No Brasil, o governo militar confinou a sociedade civil em limites claustrofóbicos durante 20 anos. Com a volta da democracia, as fronteiras se estenderam até onde a vista não alcança. E aí está fincado o problema: quando as pessoas não enxergam os limites, não sabem quando parar. É natural que, depois de tanto tempo de repressão, ao finalmente experimentar a sensação de liberdade, os movimentos sociais cometam excessos, e os cometem - há quem invada prédios públicos e privados, há quem bloqueie estradas, quem deprede e destrua, há até quem roube. Usam de violência, enfim, e a violência é sempre ruim.
Os movimentos sociais precisam se manifestar, caso contrário se extinguem. Mas também têm de ater-se aos seus limites. No caso, o limite é a lei, palavra repetida amiúde pelo novo comandante da Brigada, o coronel Mendes. Lei. O coronel enfatiza que todos têm de se movimentar nas fronteiras da lei. É assim que é. Todos têm que, de vez em quando, ouvir aquela palavrinha que até um nenê é capaz de compreender: não.
Copiado e colado do artigo do David Coimbra da ZH de hoje.
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