As Sombras de Goya

Eu tirei da prateleira do DVD porque o filme é do Milos Forman. Eu gosto do Forman. Amadeus é uma obra prima. O Estranho no Ninho, também. Claro, os atores são muito bons: Javier Bardem tem uma ótima cara e a Natalie Portman é bonitinha e competente. Pois ontem assisti "As Sombras de Goya" que não é a biografia do grande pintor, mas uma história em que ele faz parte. Goya, representado por Stellan Skarsgard, na verdade é um ator coadjuvante do filme. O cenário é a inquisição. Os padres analisam as obras de Goya. Ele está a um passo da inquisição, mas ele é amigo do rei Carlos IV e da rainha. Sua modelo, Inês, não tem a mesma sorte. Ela recusa um prato de porco numa taverna e é chamada para interrogatório, porque ela é suspeita de fazer cultos judaicos. Logo ela, Natalie Portman, nascida em Israel. O interrogatório da inquisição, evidentemente, tem sua dose elevada de tortura e Inês confessa e é presa. Ela é filha de um próspero mercador que chama o Irmão Lorenzo (Javier Bardem) para ajudar. A cena notável do filme é quando Irmão Lorenzo é convidado para jantar na casa do mercador, pai de Inês, e diz à família que sua filha confessou que fazia cultos judaicos. O pai e os filhos sabem que os interrogatórios da inquisição são feitos sob tortura e, portanto, as confissões não tem valor. Essa hipótese é repelida pelo Irmão Lorenzo que diz que quem tem fé em Deus não confessa o que não fez. Imediatamente ele é imobilizado e torturado pelo mercador que o obriga a assinar uma carta afirmando que ele é um macaco. Inês não é libertada, o mercador apresenta a carta ao rei e irmão Lorenzo desaparece. 15 anos depois ele surge junto com as tropas de Napoleão, como agente da revolução francesa, um autêntico revolucionário. E nessa época Inês é libertada e ela conta que teve uma filha com irmão Lorenzo. A história é triste, muito triste. O mundo mudou. Não existe mais inquisição, não existem as torturas de antigamente, mas a melancolia ainda corre solta por aí.