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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 10 de outubro de 2008

E o Nobel da Paz Vai Para o Conciliador Martti Ahtisaari




Movimentos de certa esquerda estavam tentando "encaixar" o presidente boliviano Evo Morales como o nobel da paz de 2008. Missão completamente impossível, Evo Morales não tem nenhum perfil para ser nobel da paz por um motivo muito simples: ele tem muita dificuldade em conciliar. Evo governa um país dividido onde a intolerância e a intrasigência de todos os lados do tabuleiro de xadrez estão presentes. E estão presentes, porque também existe por parte do governo Evo doses cavalares de intolerância e intrasigência.

O Nobel da Paz de 2008 foi para o ex presidente finlandês Martti Ahtisaari, porque participou de numerosas mediações de paz em vários pontos do globo nos últimos 30 anos.

Ahtisaari participou ativamente das mediações de paz na Namíbia. Após receber o prêmio, ele declarou: "Naturalmente que estou muito contente com a decisão e muito agradecido", disse à NRK. Em resposta à questão de qual teria sido, na sua opinião, o seu maior sucesso, esclareceu que "naturalmente a Namíbia foi em absoluto o mais importante porque demorou muito tempo" a conseguir atingir a independência daquele país africano.

Ahtisaari recebe o medalhão, um diploma e um cheque de 10 milhões de coroas suecas – cerca de um milhão de euros –, em cerimónia a realizar em Oslo no próximo dia 10 de Dezembro.

Leio no site português, RTP o seguinte:

Com a mala às costas desde criança Martti Ahtisaari nasceu em Viipuri, actualmente Viborg, na Rússia, em 23 de Junho de 1937 quando o seu pai, Oiva Ahtissari aí prestava serviço militar. O avô de Oiva tinha imigrado da Noruega para a Finlândia nacionalizou-se finlandês em 1929 mudando o seu apelido para Adolfsen in 1935. A Guerra entre a Rússia e a Finlândia apanhou o pai de Martti como mecânico nas forças armadas e a sua mãe Tyyne mudou-se para Kuopio com o seu filho para fugir à guerra. Foi em Kuopio que Martti Ahtissari passou grande parte da sua juventude e onde pela primeira vez frequentou a escola. Depois acompanhou seu pai em várias mudanças ao longo da vida deste último, passando por Oulu, Carachi no Paquistão, e finalmente regressou a Helsínquia em 1963. Uma série de sucessos e um desaire Com 71 anos, Martti Ahtissari deu a volta ao planeta ao serviço da paz, nomeadamente liderando a Iniciativa de Gestão de Crises, uma Organização Não Governamental (ONG) fundada no ano de 2000. Um dos seus grandes sucessos foi o acordo de paz assinado no ano de 2005 entre o Governo indonésio e os ex-rebeldes independentistas do ACEH livre (GAM), conseguindo pôr fim a um conflito que fez perto de 15 mil mortos desde 1976. O acordo levou à deposição das armas pelo GAM e à retirada do grosso das tropas governamentais que estavam estacionadas na província indonésia. A sua acção estendeu-se por áreas tão diversas como o Médio Oriente, o Cáucaso, o Iraque, o Afeganistão, o Sri Lanka ou a Birmânia. Na sua longa carreira recheada de sucessos, Ahtisaari teve, no entanto, um importante revés. Os seus esforços de mediação para resolver o conflito no Kosovo falharam rotundamente. O Kosovo Enviado especial da ONU tentou entre Novembro de 2005 e Março de 2007 pôr fim ao conflito que se desenrolava no Kosovo. Esta região povoada por uma maioria albanesa, declarou unilateralmente a independência da Sérvia em 17 de Fevereiro deste ano. Cerca de 50 países reconheceram já o novo Estado, entre os quais vários da União Europeia – Portugal anunciou esta quarta-feira a intenção do Governo português reconhecer o novo estado –, mas nem a Sérvia nem a Rússia o fizeram ainda. Uma longa e preenchida carreira Para além do acordo no Aceh, o laureado com o prémio Nobel da Paz é reconhecido por uma longa carreira. Professor de formação, foi Presidente da República da Finlândia no período compreendido entre 1994 e 2000. No campo das mediações, Ahtisaari teve em 1990 um papel determinante no processo de transição pacífica para a independência da Namíbia. Anos mais tarde, desempenha uma acção fundamental no processo que conduziu ao cessar dos bombardeamentos da Nato contra a Jugoslávia de Slobodan Milosevic, que actualmente responde perante o Tribunal Penal Internacional. Em 2000, supervisiona o desarmamento do Exército Republicano Irlandês (IRA) na Irlanda do Norte. Seis anos depois organiza as conversações de paz entre iraquianos sunitas e xiitas lançando pontes entre as duas comunidades.

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