De noite percorro a cidade. Ela está cheia, apesar de janeiro. Os tempos mudaram. O Brasil mudou. Lâmpadas são furtadas das escolas. Letreiros de bronze desaparecem dos cemitérios. Quero achar o próximo orelhão que funcione. Nunca encontro. Na ponte restaurada do arroio, as luminarias não funcionam. No vestibular se falou sobre esses casos, os pequenos deslizes de nossas vidas. Atiramos garrafa pet no rio, porque ele não é nosso. Furamos a fila porque estamos com pressa. Não estamos nem ai por detalhes fundamentais de convívio. Aprendemos a agir assim. Porque nada disso nos foi ensinado. De noite percorro a cidade. Ela está cheia, apesar de janeiro. Onde estão meus amigos? Sei lá, em algum lugar por ai. O que será que eles fazem de anormal?
Um comentário:
É possível que nossa civilização pegou o desvio errado em algum ponto do passado recente....
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