Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 17 de julho de 2009

O Complicado CPERS




Por trás de todas essas manifestações do CPERS -- que culminaram ontem com o protesto na frente da casa da governadora Yeda -- está o receio de que o governo mude, altere, modifique, flexibilize o Plano de Cargos e Salários do magistério e que foi editano no ano de 1974.
O atual plano engessa o poder do gestão do administrador público. Se, por exemplo, o secretário de educação resolver remanejar certas pessoas para o serviço público funcionar melhor, ele não pode fazer isso, porque o PCS não deixa.
A questão é que o ENEM está mostrando o enorme abismo que existe, no RS e no Brasil, entre as escolas públicas e as privadas. E essa diferença tem que diminuir e para que mais e mais brasileiros e gaúchos ingressem definitivamente no rol da qualidade de vida do bom serviço público que propicia a boa educação é necessário, com urgência, uma mudança radical nas estruturas da administração. E isso não interessa ao CPERS.
A atual secretária de educação do RS, Marisa Abreu, disse certa vez mais ou menos isso: não adiante colocar dinheiro público no ralo de uma estrutura viciada. É o mesmo que colocar dinheiro fora. Concordo com ela, é necessário primeiro mudar essa estrutura viciada e depois aportar os recursos necessários para o bom funcionamento do serviço público.
Mas essa discussão parece não interessar à direção do CPERS. Eles reduzem toda discussão a detalhes negativos da administração como as famosas escolas de latas, em contêineres. Na verdade, existem 5 escolas desse tipo no RS e elas são provisórias, porque os alunos ali ficam instalados até que se execute as reformas nos prédios. Mas tudo neste país é complicado e as reformas não começam, a burocracia impera e tudo demora. E os alunos ficam ali -- meses ou anos -- suando no sol e passando frio no inverno. Realmente um absurdo.
Então, toda a discussão que deveria ser séria fica reduzida ao seguinte chavão: "O governo Yeda, além de corrupto coloca os alunos em escolas de lata." Não existe diálogo, a truculência, a intolerência e a arrogância tomam conta e continuamos no RS divididos entre essa absurda disputa ideológica em torno do poder. Quando é que isso vai acabar?
De um lado temos um complicado CPERS, dominado pelo radicalismo do PSOL e com apoio das alas mais à esquerda do PT e do PSTU e que conta com uma presidente, a professora Rejane Oliveira, que aceitou assumir a “vanguarda” do protesto mais radical. E de outro um governo acuado, que cometeu graves equívocos políticos, e, portanto, fraco.
Por isso, o CPERS realmente virou uma máquina destinada a desgastar o governo, como bem resumiu a ZH de hoje.

2 comentários:

PoPa disse...

O sindicato perdeu uma excelente oportunidade de ficar quieto. Ao fazer o protesto na frente da casa da governadora, até quem não gosta dela, sensibilizou-se com a história dos netos. É bobagem querer atacar Yeda em sua casa. Bobagem grossa! E, sim, acho que deveriam ter prendido os responsáveis pelo abuso, por impedir pessoas - não só a governadora - de ir e vir naquela região. Nunca foram proibidos de fazer seus protestos na volta do Palácio, mas isso não era suficiente. Tinham que ir para a confrontação, sabendo que seriam expulsos e poderiam pousar de mártires.

E, afinal, quem colocou as tais escolas de lata, foi Yeda? Ela já retirou duas delas, ao contrário de governos anteriores.

Dói nessa oposição de m#### saber que algo está sendo feito para colocar o Estado novamente no caminho do desenvolvimento.

Dói em nós, que acreditamos na democracia, vermos a bandalheira correndo solta em Brasília e os mesmos partidos acobertando os safados. Ver o pt, outrora um partido com ética (pelo menos era o que eu pensava), curvar a coluna para tudo que se vê por aí.

Uma recomendação para este povo: tenham vergonha na cara!

Carlos Eduardo da Maia disse...

O fato faz recordar aquela invasão do MST na fazenda de FHC em MG. Nesse tipo de truculência o que ocorre é que o feitiço vira contra o feiticeiro. A opinião pública -- foto da Yeda acuada está em todos os jornais do país -- não aceita esse tipo de comportamento. O mesmo ocorreu com o episódio dos outdoors