, Camila Pereira, Camila Antunes e Marcos Todeschini, tarefeiros da Editora Abril, que emprestaram seus nomes para assinar tamanha idiotice, este trecho retirado do verbete 'boniteza' escrito por Euclides Redin para aquele dicionário:[...] uma das bonitezas do anúncio profético está em que não anuncia o que virá necessariamente, mas o que pode vir ou não. Na real profecia, o futuro não é inexorável, é problemático. Há diferentes possibilidades de futuro [...] contra qualquer tipo de fatalismo, o discurso profético insiste no direito que tem o ser humano de comparecer à História não apenas como seu objeto, mas também como sujeito. O ser humano é, naturalmente, um ser da intervenção no mundo à razão de que faz a História. Nela, por isso mesmo, deve deixar suas marcas de sujeito e não pegadas de puro objeto.
Paulo Freire em Pedagogia da Indignação, obra póstuma publicada em 2000, p. 119.
[1] Dicionário Paulo Freire. Danilo R. Streck, Euclides Redin, Jaime José Zitkoski.
Paulo Freire em Pedagogia da Indignação, obra póstuma publicada em 2000, p. 119.
[1] Dicionário Paulo Freire. Danilo R. Streck, Euclides Redin, Jaime José Zitkoski.
Vejam só, Paulo Freire é tão idolatrado por certa esqueda que fizeram até um dicionário para ele. E os títulos dos livros de Paulo Freire são Pedagogia do Oprimido, da Indignação etc.. Ou seja ele parte sempre do mesmo ponto de partida de que a única forma libertária que existe neste mundo é a luta de classes. Só assim o tadinho do oprimido vai conseguir se libertar do malvado opressor. Que coisa!
É incontestável que Freire conduz seu ensino a um enfrentamento dos oprimidos contra os opressores para que se consiga, enfim, respirarmos uma sociedade revolucionária. O método Paulo Freire não é apenas com base na praxis do dia a dia (que é uma forma correta de se estudar), mas também na busca da liberdade que passa apenas por um único e reduzido caminho: a construção de uma nova sociedade sem explorados e exploradores. Isso é muito bonito na teoria, mas a teoria na prática é outra. E Paulo Freire pára por ai. Ele não vai além. Seu pensamento é restrito ao viés ideológico. E a crítica que a Veja faz é exatamente essa: estão limitando o debate ao ponto de vista do materialismo histórico como se esse fosse a única e sincera verdade. E não é. Existem outras alternativas que deram certo em paises socialmente desenvolvidos. O Brasil também pode buscar essas alternativas. Por que não? Ponto para Veja.
2 comentários:
“Só isso já seria evidência suficiente de que se está diante de uma distorção gigantesca das prioridades educacionais dos senhores docentes, de uma deformação no espaço-tempo tão poderosa que talvez ajude a explicar o fato de eles viverem no passado.”
“É incontestável que Freire conduz seu ensino a um enfrentamento dos oprimidos contra os opressores para que se consiga, enfim, respirarmos uma sociedade revolucionária. O método Paulo Freire não é apenas com base na praxis do dia a dia (que é uma forma correta de se estudar), mas também na busca da liberdade que passa apenas por um único e reduzido caminho: a construção de uma nova sociedade sem explorados e exploradores. Isso é muito bonito na teoria, mas a teoria na prática é outra. E Paulo Freire pára por ai. Ele não vai além. Seu pensamento é restrito ao viés ideológico.”
Ponto pra Veja? A Veja ela mesma não tem ae vem com um papo de neutralidade na educação, como se fosse possível ser neutro interferindo na construção intelectual dos outros, é o discurso mais falso que pode existir. A Veja faz uma crítica tão prosaica ao método de Paulo Freire, assim como você, que parecem nem ter lido algum livro dele. Criticar o método pelo fim, não é criticar o método, pois método é o meio de intervenção pedagógica para um fim que pode ser diverso. Mas com certeza o método é libertário por excelência, porque é democrático, é dialético, seja ele aplicado nos EUA ou na URSS, e com revistas tão ruins assim é pra temer que se eduquem leitores com visão critica.
Não é Deus nem intocável, mas vamos melhorar o nível das criticas pelo amor de Deus!
O que revolta não é a critica em si. O que revolta são as criticas sem algo a contribuir na pedagogia freiriana, criticar é fácil, mas somar para que todo o trabalho já feito seja cada vez melhor, não aparece se quer um cidadão desse que criticam para ajudar. Ou melhor, crie sua própria pedagogia, faça algo para ajudar o mundo, vai lá, comece hoje, quem sabe você descobre um melhor meio de atingirmos os mesmos objetivos da sua forma. caso contrário é melhor estudar um pouquinho mais sobre Paulo Freire. Deus, Intocável?? De forma alguma, apenas um homem que lutou e acreditou que podemos mudar a humaniade. Se você não acredita em tal fato, tudo bem é um direito seu, mas não tente atrapalhar aqueles que acreditam e estão tantando mudar.
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