Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Espinafrando

Leio no Diário Gauche de hoje diversos posts. O primeiro deles diz respeito aos ganhos de produtividade do PIB brasileiro que não se refletem nos ganhos salariais.

Os outros posts dizem respeito à Aracruz e ao Daniel Dantas e que são comentados nos posts seguintes.




Ganhos de produtividade medidos pelo PIB per capita não se traduziram em ganhos salariais.

Apenas uma pequena parte dos ganhos com o crescimento da economia do Brasil, registrados no Produto Interno Bruto (PIB, soma de toda a riqueza produzida no país em um ano) entre 1995 e 2007 foi repassada para o salário dos trabalhadores brasileiros. É o que indica o Relatório Mundial sobre Salários 2008/2009, divulgado ontem pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). A informação é da Agência Brasil.Ao passo em que o PIB per capita cresceu 16% nesse período, o rendimento médio real dos trabalhadores registou uma queda de 6%. “Significa que os ganhos de produtividade medidos pelo PIB per capita não se traduziram em ganhos salariais”, afirma Laís Abramo, diretora do escritório da OIT no Brasil.No período entre 2001 e 2007 também caiu o percentual do PIB composto pelos salários, registrando uma média de 37%.Laís Abramo disse que a principal perda se deu durante os anos de 1990, quando foi registrada uma piora em praticamente todos os indicadores sociais. Já de 2004 a 2008 se verificou um ganho de 15,6% no rendimento médio dos trabalhadores, que colaborou para diminuir a desigualdade salarial entre os empregados. “Esse aumento é muito importante, mas ele não chega a compensar o nível salarial existente em 1995”, informou.De acordo com a OIT, um fator que colaborou para esse crescimento no nível salarial no Brasil foi um processo de valorização do salário mínimo desde o início dos anos 2000, especialmente a partir de 2004. Daquele ano até 2008, o crescimento médio foi de 10%, num total de aumento em 43%. De 2000 a 2008, esse percentual foi de 50%, em termos reais.“O aumento real do salário mínimo contribui para a redução das desigualdades salariais entre homens e mulheres e brancos e negros, se é verdade que há uma maior concentração de mulheres, em relação aos homens nos estratos inferiores da pirâmide salarial, no caso da comparação entre negros e brancos isso é ainda mais verdade”, afirmou.Na questão salarial ligada ao gênero, de acordo com números da OIT, se em 1995 as mulheres recebiam em média 62% do salário dos homens, em 2006 essa proporção passou a 71%. Já na questão ligada à raça, o avanço foi menor. Em 1995 os negros recebiam 49% do que recebiam os brancos. Em 2006, recebiam 53%.Outro dado significativo é a queda no percentual de trabalhadores que recebem menos que o mínimo (de 29,8% em 1992 para 21,6% em 2006) e o aumento do percentual daqueles que recebem exatamente o mínimo (de 6,1% em 1992 para 13,4% em 2006).Outro ponto destacado no estudo é o fortalecimento da negociação coletiva no país, com 96% das negociações alcançando reajustes acima da inflação em 2006. Apesar de não ser possível determinar com segurança qual a cobertura dessa instituição no país, porque, ainda que o percentual de trabalhadores sindicalizados seja baixo, os acordos coletivos acabam beneficiando toda a categoria, mesmo os que não estão ligados às instâncias sindicais.Segundo Laís Abramo, a conclusão é que “as instituições [do mercado de trabalho] em geral, e essas duas em particular, são muito importantes para a garantia do bem-estar dos trabalhadores e para uma melhor distribuição de renda e das riquezas e benefícios do desenvolvimento econômico”.
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Já os ganhos do capital financeiro, dos especuladores e rentistas...
Coisas do lulismo de resultados.

Meu comentário:


Essa é uma das tendências da sociedade de serviços. Aquele trabalho de carteira assinada, regulado pela CLT, ordenamento de novembro de 1943, impossível de ser flexibilizado, está dando lugar a outro tipo de trabalho, sob a forma de a prestação de serviços que não é uma relação trabalhista, mas de direito obrigacional.

Mas certa esquerda vem a tona com o discurso furado da exploração da"taxa de mais valia" e depois eles não entendem porque seu discurso não cativa mais o coração e as mentes dos brasileiros. Ninguém está interessado em mais valia, porque todo mundo está careca de saber que o empreendedor tem que ter sim o necessário lucro. E o empreendedor não é mais aquele gordo pançudo de charuto na boca. Essa atividade se diversificou, se pluralizou, se simplificou. Empreendedor é dono do armazém da esquina, o zé do cachorro quente, o profissional liberal sócio do escritório etc.
O dono do armazém quer ser dono de um supermercado de periferia. O Zé do Cachorro quente quer ser dono de uma rede de carrocinhas. O profissional liberal que tem seus negócios em Porto Alegre quer abrir seu escritório em Novo Hamburgo, Caxias e São Paulo. O mínimo quer ser pequeno, o pequeno quer ser médio, o médio quer ser grande e o grande quer ser enorme. Entre o Zé Ermírio e o dono do armazém têm um número imenso de pessoas que estão empreendendo. E não é meia dúzia. É uma imensidão. E são essas pessoas que fazem circular o capital no Brasil, aumentando o PIB, gerando empregos, impostos e renda. Por isso tenho verdadeira ojeriza a esse discurso medíocre e carregado de preconceito contra o capital.

2 comentários:

PoPa disse...

Mas tem outro dado importante que este povo não dá atenção: A arrecadação do governo federal cresceu muito mais que o PIB... Não se pode esquecer que no salário tem que estar embutido o custo real das empresas, incluindo as leis sociais e o custo Brasil dos direitos trabalhistas. Quem não conhece empresário que quebrou por causa de uma ação trabalhista?

Carlos Eduardo da Maia disse...

O que é irritante, Popa, no discurso de certa esquerda é que eles não têm a mínima noção de como funciona uma empresa.Eles simplesmente detestam qualquer tipo de espírito empreendedor. São uns medíocres.