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Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Paranóia Latino Americana



Muito boa a matéria do Ricardo Bonalume Neto na Folha sobre a paranóia latino-americana em relação às bases na Colômbia.

Presença na Colômbia é ínfima perto de ação militar global dos EUA



Forças Armadas americanas usam 761 instalações de cerca de 40 países e têm 300 mil homens atuando no exterior. Na Colômbia, EUA já usam hoje 45 instalações, às quais se somariam as sete bases que detonaram uma crise regional na América do Sul

Se dependesse da retórica do líder venezuelano Hugo Chávez, a ampliação do número de militares americanos na Colômbia, de cerca de 250 para no máximo 800, e impedidos pelo Congresso dos EUA de atuar em missões de combate, seria o início da invasão da América do Sul pelos "gringos".
Os EUA têm em torno de 1,5 milhão de homens nas Forças Armadas. Desse total, cerca de 300 mil estão no exterior, cerca de metade dos quais em dois países em conflito -Iraque e Afeganistão. A outra metade, porém, está espalhada por praticamente todos os países do planeta, se forem contados adidos militares, observadores em missões de paz e fuzileiros navais servindo como guardas de embaixadas.
Há "instalações" usadas pelos militares dos EUA em cerca de 40 países, algumas das quais merecem ser chamadas de bases militares. O termo pode significar desde um pequeno grupo tomando conta de um radar meteorológico no oceano Ártico como uma enorme base aérea, naval ou do Exército com milhares de soldados, dezenas de aviões e capacidade de apoiar uma esquadra.
Os EUA não são apenas o "policial" do mundo e responsáveis por 43% ou 44% dos gastos militares globais. Suas Forças Armadas são também grandes proprietárias de imóveis. O Pentágono, convém lembrar, é o edifício de cinco lados que serve de sede ao Departamento da Defesa, localizado em Arlington (Virgínia), cidade vizinha a Washington. Trata-se do maior conjunto de escritórios do planeta. Ali trabalham 26 mil pessoas circulando por 28,2 km de corredores.
Essa enorme burocracia adora relatórios. Um deles, não confidencial, é o "Base Structure Report" (relatório da estrutura de bases). A última edição informa que os militares americanos têm à sua disposição o uso de 316.238 prédios ou estruturas em 5.429 instalações pelo planeta -incluindo as sete temidas por Chávez, de um conjunto de 761 instalações no exterior.
Apesar de estarem há longos anos ajudando a Colômbia a combater a guerrilha de esquerda narcotraficante das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), os americanos compraram apenas 45 edifícios no país para seus militares e civis se alojarem e trabalharem.
Já no país recordista de instalações americanas, a Alemanha, o Departamento da Defesa é proprietário de 859 edifícios -além de alugar outros 182, e utilizar outros 1.116 de outras formas. Há 55.147 militares dos EUA na Alemanha.
Os números são imprecisos, pois o pessoal que trabalha nas instalações flutua ao longo do ano e por conta de decisões políticas. Acessos a bases estrangeiras fecham e abrem de acordo com múltiplas variáveis. Foi justamente o fechamento da base em Manta (Equador) que motivou o aumento da presença na Colômbia.
O número total tem diminuído nos últimos tempos. Eram 5.543 instalações em todo o mundo, segundo o relatório de 2004 -114 a mais do que atualmente. Caíram principalmente nos países que eram os principais anfitriões de tropas americanas na Guerra Fria -de 306 para 268 na Alemanha, de 158 para 124 no Japão e de 105 para 87 na Coreia do Sul.

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