Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Os Ônibus do Chavismo


Hoje é a vez do Chávez e seus militantes de camisas vermelhas inundarem a Av. Bolivar - a Av. Paulista de Caracas. Mas há uma diferença em relação à manifestação da oposição de ontem. Hoje haverá autobuses. As centenas de ônibus pagos por Chávez, pelo estado venezuelano, para transportar a militância chavista (paga?!). Ontem a manifestação foi espontânea, hoje - parte dela -- é paga.

É o que diz o jornalista Fabiano Maisonnave na Folha de hoje:

"Sin autobuses", como não cansavam de gritar, dezenas de milhares de manifestantes se reuniram ontem no centro de Caracas para encerrar a campanha contra a a reforma constitucional proposta pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, que será submetida a referendo no próximo domingo.A maior concentração oposicionista do ano praticamente lotou várias quadras da avenida Bolívar durante toda a tarde, no mesmo local onde o presidente Hugo Chávez encerrará a sua campanha hoje -tradicionalmente, com simpatizantes vindos do interior em ônibus pagos pelo Estado.No palanque, lideranças estudantis e de partidos da oposição a Chávez participaram pela primeira vez de um evento público juntos, revezando-se em discursos pedindo votos contra a reforma, que, entre outras medidas, institui a reeleição indefinida para presidente.Em evento realizado há três semanas, lideranças estudantis haviam impedido lideranças políticas, como o governador Manuel Rosales (Um Novo Tempo), de subir no palanque. Na ocasião, não houve sequer chamados ao voto, expondo uma divisão interna que só foi resolvida na semana passada."Como estudantes, como jovens, como venezuelanos, pedimos que as pessoas votem e que defendam seu voto", discursou o líder universitário Stálin González, da Universidade Central da Venezuela (UCV), a maior do país. Também esteve lá Antonio Ledezma, líder do radical Comando Nacional da Resistência (CNR), que pregava a abstenção até anteontem e não participa do Bloco do Não, registrado no Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O grupo não reconhece a legitimidade do governo Chávez.O ex-prefeito de Caracas (1996-2000) foi a única liderança a levantar a possibilidade de que haja irregularidades no domingo: "A única maneira de o "sim" ganhar é por fraude", discursou Ledezma.A grande ausência ficou por conta do partido Podemos. Apesar de inscrito oficialmente no Bloco do Não, nenhuma liderança da agremiação, que rompeu com Chávez no início do ano por se recusar a aderir ao Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), foi ao ato.O principal incidente foi a determinação do CNE para que fosse retirada uma grande faixa com a imagem e uma frase do herói da independência, Simón Bolívar, sob pena de ter a transmissão ao vivo por TV proibida. Pela legislação venezuelana, as campanhas eleitorais não podem utilizar símbolos pátrios.A frase de Bolívar, que tem sido exaustivamente usada pela oposição ao longo da campanha, diz: "Nada é tão perigoso como deixar um mesmo cidadão permanecer um longo tempo no poder".Usando camisas com a já histórica frase "Por qué no te callas?" (com grifo no "não"), o casal de empresários Roberto Ortega, 35, e Mariela Jimenez, 38, disse que se opõe à reforma porque não querem "um presidente vitalício". Ortega diz que votará no domingo, mas acredita que o "sim" ganhará por fraude. "Chávez só ganhou de verdade a primeira eleição, em todas as outras houve fraude." Para ele, caso Chávez vença, haverá a partir de segunda-feira "uma guerra civil".CoberturaApesar da evidente participação de dezenas de milhares de pessoas, a TV estatal VTV fez uma cobertura sem transmitir os discursos e tentou mostrar que havia pouca participação."Estou vendo a avenida Bolívar com umas 500 pessoas", disse à VTV Diosdado Cabello, governador chavista de Miranda. Ele acusou a emissora Globovisión de fazer "um jogo de câmeras" para mostrar que havia bastante gente.Além da reeleição indefinida, o projeto de reforma aumenta as atribuições do Executivo, como o poder de criar novas unidades territoriais, e traz benefícios sociais, como a redução da jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais.A maioria das últimas pesquisas eleitorais mostra uma vantagem do "não", mas analistas advertem que Chávez pode revertê-la graças à sua capacidade de mobilização.

