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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Unesco Diz que Educação no Brasil Piorou e Eu já Sabia



Sempre discordei daqueles que dizem que a educação no Brasil está melhorando. Tudo bem, conseguimos conquistas importantes como a universalização com o necessário  acesso das crianças mais pobres aos bancos escolares. Mas isso, apenas, não basta. É necessário melhorar a qualidade do ensino público, porque o povo brasileiro anda -- sim -- muito mal educado. É só sair para a rua para constatar isso.

Os índices oficiais, governamentais, vêm mostrando uma melhoria na educação no Brasil. Dizem que avançamos etc... Juro que não sei onde está essa melhora.

A Unesco, recentemente, divultou um ranking da educação no mundo e o Brasil retrocedeu. Pulamos da gloriosa posição de 76º para 88º. Esse ranking, segundo editorial da Folha de hoje: se baseia em dados referentes a 2007 e num índice composto de quatro subindicadores: atendimento no ensino fundamental, taxa de alfabetização de adultos, igualdade entre meninos e meninas no acesso à escola e proporção de alunos que completam a quarta série -a "taxa de sobrevivência".

Foi este quarto componente o principal fator a fazer o Brasil cair 12 posições. Segundo a Unesco, a "taxa de sobrevivência" teria baixado de 80,5% para 75,6%. Considerado só este subindicador, a posição do país seria ainda mais baixa (103ª). Uma nota explicativa minúscula na página 362 do relatório revela, porém, que o dado é de 2004.

Em comunicado, o Ministério da Educação (MEC) ressalvou a boa performance do país nos primeiros três indicadores, mas não abordou diretamente a "taxa de sobrevivência". Limitou-se a assinalar que mudanças no censo educacional eliminaram a dupla contagem de alunos, o que resultou numa queda artificial de matrículas de 2006 a 2007, e que a PNAD indica aumento contínuo da taxa de frequência líquida na faixa de 7 a 10 anos -que alcançou 94,6% em 2008.


O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do MEC, foi de 3,8 (2005) para 4,2 (2007), ultrapassando a meta oficial de chegar a 3,9.


O contraste entre os números indica que talvez seja prudente confiar mais nos indicadores nacionais para avaliar a evolução da educação no Brasil. Sejam quais forem os dados, no entanto, os avanços no ensino fundamental já não são suficientes para responder às necessidades imediatas do país.


Pesquisa do Ipea divulgada na semana passada indicava que, em 2007, apenas metade dos 10,2 milhões de jovens de 15 a 17 anos cursava o ensino médio ou já havia concluído essa fase de estudos. O restante ainda frequentava as séries do ensino fundamental ou já havia abandonado a escola. Sem descuidar das conquistas nos primeiros anos de estudo, é aí que devem se concentrar agora as atenções da sociedade e do governo.

2 comentários:

Fábio Mayer disse...

Enquanto o conceito de MÉRITO não voltar à escola brasileira (e até à sociedade brasileira) a educação só vai piorar. Quem estuda sabendo que não vai reprovar simplesmente assiste aulas, não se esforça para mais nada.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Concordo contigo, mas isso parece ser tão "politicamente incorreto"..