Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Pegando Fogo




Gosto deste turbilhão. É assim que o país cresce. É assim, também e infelizmente, que se constroi democracias: com crises políticas. Estamos vivendo no Rs algo inusitado: o MPF pede a saída de uma governadora de seu cargo. Com base em quê? Nos desdobramentos das operações Rodin e Solidária que abriram uma imensa ferida no governo tucano da Yeda. Essa ferida não cicatriza mais.

Quais os fatos até então divulgados?

O que se sabe - até o momento -- é que Lair Ferst faz delação premiada com o MPF. Lair arrecadou grana de campanha na surpreendente eleição de Yeda, mas ela parece não ter retribuído com o que ele imaginava. Deve ter testemunhado a história -- mal contada -- da casa.

É certo também que foi no governo Yeda que a empresa dos parentes de Lair que atuavam como terceirizadas do Detran foram dispensadas. Lair foi sacado do esquema que foi descoberto pela Policia Federal e que prendeu Lair e bloqueou seus bens.

A RBS divulgou as ligações que mostravam que Lair estava insatisfeito com Yeda e estava mexendo os pauzinhos para voltar ao esquema. Mas o Detran é do PP, diziam.

Amargurado, deprimido e sem grana Lair aceitou qualquer tipo de proposta e abriu a boca, inclusive antecipando para a revista Veja os desdobramentos de hoje.

Até que ponto Yeda está envolvida?

Essa é a questão principal, apesar de achar que o estrago está feito e não tem volta. O fato pode causar sérios abalos nas pretensões de José Serra de conseguir êxito significativo no Rio Grande do Sul. O estrago pode ser grande.

O diabo é que os membros do MP não detalharam nada, não se sabe que desdobramentos e que provas são essas. Para envolver o nome de uma governadora a prova deve ser cabal, forte e quase inconteste. A rainha das provas dos tempos modernos é a gravação telefônica, o que ali está dito, está dito. Não há desculpa, não há defesa, porque dificilmente pode haver interpretação pela frase dita de forma clara. Talvez exista gravação comprometedora envolvendo a governadora, mas tudo isso pode ser, também, um quebra cabeça sem nexo de ilações.

Não se pode esquecer que muitas ações de improbidade administrativa são julgadas improcedentes. Os nobres procuradores não estão acima do bem e do mal. Eles devem ter o dever e a responsabilidade (este aspecto é fundamental) de construir uma tese razoável, sensata, crível. O que não se pode admitir é os procuradores envolverem a governadora com base em ilações impressionantes, em ligações de fato questionáveis, em argumentos que não são razoáveis.

Existe contra a governadora a figura de seu marido, Carlos Crusius, também envolvido. O casal -- dizem -- se separou. Ele é réu da mesma ação. É possível que alguma conversa envolvendo Crusius seja comprometedora. Isso pode ter ocorrido. Pode estar aí o núcleo de tudo isso. Os negócios do marido envolviam a governadora? Tudo indica que sim.

A tão questionada grande mídia -- que está em cima de todos os detalhes -- deve conseguir os termos da petição inicial -- ligada por hiperlink com as conversas de audio-- que espero possa ser analisada por todos.

Aguardemos.

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