O nordeste brasileiro foi o principal cabo eleitoral da ditadura militar. Era ali, no nordeste, que o povo votava na Arena e no PDS, enquanto que nas grandes cidades do sul e do sudeste, o voto ia para as urnas do MDB e depois PMDB. Foi com base nisso, para fortalecer o poder dos governos militares, que sua eminência parda e estrategista político, Golbery do Couto e Silva, montou o atual sistema de representação política no Brasil que prejudica, sobremaneira, os estados do sul e do sudeste.
Hoje o nordeste não é mais da Arena e nem do PDS, o nordeste é do PT. No segundo turno das eleições presidenciais de 2006, Lula obteve 77,10% dos votos no Nordeste, contra 22,9% do tucano Geraldo Alckmin. Na Bahia, por exemplo, Lula obteve 78% dos votos em 2006 e 65% em 2002, quando se elegeu superando José Serra. Em Pernambuco levou 57% dos votos em 2002 e na votação seguinte ampliou a vantagem para 78,5%.
E Lula está passando esta semana no interior do nordeste, ao longo do Rio São Francisco, como fez a coluna Prestes, visitando as grandes cidades da região e fazendo comícios eleitorais - levando, evidentemente, seus dois candidatos, Dilma e Ciro. A favorita é Dilma. É fundamental para o governo Lula que Dilma tenha a mesma consistência eleitoral de Lula, na região, exatamente para contrapor os votos que vêm do sul e do sudeste que não devem ser tão favoráveis à ministra da Casa Civil.
Olha a eleição de 2010 começando, gente!
Um comentário:
Um dos muitos problemas do Brasil é o Nordeste. Na verdade, não é exatamente do Nordeste, mas da forma como a União funciona que acaba favorecendo a região que possui maior número de estados, independentemente de sua população ou contribuição. E não vejo como isso vá mudar algum dia, já que os interesses envolvidos são poderosos.
É um dos problemas que só poderia ser resolvido com uma guerra civil bem sangrenta.
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