Mas os blogs da esquerda aproveitam ( e como eles gostam de aproveitar ) a situação para fazer críticas muito ácidas sobre o deus mercado. Esse instrumento da ordem burguesa.
A última do diario gauche é a pérola do pensamento caduco. Um dia desses a polícia prendeu uma fábrica de dinheiro e algemou os falsificadores. E a polícia agiu rápido colocando todo mundo no xilindró.
E o gauche faz uma análise tristemente comparativa entre o dois fatos: o leite com soda cáustica e a prisão dos falsificadores de moedas.
Vejam como são as coisas. Duas mercadorias, leite e dinheiro [que é "a vida do que está morto (força de trabalho alienada na mercadoria, e transformada em moeda) se movendo em si mesma"; na genial e sintética poética-noir de Hegel].Dias atrás, a Polícia Federal estourou uma gráfica clandestina que fabricava, não se sabe pelo método fordista ou toyotista, dinheiro, papel-moeda.
Eu acho esse negócio de fabricar dinheiro o máximo do espírito objetivo, o cúmulo da concretude, o pragmatismo mais refinado e apurado, a síntese de todas as vigarices. Enquanto, neguinho fica fabricando imitação de Rolex, de uísque, de tênis Nike, o escambau, os caras vão logo e imitam o príncipe das mercadorias - o dinheiro. Ligação direta. Mora aí um inegável conteúdo subversivo, que precisa ser melhor estudado, nisso de imitar a imitação da representação da mercadoria - que é força de trabalho roubada. Portanto, ladrão que rouba ladrão...Mas vejam como são as coisas, dizia eu. Gráfica de dinheiro não dura 90 dias, polícia estoura, prende todo mundo, liquida em questão de minutos. Tudo vira pó de traque. Claro, é um crime contra o deus do mercado. Equivale à bruxaria no medievo, imprecação contra deus, apostasia de milhares de deuses paralelos e concorrenciais. Não pode. Fogo purificador nos ímpios.Já fraude no leite, pode. Eu vi na televisão um sujeito afirmar que havia denunciado fraude no leite há vinte anos atrás. Esse mesmo batismo de soda, água oxigenada, etc. Vinte anos!Isto posto, arrisco a dizer que tem pessoas com trinta anos de idade que jamais experimentou leite puro, integral, não-batizado. Uma geração de brasileiros que não conhece leite, mesmo.E os basbaques neoliberais ainda vem dizer que temos Estado de mais no Brasil. O professor Cardoso dedicou oito longos anos de sua decadente vida a desmontar o Estado varguista. Conseguiu sucesso parcial.O leite e o dinheiro são provas de que o Estado funciona de forma seletiva e segundo uma ótica de classe (estou dizendo o óbvio do óbvio, mas para muita gente, é como dizer uma ofensa).O leite é de consumo horizontal e popular, logo, pode deixar proliferar a vigarice, a fraude, a pilantragem. O dinheiro é uma mercadoria fetiche, dodói da casa-grande e dos donos do poder, logo, a repressão do aparelho estatal é pronta, eficiente, e cirúrgica.Coisas da vida.
Eu acho esse negócio de fabricar dinheiro o máximo do espírito objetivo, o cúmulo da concretude, o pragmatismo mais refinado e apurado, a síntese de todas as vigarices. Enquanto, neguinho fica fabricando imitação de Rolex, de uísque, de tênis Nike, o escambau, os caras vão logo e imitam o príncipe das mercadorias - o dinheiro. Ligação direta. Mora aí um inegável conteúdo subversivo, que precisa ser melhor estudado, nisso de imitar a imitação da representação da mercadoria - que é força de trabalho roubada. Portanto, ladrão que rouba ladrão...Mas vejam como são as coisas, dizia eu. Gráfica de dinheiro não dura 90 dias, polícia estoura, prende todo mundo, liquida em questão de minutos. Tudo vira pó de traque. Claro, é um crime contra o deus do mercado. Equivale à bruxaria no medievo, imprecação contra deus, apostasia de milhares de deuses paralelos e concorrenciais. Não pode. Fogo purificador nos ímpios.Já fraude no leite, pode. Eu vi na televisão um sujeito afirmar que havia denunciado fraude no leite há vinte anos atrás. Esse mesmo batismo de soda, água oxigenada, etc. Vinte anos!Isto posto, arrisco a dizer que tem pessoas com trinta anos de idade que jamais experimentou leite puro, integral, não-batizado. Uma geração de brasileiros que não conhece leite, mesmo.E os basbaques neoliberais ainda vem dizer que temos Estado de mais no Brasil. O professor Cardoso dedicou oito longos anos de sua decadente vida a desmontar o Estado varguista. Conseguiu sucesso parcial.O leite e o dinheiro são provas de que o Estado funciona de forma seletiva e segundo uma ótica de classe (estou dizendo o óbvio do óbvio, mas para muita gente, é como dizer uma ofensa).O leite é de consumo horizontal e popular, logo, pode deixar proliferar a vigarice, a fraude, a pilantragem. O dinheiro é uma mercadoria fetiche, dodói da casa-grande e dos donos do poder, logo, a repressão do aparelho estatal é pronta, eficiente, e cirúrgica.Coisas da vida.
Como não poderia deixar de ser, o Maia -- e suas leis físicas e metafísicas -- não conseguiu se segurar e viciado pela discussão, postou a seguinte mensagem:
Eis aqui uma das pérolas do pensamento caduco: dinheiro como imitação da representação da mercadoria - que é força de trabalho roubada. Portanto, ladrão que rouba ladrão...
O homem branco pensa que estamos no século XIX.
Um comentário:
Bem colocado, Maia! Eu até não sabia que no socialismo a moeda não existia! Qual o sistema de impressão de dinheiro em Cuba? Lá eles trabalham sem ter a grana respectiva em troca? Ainda estão na fase do escambo? hehehe
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