O pessoal que frequenta o blog diario gauche está exaltado com a possibilidade de mudança na política econômica. Uma fulana de tal ao ler essa mensagem do gauche, disse que ganhou o dia:
As mudanças no IPEA são parte de um movimento maior que vem ocorrendo há algum tempo dentro do governo. Seu objetivo é claro: criticar e constranger a política monetária conduzida, até agora com autonomia, pelo Banco Central (BC). No limite, sua ambição é mudar o comando do BC e, assim, a política de juros e de câmbio, sepultando, de uma vez por todas, a "Era Palocci". As informações são do jornal Valor, de hoje.Está em curso uma tentativa óbvia de guinada na política econômica. Desde a saída de Palocci do Ministério da Fazenda, em abril de 2006, apenas economistas críticos das políticas monetária e cambial têm sido contratados pelo governo. Não se faz isso ao acaso. Mesmo os não-ortodoxos trazidos pela nova leva - notadamente, Carlos Kawall e Júlio Sérgio Gomes de Almeida - deixaram a equipe econômica por desconfiar dos rumos da política fiscal, âncora, em última instância, do modelo de estabilização adotado pelo país em 1999.Os economistas que pontuam na "Era Mantega" são críticos obstinados da política de juros. São eles: Nelson Barbosa (secretário de Política Econômica), Luiz Eduardo Melin (secretário de Assuntos Internacionais), Luciano Coutinho (presidente do BNDES), Paulo Nogueira Batista Júnior (diretor do Brasil no FMI), Arno Augustin (secretário do Tesouro), Marcio Pochmann (presidente do IPEA) e João Sicsú (diretor do IPEA).
Um resultado do cerco ao BC já é evidente. Ao substituir dois diretores do banco, o presidente Henrique Meirelles escolheu quadros da própria instituição. A tradição manda chamar gente de fora, de reconhecida competência e formação acadêmica. Ao optar por uma solução caseira, Meirelles praticamente eliminou o espaço para contestações e ataques ao Banco Central.
Comentário daquele que bebe todos os vinhos deste depósito:
Aposto uma caixa de bom malbec que Lula não vai mexer numa política que está dando certo. Lula pode ser tudo, mas ele não é burro. A política econômica vai continuar a mesma. A questão que está em debate, sobretudo após as demissões no IPEA de economistas que não estavam alinhados ao pensamento de Márcio Pochamann e João Siczú, é exatamente a implementação ou não de uma política de gastos públicos para alavancar o crescimento da economia. Esse tipo de política deve ser visto com certa cautela, sobretudo em período eleitoral e existe também o risco inflacionário dessa medida. E a inflação, como a gente bem sabe, engole o salário do trabalhador em poucos dias. Os venezuelanos que estão adotando esse tipo de política há algum tempo já estão sentindo na carne os efeitos de uma inflação que é a mais alta da América Latina, perto dos 20% a.a.. E estancar uma inflação elevada (e a consequente cultura inflacionária) não é tarefa fácil.
As mudanças no IPEA são parte de um movimento maior que vem ocorrendo há algum tempo dentro do governo. Seu objetivo é claro: criticar e constranger a política monetária conduzida, até agora com autonomia, pelo Banco Central (BC). No limite, sua ambição é mudar o comando do BC e, assim, a política de juros e de câmbio, sepultando, de uma vez por todas, a "Era Palocci". As informações são do jornal Valor, de hoje.Está em curso uma tentativa óbvia de guinada na política econômica. Desde a saída de Palocci do Ministério da Fazenda, em abril de 2006, apenas economistas críticos das políticas monetária e cambial têm sido contratados pelo governo. Não se faz isso ao acaso. Mesmo os não-ortodoxos trazidos pela nova leva - notadamente, Carlos Kawall e Júlio Sérgio Gomes de Almeida - deixaram a equipe econômica por desconfiar dos rumos da política fiscal, âncora, em última instância, do modelo de estabilização adotado pelo país em 1999.Os economistas que pontuam na "Era Mantega" são críticos obstinados da política de juros. São eles: Nelson Barbosa (secretário de Política Econômica), Luiz Eduardo Melin (secretário de Assuntos Internacionais), Luciano Coutinho (presidente do BNDES), Paulo Nogueira Batista Júnior (diretor do Brasil no FMI), Arno Augustin (secretário do Tesouro), Marcio Pochmann (presidente do IPEA) e João Sicsú (diretor do IPEA).
Um resultado do cerco ao BC já é evidente. Ao substituir dois diretores do banco, o presidente Henrique Meirelles escolheu quadros da própria instituição. A tradição manda chamar gente de fora, de reconhecida competência e formação acadêmica. Ao optar por uma solução caseira, Meirelles praticamente eliminou o espaço para contestações e ataques ao Banco Central.
Comentário daquele que bebe todos os vinhos deste depósito:
Aposto uma caixa de bom malbec que Lula não vai mexer numa política que está dando certo. Lula pode ser tudo, mas ele não é burro. A política econômica vai continuar a mesma. A questão que está em debate, sobretudo após as demissões no IPEA de economistas que não estavam alinhados ao pensamento de Márcio Pochamann e João Siczú, é exatamente a implementação ou não de uma política de gastos públicos para alavancar o crescimento da economia. Esse tipo de política deve ser visto com certa cautela, sobretudo em período eleitoral e existe também o risco inflacionário dessa medida. E a inflação, como a gente bem sabe, engole o salário do trabalhador em poucos dias. Os venezuelanos que estão adotando esse tipo de política há algum tempo já estão sentindo na carne os efeitos de uma inflação que é a mais alta da América Latina, perto dos 20% a.a.. E estancar uma inflação elevada (e a consequente cultura inflacionária) não é tarefa fácil.
(A foto é de Marcos Pochmann)
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