Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Batata Quente e Rojão


As notícias de Dubai dizem que "O chefe de uma aliança de grupos armados sunitas controlada pelo braço iraquiano da rede Al-Qaeda pediu ao próximo presidente dos Estados Unidos que adote uma política de "neutralidade" e retire as tropas dos países muçulmanos, em uma gravação divulgada nesta sexta-feira.


Afinal, está todo mundo perguntando: o que fará Obama em relação ao Iraque?

A batata quente está na mão do líder pop.

E que batata!


A solução só pode ser diplomática. O caminho é entregar a batata quente para a ONU.


Se Obama determinar a retirada das tropas vai dar a impressão de que o Iraque foi um segundo Vietnam.

Ninguém gosta de ser o lider da capitulação.

Isso ele não vai fazer.


As questões se resolvem gradualmente. O gesto que Obama deve fazer é fixar prazos para retirada e tentar alimentar e melhorar o exército iraquiano - que de tão fraco não vai conseguir aguentar o rojão da tirania.

4 comentários:

Anônimo disse...

Foi a maior cagada dos últimos tempos ter entrado lá. A única coisa que mantinha mal e porcamente a integridade do lugar era uma ditadura violentíssima. Era um povo unido pela tirania. Essa é a única forma de governo que entendem e aceitam. Além das três divisões principais (xiitas, sunitas e curdos) cada uma delas ainda possui uma infinidade de grupelhos radicais. E tribos! Clãs familiares que no interior funcionam com algo que mais parece um sistema feudal.

E os americanos invadem com o objetivo de... levar a democracia?! A guerra foi perdida antes de iniciar. Se o objetivo era realmente o de democratizar aquele lugar, então foi tudo em vão. Democracia não é algo que se enfia por força de armas. Para germinar, a democracia precisa de uma longa preparação e um mínimo de maturidade social.

Anônimo disse...

O que os americanos teriam que fazer seria organizar o país de modo que nenhuma das três etnias (os curdos em sua maioria são islâmicos, mas possuem um bom número de cristãos, e traços culturais próprios) institua tirania sobre as outras. Que os grupos militantes fossem declarados proscritos. Que as forças de segurança contassem com um número igual de representantes de todos os grupos.

Mas é uma batalha perdida. No momento em que os americanos tirarem os pés do país, os curdos vão se refugiar no norte enquanto sunitas e xiitas irão se digladiar pelo país. É provável que os xiitas assumam controle sobre a maior parte do país e o Irã conquiste uma enorme influência na região. O país vai se tornar um criadouro de terroristas internacionais e o verdadeiro problema vai começar.

Renato Gimenes disse...

Parece que a jogada dos EUA com Obama será a seguinte:

a) manter as tropas lá, mas com retirada cada vez maior de efetivos; dar a soberania ao Iraque; as tropas americanas ficarão lá, mas sem poder de ataque contra outros países;

b) fazer o que Bush Jr. não fez: resolver de vez a questão da Al Quaeda, acabando com esses caras lá no Afeganistão - que voltou a ter guerra, com o Talebã, Bin Laden etc etc transformando aquilo num inferno pior do que já.

Comentei um artigo do New York Times que fala justamente sobre isso.

Parabéns pelo Blog! Achei ele ótimo.

Renato
www.ofimdahistoria.orgfree.com

Carlos Eduardo da Maia disse...

Charlie e Renato, é cedo para chegar a conclusão de que a guerra do Iraque foi uma guerra perdida. O certo é que os americanos não tinham motivos para invadir o Iraque, mas invadiram. E agora, como sempre ocorre, a ONU vai ter que tomar as iniciativas, como faz no Haiti. Não sei exatamente como está hoje a situaçaõ do exército iraquiano, mas se os EUA saírem de lá a intolerância pode tomar conta do poder, assim como ocorre no Irã.
Samuel Huntington continua tendo razão: existe sim choque de civilizações... Renato, bem-vindo ao depósito. Vamos trocar figurinhas. Charlie, continue comentando....