Alguns Blogs de esquerda e algumas tendências do PT, como a Articulação, estão a defender que as estatais brasileiras não aportem dinheiro, mediante publicidade, às empresas de mídia que insistem em criticar o PT e a candidatura de Dilma.
É isso o que se lê hoje no Diário Gauche:
O PT e a coligação Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada pelo partido, entraram com pedido de direito de resposta ontem (27) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a revista Veja, da Editora Abril. A ação contesta a reportagem "Indio Acertou o Alvo", veiculada na edição desta semana. A informação é da Agência Brasil.
(...)
Enquanto isso, as páginas da revista Veja (e o resto do PIG) continuam estampando (e faturando) anúncios das estatais, como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Federal, Eletrobras, Correios/Sedex (ver fac-símile acima) e outras.
Quando o governo federal - leia-se o lulismo de resultados - irá impor um padrão republicano nas relações com essas empresas midiáticas com desvio de função para partidos políticos não autorizados pela legislação brasileira? Quando?
Meu pitaco:
Mercado de mídia, assim como da indústria automobilística ou de aviação, é por essência oligopolista e concentrado nas mãos de poucas empresas. Não se trata, portanto, de mercado de "concorrência perfeita", onde um número muito grande de empresas participam e ninguém tem poder de mercado.
Em todo lugar do mundo é assim. Exceção é Cuba, onde existe monopólio da mídia.
Se o mercado é oligopolista, dominado por poucas empresas que tem esse poder, não há como o governo simplesmente fazer publicidade em algumas empresas em detrimento de outras, como pretende o DG, porque o gasto em publicidade é gasto da estatal, que faz o necessário serviço público e que não deveria ter partido político ou ideologia determinando o que é certo ou errado.
Até mesmo porque os leitores da Veja, que consomem a revista exatamente por sua linha editorial, também são consumidores dos produtos estatais, sendo que alguns, como a Petrobrás, são monopólios. Um governo não pode direcionar os gastos de publicidade das estatais de acordo com sua simpatia política, se assim fizer, não seria republicano.
2 comentários:
Desde o início do governo Lula existe uma proposta para "democratizar" a mídia e combater esses oligopólios.
A idéia seria pegar uma parte do orçamento de publicidade e distribuí-lo para publicações menores, mais regionalizadas e com mais capilaridade, ou seja, chegando aos municípios.
Daí o governo saiu enviando mídia para jornais de interior por meio de agências de publicidade, sei disso porque meu pai tem jornal de interior.
O problema é que... mandam mídia mas NÂO PAGAM!!! O dinheiro fica eternamente preso em agências e sub-agências de publicidade e nunca chega nos órgãos de comunicação, mesmo tendo saído do Tesouro.
Logo, o PT que não venha reclamar da midia oligopolista, porque ele a fortaleceu na exata medida em que forçou os pequenos jornais e revistas a terem custos de publicação e depois não os pagou.
Sem contar que esses mesmos petistas não reclamam quando a Globo divulga os índices de popularidade do presidente ou as falcatruas de governos não petistas como o de Brasilia.
Acho que governo não pode fazer publicidade. Simplesmente isso. Que as empresas que estão no mercado, façam - de produto, não de ações de governo. Assim, a BR pode fazer publicidade de seus postos, de seus produtos, mas não ficar martelando em promoção de governo, pura e simplesmente, como tem feito - e muito.
Mas não é neste governo, claro. Sempre usou-se este artifício no Brasil, com propaganda até de estatais ou empresas sem concorrência, como as de água e esgoto. Ou propaganda de governo, com suas maravilhosas realizações. Isto deveria ser proibido na Constituição. Governo só deveria estar na mídia para fazer alguma campanha específica.
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