Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


terça-feira, 19 de agosto de 2008

Será Que Vale a Pena?


Os ministros tocaram na ferida. Querem abrir as portas dos porões da tortura no Brasil. Dizem que esses crimes são comuns e não estão abrangidos pela lei da Anistia. A Argentina está prendendo os torturadores. Os blogs de uma certa esquerda querem tocar nessa ferida e fazê-la sangrar. Se a Argentina faz, por que o Brasil não pode fazer o mesmo? Não se pode comparar a realidade argentina com a verdade brasileira sobre o mesmo tema. O tema é o mesmo, mas a realidade é outra. Essa discussão inevitavelmente passa pelos números. No Brasil 424 pessoas, de acordo com o livro "Dos Filhos Deste Solo", escrito pelo ex-ministro Nilmário Miranda e jornalista Carlos Tibúrcio, co-edição da Boitempo Editorial e Perseu Abramo, são 424 o número de mortos e desaparecidos pela ditadura militar no Brasil. Isso, 424. Sabem qual o número de mortos e desaparecidos na Argentina? 18.000 a 30.000 pessoas. Queiram ou não queiram admitir, a realidade brasileira é outra. Será bom para este país que tem que olhar para a frente e integrar e incluir nossa população no rol da qualidade de vida, abrir discussão desse tipo? Será que vale a pena abrir a caixa preta dos porões da ditadura nessa etapa do campeonato? Sinceramente, eu acho que não. Mágoas, ressentimentos e dor vão continuar a ocorrer, é fato. Infelizmente. Mas será que, considerando o pequeno número de pessoas envolvidas, bem como o fato de que grande parte delas, os familiares dos mortos, os próprios torturados receberam vultosas indenizações do governo federal e ainda percebem pensão mensal vitalícia, levar esse assunto adiante? Definitivamente não vale a pena.

Um comentário:

José Elesbán disse...

Engraçado. Eu acho que eu já tinha comentado isto por aqui.
Vivendo a diversidade, vale a pena sim. Assim as Forças Armadas espantam este esqueleto do armário, de ficarem defendendo torturadores e assassinos.
Porque quando um agente da lei, policial ou militar, mata alguém num tiroteio está de fato fazendo uso legítimo da força.
Quando abusa de um prisioneiro que está à sua mercê, o agente da lei se torna bandido.