Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

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quarta-feira, 2 de julho de 2008

A OSPA tem Mais é que se tornar OSCIP mesmo!




O diario gauche de hoje vem com a seguinte pérola. O assunto é Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, OSPA. Depois eu volto.

A naturalidade com que anunciam a orquestra sem-teto

É notável o cinismo como o PIG de bombachas está encarando o fechamento do teatro da Ospa (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre), fundação autárquica vinculada à Secretaria Estadual da Cultura.
O fechamento do teatro – da casa – da Ospa é um fato grave, porque expressa o valor que é conferido à produção de bens culturais não só pelo atual governo estadual, mas sobretudo pela própria elite econômica regional. No caso, o valor atribuído é próximo do zero, evidenciando bem a rasteira estatura cultural da burguesia maragata e seu governicho da hora.
Os jornais de hoje não procuram os responsáveis diretos por esse descaso, tratam o assunto como se fora parte da lei biológica do nascer/crescer/amadurecer/morrer. Tudo fica naturalizado e a mídia local apassiva-se com o sepulcral silêncio da secretária de Cultura, Mônica Leal, e da própria governadora Yeda Crusius.
O governo Yeda se cala porque se recusa a esclarecer a comunidade cultural do Estado sobre os destinos da Fundação Ospa. Essa autarquia está sentenciada, segundo se sabe, a ser uma futura Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), portanto, está predestinada a ser rifada na bacia das almas para administradores privados quaisquer, muito embora, os seus músicos continuem a ser funcionários públicos com os proventos pagos pelo Estado.
Como se pode notar, tudo é incerto e sombreado no governo Yeda, menos a manobra que a governadora está fazendo para majorar os seus próprios ganhos em 143%.
Mas – partindo desta governadora – nada mais pode nos surpreender. Nada. Nem uma orquestra sinfônica de sem-teto.

Voltei.
A OSPA tem mais é que se tornar OSCIP mesmo. A Filarmônica de Berlim é uma parceria do município de Berlim com o Deutsche Bank. E a Filarmônica de Berlim é a Filarmônica de Berlim. Qual o problema de uma orquestra sinfônica ser uma OSCIP? Quer dizer então que qualquer parceria que se faça entre o público e o privado vai gerar uma fraude do Detran? Este tipo de raciocínio é medíocre e reducionista. O Estado do RS está completamente falido. Paga péssimamente seus professores de escola pública e ainda vai ter que gerir uma orquestra sinfônica? A OSPA precisa de uma nova casa, mas os ambientalistas não querem que ela seja construída no parque harmonia. Os projetos emperram, os recursos são curtos e este é o Brasil de nossos dias. Nada sai do papel, tudo fica preso na burocracia e a patrulha ideológica do nada critica a OSPA porque ela vai ser parceira com a iniciativa privada... Francamente.
Sobre OSCIP um bom artigo do secretário Fernando Schuler aqui.

Um comentário:

PoPa disse...

Em primeiro lugar, o que significa a sigla OSPA? Por que TODOS os gaúchos teriam que sustentar um teatro somente para uma elite portoalegrense? E, claro, uma oscip poderá dar melhores condições, pois livraria a OSPA dos rigores da lei de licitações, concursos e outras, fazendo com que fosse mais ágil e moderna. Corrupção pode haver em qualquer lugar e em qualquer formato. Para ser autosuficiente, somente se for uma entidade como proposto.