Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Quem São Os Bons e Maus Servidores?


Servidores, prêmios e punições

Clóvis Rossi


Perguntei um dia ao escritor Fernando Morais, então secretário da Educação de São Paulo, se sua secretaria tinha controle de qualidade sobre os professores/ funcionários capaz de saber quais eram os servidores dedicados e quais os relaxados.Não tinha. Nem tem.Suspeito que seja uma das razões, eventualmente a principal, de o serviço público ter imagem muito ruim no Brasil todo -e, de resto, em vários outros países. Se o "chefe" não sabe quem trabalha direito e quem não, não pode aplicar incentivos ou punições.Por isso, é um passo adiante o projeto que o governador José Serra enviou à Assembléia Legislativa prevendo avaliações de desempenho para uma parcela do funcionalismo. Mas é muito pouco: cobre apenas 7% dos 777 mil servidores públicos estaduais.Não consigo ver justificativa para que delegados ou professores fiquem fora do processo, a não ser a de que são setores fortes o suficiente para opor dura resistência de caráter corporativo à avaliação. Então, como é da praxe no Brasil, opta-se pelo mais fácil.Pena. Defender a avaliação seria do interesse dos próprios funcionários competentes e interessados na carreira. É a melhor chance de terem seu mérito reconhecido.É curioso que a iniciativa de Serra seja simultânea a um projeto apresentado pelo governo italiano e que obteve apoio da oposição, fato insólito em um cenário político de polarização radical.O projeto italiano é mais ousado que o paulista ao prever uma ofensiva contra quem trabalha pouco e um monitoramento aperfeiçoado da produtividade.Lá, como cá, vale o que escreveu o jornal econômico "24 Ore": há baixa correlação entre produtividade e prêmio ou falhas e punição. Ou se estabelece uma correlação adequada, ou a má imagem do serviço público se acentuará.

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