Diz o Diário Gauche de hoje, sobretudo na parte em negrito:
Conhecido pelo seu dedo podre, o senador Pedro Simon – inventor político-eleitoral de especialidades como Antonio Britto e Germano Rigotto, como o prefeito Fogaça (foto) e a própria atual governadora tucana Yeda Crusius – precisa vir a público para explicar o apoio político continuado ao governo Yeda, acusado de graves irregularidades no Detran, no Banrisul e em outros órgãos públicos estaduais. Irregularidades essas reiteradas agora por quem as praticou, como o réu Lair Ferst, acusado pelo Ministério Público Federal de inúmeros crimes contra o patrimônio público, mas que assegura em entrevista a um jornal paulistano, que a governadora Yeda Crusius, de quem se diz amigo, também sustentou politicamente o assalto aos cofres estaduais.
No RS Urgente do jornalista Weissheimer, leio o seguinte, também na parte em negrito:
A situação da governadora Yeda Crusius (PSDB) ficou ainda mais complicada na manhã desta quarta-feira. Em entrevista exclusiva à Folha de São Paulo, Lair Ferst resolve abrir o jogo e diz que “é público e notório que houve o envolvimento da governadora neste processo”. Ferst refere-se à troca de fundações (Fatec pela Fundae), em maio de 2007, conhecida como fase dois da fraude no Detran. Segundo ele, foi uma decisão da cúpula de governo reestruturar o esquema de desvio.
Os blogs alternativos de esquerda gostam de forçar a barra.
Lair disse à Folha apenas isso:
FOLHA - A troca de fundações foi fruto de decisão do governo?LAIR FERST - Não seria possível essa mudança sem orientação política de governo, sem respaldo político.
FOLHA - Do alto escalão?FERST - Do governo como um todo, na sua plenitude.
FOLHA - Da governadora?FERST - Na CPI do Detran, o próprio [ex-] presidente do Detran, Flávio Vaz Netto, disse que teve reuniões tratando deste assunto [com Yeda]. Ela se reuniu também com sindicatos de examinadores. É público e notório que houve o envolvimento da governadora neste processo. [...] Aparecerão nomes que não foram nem citados no inquérito. Há vários personagens que não foram citados que poderão a ter sua participação esclarecida.
FOLHA - Quem são?FERST - Não posso antecipar nomes nem conteúdos. Essas conversações se obrigam ao sigilo. Esse tipo de acordo [com o Ministério Público] só tem razão de ser para esclarecer pontos que a investigação não conseguiu.
FOLHA - Qual é a sua relação com o governo?FERST - Tenho amizade com a maioria dos integrantes do governo, mas isso não quer dizer que tenha qualquer vínculo com o governo. Uma relação de amizade que vem da campanha eleitoral. Depois da posse, me afastei bastante deste grupo e fui cuidar da minha vida. Até o dia da posse nós tínhamos um relacionamento muito intenso por conta da campanha.
FOLHA - E com a governadora?FERST - Inclusive com a governadora. Depois da posse, eu tive alguns encontros, algumas conversas com ela. Foram conversas sobre assuntos de amizade, não houve tratativas de cargos ou participação no governo.
FOLHA - Por que o sr. não falou isso antes?FERST - Eu procurei não potencializar essa relação em função do clima quente do debate político que se travou na CPI. Havia interesse claro de atingir o governo, eu não achava que era conveniente que eu servisse de munição para a oposição.
FOLHA - Por que deixou o PSDB?FERST - Para que eu ficasse livre de citações e vinculações políticas e para deixar o partido à vontade. Nem todo partido se sente à vontade com um filiado sub judice. Minha desfiliação tira um certo peso do partido.
Ou seja, Lair Ferst disse apenas que era de conhecimento do governo Yeda a troca de fundações. Essa troca de fundações tirou Lair Ferst do esquema do Detran e beneficiou o PP de JOpsé Otávio Germano. Até mesmo um parecer da Procuradoria-Geral do Estado opinou pela legalidade da troca de fundações.
Mas os blogs alternativos de esquerda vão além e tiram do Lair frase que ele não disse. Lair não disse que foi decisão do governo reestruturar o esquema de fraude e nem que o governo sustentou politicamente o assalto aos cofres estaduais.
Uma coisa é troca de fundações e outra coisa é assalto a cofre público.
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