Ninguém é santo. É claro que os "donos do poder" vão ter mais experiência nesse tipo de negócio. Mas existe, infelizmente, o legado. Que bom que a vida está longe de ser conservadora, porque a história é movida a motor. A velha e decadente elite dá espaço a uma nova casta. É assim que o mundo caminha. Focos de picaretagem acompanham essa transição, essa troca de atores. Isso faz parte da necessária alternância no poder. O poder cativa e o vivente -- que trabalha na esplanada -- fica deslumbrado com a vida na Corte: o poder, o dinheiro fácil, as visitas dos lobistas (dos Lair Ferst da vida), os bons restaurantes. E o legado da corrupção sobrevive. Land Rovers, dólar na cueca, empréstimos são simulados para fraudar o que é real. Mas tá ficando difícil, cada vez mais difícil fazer picaretagens nesses novos tempos, porque existe um controle maior do Estado e da sociedade civil sobre a vida das pessoas. Computador deixa rastro, telefone também, as contas correntes mostram movimentos incompatíveis, as câmaras big brother da vida estão em quase todos os lugares, monitorando o individualismo de todos. Os movimentos são controlados e o canalha pode ser descoberto -- com certa facilidade. Basta ter uma polícia que ganha bem e eficiente. Esse é o fluxo da vida moderna. É por isso que serviço público é essencial num país como o Brasil, mas certas estatais - que alimentam a picaretagem -- poderiam ir para o espaço ou para a Venezuela.
(foto de Ana Regina Nogueira)
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