Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A Baixaria Nessas Eleições Tem Lado Bem Definido

Angeli

Quem  chegou primeiro o ovo ou a galinha?
Quem incentiva a baixaria nessas eleições: o PT ou PSDB?
Dizem que essas perguntas não têm resposta.
Mas elas têm.
Como sou agnóstico e acredito na ciência,
o ovo veio antes da galinha.
E quem incentiva a violência e a baixaria tem lado bem definido.
Quem é que joga pobres contra os ricos?
Quem é que alimenta o antagonismo social?
Quem se acha o dono da dignidade e da boa moral?
Quem se acha o bambambam da boa administração?
Quem se acha o dono da opinião pública?
Quem morre de medo de perder a boquinha do poder?
Esses -- que estão hoje em cima sentadinhos na cadeira do poder e ameaçados de perder a boquinha -- é que fomentam a baixaria.

6 comentários:

guimas disse...

A diversão é infindável! Vou responder.

Quem é que joga pobres contra os ricos?
Qualquer partido político que consiga isso. Antes, era o PFL e o PSDB, hoje, é o PT. Mas isso é irrelevante.

Quem é que alimenta o antagonismo social?
A existência de classes sociais tão díspares alimenta o antagonismo. O protagonista nesse antagonismo não é nenhum partido político.

Quem se acha o dono da dignidade e da boa moral?
Todo mundo.

Quem se acha o bambambam da boa administração?
Todo mundo. Como parênteses, curioso perguntares isso quando o teu candidato se auto-proclama "o mais bem preparado".

Quem se acha o dono da opinião pública?
A grande mídia, com seus "formadores de opinião".

Quem morre de medo de perder a boquinha do poder?
Todo mundo que está no poder. Oras, o FHC até comprou a emenda da reeleição por isso!

E quem fomenta a baixaria são as duas campanhas. Curioso que ignoras que o teu candidato o faz todos os dias, toda hora. Muito curioso.

Diversão infindável!

guimas disse...

Mas, e me esqueci de dizer, o mais importante é isso: a despolitização da campanha tem origem bem definida: a grande imprensa.

O simples fato de o JN ter dado sei lá quantos minutos na defesa de José Serra é, por si só, um tapa na cara de todos os brasileiros.

A Globo saiu, descaradamente, em defesa de Serra. A torcida tucana delirou. A petista torce o nariz. Os que não têm torcida, ou ignoram, ou, como eu, ficam indignados com a irrelevência do assunto.

A oposição acha que a despolitização da campanha é o melhor para se eleger. Deve ser porque abandonaram a política faz uns anos.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, uma sociedade não evolui alimentando antagonismos sociais. Esse negócio de coisa de rico e coisa de pobre é tremendamente irritante e agressivo. E o PT está fazendo esse discurso -- que nunca fez nas campanhas eleitorais vitoriosas de Lula -- direto agora. O Brasil até pode ter grandes diferenças sociais
, mas isso não é culpa nem de Serra e nem de FHC. O que importa é olhar para a frente e fazer políticas de inclusão social sem alimentar antagonismos. Eu realmente tenho grande receio que Dilma resolva radicalizar, até porque os radicais da nossa esquerda estão bem alinhadinhos com ela. E os radicais de direita (engraçado, mundo de hoje não existe nenhuma ditadura de direita) não fedem e nem cheiram. E Serra, como bem se sabe, não é de direita.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, quando o PFL e PSDB jogaram ricos contra os pobres? Isso seria uma aberração política.

guimas disse...

"Guimas, uma sociedade não evolui alimentando antagonismos sociais. Esse negócio de coisa de rico e coisa de pobre é tremendamente irritante e agressivo. E o PT está fazendo esse discurso..."

Ó, de novo: Serra também faz este discurso de "governo para os pobres". Aliás, tu mesmo, aqui no depósito, diz costumeiramente que metade da população que vota em Dilma é analfabeta e semi-analfabeta - coisa comum nos mais pobres.

"O que importa é olhar para a frente e fazer políticas de inclusão social sem alimentar antagonismos."

Mas fazer política de inclusão social - como o bolsa-família - por si só alimenta o antagonismo. Quantas vezes tu não ouviste alguém falar que "sustentamos esse vagabundos com nosso dinheiro"? Mônica Serra chamou o Bolsa-família de "bolsa-vagabundagem". E isso não é alimentar antagonismos?

