Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Charme do Feio e do Decadente


A pitoresca Kreuzberg,  bairro alternativo e turco de Berlim

Nosso amigo Terráqueo que mora na periferia de Genebra esteve, no último fim de semana, em Londres. Leio no seu concorrido Blog o seguinte comentário.

Nessa minha última viagem tive o apoio de um amigo super descolado, que embora seja brasileiro, conhece como poucos, não só a Londres jurídica mas também a Londres do “beautiful people”. Eu sei que a expressão é péssima, totalmente incorreta politicamente, mas eu gosto é de gente bonita, cidade bonita, histórias bonitas, quadros bonitos. Não gosto de nada feio, triste ou cinza. Sou um esteta. Um dos lugares que me levou foi um simpático restaurante italiano em Chelsea chamado La Famiglia. A comida é ótima e é freqüentado pelos moradores do bairro em um ambiente que lembra o do Carlota de São Paulo. Uma coisa bem Terráqueo.

Meu pitaco.

Gosto - e muito - da cidade do "beautiful people", mas confesso que tenho certa  admiração pelo  decadente e pelo  feio que gera certos movimentos underground, alternativos e de vanguarda. NYC seria muito chata se fosse apenas a Park Avenue. Berlim seria um porre se não fosse Kreuzberg. O que seria de Bs. As. sem a Boca, de Lisboa sem o Alfama? Será que o Riiio teria o charme que tem sem as pitorescas favelas da zona sul?

4 comentários:

Terráqueo disse...

Maia,

Concordo contigo que o feio tem seu charme. Mais do que isso, evoca soluções criativas e inovadoras, que sem dúvida alteram os conceitos estéticos e muitas vezes trazem melhorias. Mas acho que o Rio, em especial, ficaria bem mais charmoso "e seguro" sem as favelas. Não vejo charme algum na Rocinha ou Complexo do Alemão. Aliás, se eu fosse um turista e chegasse no Galeão ficaria apavorado. Uma coisa é a vida simples em comunidades, outra coisa é a feiúra da miséria que transforma inteligentes cariocas em serem miseráveis, violentos e desdentados. Mas, reitero, a estética da feiura e do grotesco tão em voga hoje em dia não me agrada.

Bípede Falante disse...

Maia, mas quanta hipocrisia. O Rio seria mais lindo ainda sem as favelas, isso sem falar na segurança.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Não vejo novela, mas ontem dei uma espiada na novela das 8 quando a Tais Araújo subia com uma amiga uma favela na zona sul do Riio. Gostaria de fazer o mesmo. Acho bem pitoresco. O que os governos devem fazer é urbanizar as favelas do Rio. Transformar, por exemplo, o Vidigal e a Rocinha numa espécie de Positano, ali na costa amalfitana italiana, com casinhas coladas uma a uma.

Bípede Falante disse...

Mas agora enlouqueceu! Favela ser Positano é praticamente um delírio.