Fiquei muito feliz em saber agora que Mário Vargas Llosa recebeu o Nobel de Literatura de 2010. Prêmio mais do que merecido. Trata-se de um grande escritor e homem de admirável sensibilidade.
Ele disse hoje que "Não pensava que sequer estava entre os candidatos", disse o escritor de 74 anos em Nova York, na primeira reação após receber a notícia do prêmio, segundo site Terra.
“Eu quisera que meus livros fossem lidos como eu li os romances de que gosto. Os romances que me fascinaram, mais do que entrar pela inteligência, através do puro intelecto, da pura razão, me enfeitiçaram literalmente, quer dizer, se converteram em histórias que de certa forma destruíram toda capacidade crítica em mim. E me faziam perguntar: O que vai acontecer? O que vai acontecer? Este é o tipo de romance que eu gosto de ler e este é o tipo de romance que eu gostaria de escrever. Então para mim é muito importante que todo elemento intelectual, que é inevitável que esteja presente em um romance, de alguma forma esteja dissolvido fundamentalmente em ações, em episódios que deveriam seduzir o leitor não por suas idéias, mas por sua cor, por seu sentimento, suas emoções, suas paixões, por sua novidade, por seu caráter insólito, pelo suspense e o mistério que possa emanar deles. Para mim, a técnica do romance é fundamentalmente conseguir isso, conseguir diminuir e, se possível, abolir a distância entre a história e o leitor. Nesse sentido eu creio que sou um escritor do século XIX. Para mim o romance continua sendo o romance de aventura, que se lê desse modo especial, tomado pela história”.
Essas palavras podem ser encontradas no livro de Ricardo A. Setti, Conversas com Vargas Llosa (Brasiliense, 1986) - Pescado do Blog Monte de Leituras de Alfredo Monte
Um comentário:
E o melhor de tudo, Maia, foi a entrevista dele no GNT contando que tratou o telefonema dando-lhe a notícia como se fosse trote e o comentarista falando de modéstia...sem perceber a ironia contra o ranço ideológico do comite...
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