O último livro de Luc Ferry se chama Famílias, Amo Vocês, editado pela Objetiva. Custa pouco, cerca de R$ 19,00. Confesso, eu eu ainda não li, mas li sobre o tema em uma entrevista que Luc Ferry deu.
Inventaram que família é uma tese de direita. Porque os movimentos de direito sempre evocaram a família. É a família contra o aborto, contra o divórcio, Tradição, Família e Propriedade etc. Mas ele, Ferry diz: isso é completamente falso e idiota. Não há nada mais democrata e moderno do que o tema da família. A verdade é que a família moderna fundada no casamento de amor é uma instituição muito recente. No Antigo Regime não existia o casamento por amor, mas sim para transmitir um nome, uma herança, uma linhagem. É no seio dessa nova estrutura nova da família fundada no sentimento que se desenvolvem essas novas transcendências.
É o que cria novas formas de solidariedade e também novas questões políticas.
O individualismo moderno tem uma grande característica: a preocupação com o outro e a autocrítica. Nunca uma sociedade criticou a colonização e a escravidão como faz a sociedade moderna. Enquanto que a escravidão continua a ser praticada na África e no mundo árabe-muçulmano como nunca foi no século 18 na Europa. Isso ninguém ousa dizer. Então, o indivíduo moderno é autocrítico e também muito aberto aos outros, ele se interessa pela alteridade. Hoje somos muito mais abertos do que jamais fomos no passado. Estamos numa saída de nós mesmos, algo novo, e que paradoxalmente se dá nas relações interindividuais fundadas no amor. Não é o individualismo no sentido do egoísmo. Não há nada mais coletivo do que os problemas individuais.
Temos todos os mesmos problemas, de vida amorosa, de separação, de divórcio, de educação dos filhos, de poder de compra, de escolha de uma profissão que dê prazer. E o político que compreender isso alcançará um enorme sucesso.” Ferry é muiiiito bom.
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