Leio no Diário Gauche de hoje uma entrevista com o cientista político canadense Leo Panitch renomado teórico marxista, chefe do departamento de pesquisa em economia política comparada na Universidade de York. A história colocou abaixo o argumento anarquista e marxista de poder, de que seria possível promover o "achatamento" ou o "esvaziamento" do Estado. O sonho acabou e Panitch, aos 61 anos, não vê com clareza o que possa ser um caminho para o socialismo. A entrevista foi publicada pelo jornal Valor Econômico, no último dia 27/6.
Ele acredita que "um dia o MST se tornará um partido de esquerda alternativo ao PT"
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Meu comentário:
No Brasil de hoje, o pensamento dominante é de classe média. E essa classe média está aumentando no governo do PT. Paradoxalmente, essa classe média que aumenta ela não prega e nem está interessada no "agir revolucionário ou socialista". Muito pelo contrário, ela quer continuar inserida no mercado de trabalho ( e por isso ela não é contra o mercado e nem anticapitalista) e quer consumir os produtos do fetiche da mercadoria. Essa é a classe média que está sendo construída no Brasil administrado pelo PT. Não existe espaço hoje no Brasil para um partido de esquerda mais radical tomar conta do governo e do Estado. Primeiro, porque não vai ter votos. Demonstração cabal disso é que a Marta Suplicy em SP está tentando reconquistar os votos da classe média, que é mais conservador. Segundo, porque a classe média é vigilante, ela protesta, ela vai para as ruas, ela abre a boca, ela faz barulho. E o governo do PT está aumentando e alimentando essa nova classe média. É paradoxal? Sim, mas também é um avanço em relação a própria postura do PT como partido político que caiu definitivamente no pragmatismo. E, por isso mesmo, existe hoje no Brasil espaço para outros partidos de esquerda desempenharem aquele mesmo papel que o PT fazia quando oposição e é ai que deve entrar o MST, que deve largar de vez essa existência semiclandestina que é absolutamente impopular, como comentou recentemente o Zander Navarro e ingressar de vez na luta partidária. O MST quer tomar o poder no Brasil? Ok, mas que forme um partido político e tente conquistar os votos dos brasileiros.
Um comentário:
É. Eles podem formar um partido e concorrerem.
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