A descoberta do campo de petróleo de Tupi e que tem o potencial de transformar o Brasil em fornecedor global de energia está despertando o interesse e a inveja dos países e da mídia internacional. É isso o que se constata com a matéria que pesquei no UOL, mas deu no New York Times.
A descoberta do campo de petróleo de Tupi, anunciado pela Petrobras, tem o potencial de transformar o Brasil em um fornecedor global de energia e de redefinir as políticas em um continente carente de energia, afirma reportagem publicada nesta segunda-feira pelo diário americano The New York Times.
Segundo o jornal, a descoberta, a maior do mundo desde 2000, tem potencial para mudar as regras do jogo político no Brasil, tanto internamente quanto no contexto internacional. "Há poucas dúvidas de que a descoberta dá ao Brasil nova influência contra exportadores de energia como a Bolívia e a Venezuela, e não somente na competição econômica entre fornecedores de energia, mas na arena política também", diz a reportagem.O jornal comenta o fato de o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, usar sua riqueza em petróleo para impulsionar suas políticas esquerdistas no país e no exterior e afirma que o campo de Tupi "agora tem o potencial para dar mais peso à posição esquerdista mais moderada do Brasil".Segundo a reportagem, "os países da região já foram rápidos em sentir os potenciais benefícios e ameaças". "Com as notícias da descoberta divulgadas pouco antes de um encontro de líderes latino-americanos em Santiago, no Chile, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, reconheceu durante a reunião que estava sendo 'tratado com uma certa deferência' pelos outros líderes", diz o New York Times.O jornal também comenta que Chávez "brincou nervosamente que Lula era agora um 'magnata do petróleo'" e cita um comentário do economista Roberto Teixeira da Costa de que "agora Lula tem algumas cartas para colocar na mesa com Chávez".Segundo ele, "é bom ter algum contrapeso na América Latina", e Lula terá mais confiança para enfrentar Chávez e "seu protegido" presidente da Bolívia, Evo Morales.O jornal comenta que na terça-feira a Petrobras se retirou de um projeto de gás natural com a Venezuela, citando "razões técnicas e econômicas", mas alegou que a retirada não tinha relação com a descoberta do campo de Tupi.A reportagem também observa que "os analistas esperam que o novo campo permitirá ao Brasil manter uma posição mais firme em suas negociações com a Bolívia sobre novos contratos de gás e investimentos no setor nacionalizado de gás da Bolívia".O texto relata que Lula declarou estar disposto a participar da Opep (o cartel das nações exportadoras de petróleo), mas "insistiu que o Brasil não retrocederia 'nem um milímetro' em sua defesa dos biocombustíveis".A reportagem afirma ainda que, apesar de a extração do novo petróleo ainda demorar pelo menos cinco anos, o anúncio de sua descoberta "pode ajudar Lula a rebater as críticas internas de que o Brasil estava caminhando para uma crise energética por causa da escassez de gás natural".O anúncio feito pela Petrobras também "aumentou a esperança por um alívio na crise energética entre os vizinhos do Brasil, particularmente Argentina e Chile, que vêm lutando eles mesmos contra uma falta de gás natural", diz o jornal.Mas o New York Times conclui dizendo que, "ainda que o potencial do campo de petróleo se mostre maior do que o estimado pela Petrobras, o Brasil ainda assim não conseguiria chegar aos 80 bilhões de barris das reservas de petróleo da Venezuela".
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