No dia 01 de julho de 1994 foi implantado no Brasil o Plano Real. As pessoas tinham dúvida se o plano iria dar certo, face aos sucessivos e fracassados planos para controle da inflação: Plano Cruzado, Plano Bresser, Plano Verão, Plano Collor I e II.
Todos os planos anteriores tinham como prioridade o canetaço do controle de preço. Quem não se lembra dos fiscais do Sarney?
Mas o plano real foi diferente, ele não impedia o controle de preço, mas ... deu certo.
Certa esquerda dizia que não havia interesse da "classe dominante" em acabar com a inflação, porque lucrava com ela. Pois o plano real conseguiu controlar a inflação sem impôr maiores restrições ao mercado. Os preços não foram controlados e nem houve confisco da poupança, como ocorreu no Plano Collor I.
Sim, o plano real conseguiu controlar a inflação e a sociedade brasileira, que era refém da cultura inflacionária, passou a viver com mais estabilidade. Muita gente que vivia apenas dos ganhos inflacionários, aplicando no over e no open market, teve de mudar de estratégia para sobreviver, teve de produzir, trabalhar, fazer reengenharias, investir em outros ramos etc. Muitas empresas faliram nessa época, exatamente porque estavam acostumadas a sobreviver apenas aplicando no mercado financeiro, sem maiores compromissos com a produção.
Todo o plano econômico gera efeitos colaterais. O plano real foi sustentado com juros altos e a paridade cambial, no primeiro governo FHC. Desde a implantação do plano os juros foram os melhores investimentos. O CDI, que tem variação muito próxima à taxa básica de juros (Selic), subiu mais de 2.000% de julho de 1994 até hoje, segundo informações do UOL.
Um comentário:
Começaram a enterrar Keynes quase 50 anos de sua morte...
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