E uma parte de nossa classe média porto-alegrense, que se acha melhor-em-tudo-no-mundo, que é anti-petista até debaixo dágua, não antagoniza com os pobres?

Assim fica fácil: ignoras os erros dos tucanos e debita os problemas nos petistas.

"E Serra, como bem se sabe, não é de direita."

É, mas entregou a campanha pra turma que radicalizou com tudo - religião, aborto, homossexualismo, Dilma terrorista. Turma essa que está alimentando os antagonismos com tudo o que pode.

De novo, é fácil comparar os erros do PT com os acertos dos tucanos e declarar um vencedor.

Anônimo disse...

Do Escrevinhador

O dia em que até a Globo vaiou Ali Kamel

Passava das 9 da noite dessa quinta-feira e, como acontece quando o “Jornal Nacional” traz matérias importantes sobre temas políticos, a redação da Globo em São Paulo parou para acompanhar nos monitores a “reportagem” sobre o episódio das “bolinhas” na cabeça de Serra.

A imensa maioria dos jornalistas da Globo-SP (como costuma acontecer em episódios assim) não tinha a menor idéia sobre o teor da reportagem, que tinha sido editada no Rio, com um único objetivo: mostrar que Serra fora, sim, agredido de forma violenta por um grupo de “petistas furiosos” no bairro carioca de Campo Grande.

Na quarta-feira, Globo e Serra tinham sido lançados ao ridículo, porque falaram numa agressão séria – enquanto Record e SBT mostraram que o tucano fora atingido por uma singela bolinha de papel. Aqui, no blog do Azenha. você compara as reportagens das três emissora na quarta-feira. No twitter, Serra virou “Rojas”. Além de Record e SBT, Globo e Serra tiveram o incômodo de ver o presidente Lula dizer que Serra agira feito o Rojas (goleiro chileno que simulou ferimento durante um jogo no Maracanã).

Ali Kamel não podia levar esse desaforo pra casa. Por isso, na quinta-feira, preparou um “VT especial” – um exemplar típico do jornalismo kameliano. Sete minutos no ar, para “provar” que a bolinha de papel era só parte da história. Teria havido outra “agressão”. Faltou só localizar o Lee Osvald de Campo Grande. O “JN” contorceu-se, estrebuchou para provar a tese de Kamel e Serra. Os editores fizeram todo o possível para cumprir a demanda kameliana. mas o telespectador seguiu sem ver claramente o “outro objeto” que teria atingido o tucano. Serra pode até ter sido atingido 2, 3, 4, 50 vezes. Só que a imagem da Globo de Kamel não permite tirar essa conclusão.

Aliás, vários internautas (como Marcelo Zelic, em ótimo vídeo postado aqui no Escrevinhador) mostraram que a seqüência de imagens – quadro a quadro – não evidencia a trajetória do “objeto” rumo à careca lustrosa de Serra.

Mas Ali Kamel precisava comprovar sua tese. E foi buscar um velho conhecido (dele), o perito Ricardo Molina.

Quando o perito apresentou sua “tese” no ar, a imensa redação da Globo de São Paulo – que acompanhava a “reportagem” em silêncio – desmanchou-se num enorme uhhhhhhhhhhh! Mistura de vaia e suspiro coletivo de incredulidade.

Boas fontes – que mantenho na Globo – contam-me que o constrangimento foi tão grande que um dos chefes de redação da sucursal paulista preferiu fechar a persiana do “aquário” (aquelas salas envidraçadas típicas de grandes corporações) de onde acompanhou a reação dos jornalistas. O chefe preferiu não ver.

A vaia dos jornalistas, contam-me, não vinha só de eleitores da Dilma. Há muita gente que vota em Serra na Globo, mas que sentiu vergonha diante do contorcionismo do “JN”, a serviço de Serra e de Kamel.

Terminado o telejornal, os editores do “JN” em São Paulo recolheram suas coisas, e abandonaram a redação em silêncio – cabisbaixos alguns deles.

Sexta pela manhã, a operação kameliana ainda causava estragos na Globo de São Paulo. Uma jornalista com muitos anos na casa dizia aos colegas: “sinto vergonha de ser jornalista, sinto vergonha de trabalhar aqui”.

Serra e Kamel não sentiram vergonha.