Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 20 de junho de 2008

Império da Chatice de David Lynch



Eu gostava de David Lynch. Gostei muito de Veludo Azul (Blue Velvet). Não perdia nenhuma série do Twin Peaks. E achei muito legal Coração Selvagem (Wild Heart) e História Real (Straight Story). Eu era fã de David Lynch. Sempre achei interessante aquela mistura do real e do imaginário. Aquelas cenas inusitadas de se achar uma orelha num terreno baldio em Veludo Azul ou daquele mistério angustiante de quem matou Laura Palmer? David Lynch sempre foi muito louco e aquela loucura cativava seus fãs. E lá pelas tantas, Lynch enveredou de vez para o lado louco da vida. É que esses filmes da fase anterior, os quais eu gostei, eles mesclavam, misturavam loucura, neurose e sonhos com razoabilidade, verdade, violência e mundo real e era isso, exatamente isso, que tornava interessante os filmes de Lynch. Lá pelas tantas ele começou a percorrer estradas perdidas, histórias irreais, trazendo muito mais o imaginário e o simbólico à tela do que o real. Foi isso o que eu senti no último filme de Lynch, o Império dos Sonhos (Inland Empire). Lynch ama de paixão a Laura Dern, ela fez zilhões de filmes com ele. Ela é boa atriz com aquela boca completamente torta e ela é o centro de toda a trama. Dern interpreta Nikki Grace, que é uma atriz de Hollywood que é interpreta a personagem principal de uma refilmagem de uma obra incompleta polonesa. A obra não terminou porque os atores principais morreram ao fazer o filme. E aí começa as alucinações, Dern começa a ter visões e confundir realidade com sonhos. Mas o mundo dos sonhos é fantasmagórico, claustrofóbico, apavorante com aquelas lâmpadas e ambientes decadentes da década de 50, típico de Lynch.



O filme dura três horas. Eu aguentei duas. O império dos sonhos virou o império da chatice. Não recomendo.

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