Definitivamente, não se faz mais diplô como antigamente. Pois é, o jornal multinacional Le Monde Diplomatique sempre foi um ícone do pensamento inteligente de esquerda. Hoje o diplô, como é mais conhecido, é editado no Brasil e conta com o apoio de profissionais brasileiros (será que eles sabem onde fica o Brasil no mapa-mundi?).
Escrevo isso aqui para fazer uma crítica à linha editorial do diplô tupiniquim. Tá certo que o diplô é meio anticapital, antiEUA, mas pode utilizar argumentos mais convincentes nesse sentido. Não é o caso, do texto publicado recentemente na edição nacional, do Cláudio César Dutra de Souza, psicólogo clínico e da Silvia Ferabolli, professora de sociologia.
Ambos escreveram o texto Por que o Ocidente despreza o Islã.
O texto é longo e não tenho espaço para copiar e colar aqui. Mas em suma, ele faz uma crítica ao senso comum ocidental sobre o mundo do islã, retratado em livros como o escrito por Khaled Hosseini (O Caçador de Pipas e A Cidade do Sol) e o Livreiro de Cabul da norueguesa Asne Seierstad. Diz o texto sobre essas obras: parece cumprir muito bem o seu papel de (des)informar leigos pelo mundo sobre o que vem a ser o modus vivendi islâmico.
E mais, o mundo ocidental não é nenhuma pérola e, por isso, não tem nenhuma autoridade de atirar pedras nos seus irmãos muçulmanos. Exemplo, no mundo ocidental também existe fundamentalismo religioso: fanáticos judeus e suas intermináveis políticas fratricidas; fanáticos católicos irlandeses e norte-americanos; fanáticos amishes; um renascido em Cristo na Casa Branca e um Papa de passado duvidoso, tão ou mais fundamentalista em sua leitura tendenciosa do mundo contemporâneo quanto o mais caricato dos Aiatolás.
E a questão feminina? E as mulheres? As mulheres muçulmanas, com suas burcas submissas. Mas segundo o diplô tupiniquim, as mulheres ocidentais não são tão livres assim....O modo como as mulheres muçulmanas são tratadas constitui-se em um escândalo, como se em nossas sociedades as mulheres vivessem em um patamar de integridade absoluto e não fossem estupradas, agredidas e mortas, não bastando isso, ganhassem menos, mesmo trabalhando mais do que os homens, e ainda tendo de se submeter a todo o tipo de tratamento estético, cirúrgico e dietético que já ceifaram a vida de milhares de fêmeas modernas – mortes nas mesas cirúrgicas de lipoaspiração; morte por distúrbios alimentares como bulimia e anorexia; morte por intoxicação de produtos químicos fortíssimos que visam alisar, afinar, reduzir, rejuvenescer e infantilizar cabelos, corpos e mentes.
O Diplô brasuca quer comparar o incomparável. As religiões ocidentais se dissipam nas grandes cidades, ninguém é obrigado a cumprir as regras e leis da religião. Já, no mundo muçulmano, o Estado não é laico. Se o vivente ocidental quer colocar a virgem Maria numa burca, como já fizeram, ele assim pode fazer. Se um cidadão qualquer quiser desenhar o profeta Maomé ele é condenado a morte.
As mulheres muçulmanas são infinitamente mais submissas do que as ocidentais. Não é necessário prova provada. Culpa da religião e da cultura. Em alguns países elas são obrigadas a casar com a pessoa indicada pelo seu pai. O mundo ocidental está longe de ser uma grande perfeição, mas ele é muito mais democrático, muito mais aberto, muito mais livre do que o mundo islâmico.
É o inesgotável choque de civilizações que não é nenhuma ideologia, mas simples e pura constatação. É só ver para crer. O resto é tese barata para vender os diplôs da vida. Tem mercado para todos os gostos. Quem quer dinheirooooo?
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