A Oposição - Finalmente - Acordou
















quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Deu na Novela da Globo



O Depósito também tem seu lado "Contigo".
Assisti a seguinte cena da novela "Duas Caras":
O cidadão tem 'sopro no coração' e está com uma das válvulas cardíacas entupida. A esposa dele, a lindinha da novela, fala com o médico que explica: -- Seu marido tem que fazer uma cirurgia para desentupir uma das válvulas. Ele pode fazer pelo SUS, mas ele não tem condições de esperar tanto tempo, um outro paciente fez esse mesmo procedimento -- aliás foi um sucesso -- por R$ 50 mil.

Ele tem plano de saúde? pergunta o médico. Não, nós não temos plano de saúde, meu marido está desempregado há muito tempo, responde a mulher. Estamos sem dinheiro.

A cena mostra como anda o Ibope da saúde no Brasil. E tem gente que acha que o SUS é um grande achado.



A Paranóia do Caudilho


Procurei no Youtube as famosas imagens de 7 segundos, veiculada equivocadamente pela CNN em espanhol onde aparecem as imagens de Chávez e Uribe e um letreiro abaixo dizendo: 'quien lo mató'. O caudilho aproveitou o vacilo da grande rede americana para dizer que a CNN está incitando o magnicídio (assassinato de presidente).


Esses 7 segundos renderam. Quem achar o vídeo me avise. Como se vê, tudo é pretexto para Chávez desembolsar e vomitar sua paranóia. Interessante. Na época de colégio quando alguém vomitava, a gente dizia: chamem o Hugo.


E hoje leio no site do terra venezuelano que a ex exposa de Chávez, a senhora María Isabel Rodríguez, declarou que dificilmente ele vai admitir a possibilidade de uma derrota no referendo do próximo domingo.


Como diria o Paulo Francis, Uaaauuuuuu!!! Se o Chávez anda paranóico agora, o que fará se perder o referendo????


Ontem o Jabor, no Jornal da Globo, já falou em guerra civil, na hipótese de derrota e a sagração da ditadura na hipótese de vitória . Pode ser que sim e pode ser que não, porque o cantinflesco caudilho tem apoio popular, mas minha síndrome de Nostradamus está a indicar que os bons tempos de Chávez estão no fim.

Excrescências


O Luiz Fernando Veríssimo escreveu hoje uma crônica na Zero Hora chamada Guerra de Fronteira - na íntegra abaixo.

O LFV ardilosamente insere na crônica uma frase e uma falsa sensação (determinista) que a esquerda anacrônica e caduca tanto adora:"Há um sentimento generalizado, mesmo que não seja dito, que a maior parte da população do mundo é lixo. Excrescência irrecuperável, condenada a jamais ser outra coisa".

Essa frase sintetiza a marca da divisão, da divergência e da luta social e de classes. É exatamente essa frase que dá o mote, que dá azo ao pensamento caduco e determinista. Ou seja, os ricos, os bem arrumados, o mundo branco de rolex acha que grande parte da população mundial, da humanidade é uma excrescência, um lixo da vida!!! É evidente que tem gente que pensa assim. Existem fascistas no mundo, assim como existem, por incrível que pareça, comunistas.
A humanidade da diversidade tem seus traços pitorescos.

Mas LFV força a barra no determinismo ideológico da divisão, como se houvesse um consenso hipócrita e monolítico em manter a miséria e a pobreza. Não existe. Ora, se existe um desafio para a humanidade esse tem de ser necessariamente convergente e nunca divergente e, muito menos, determinista. O grande desafio da humanidade é a luta contra a pobreza e a miséria, porque isso não interessa a ninguém. Ninguém lucra e ninguém deve lucrar com isso. A nenhum estado nacional interessa o aumento da pobreza. Mas nada é tão simples.

Por exemplo, porque a ONU tem tanta dificuldade de distribui alimentos na Somália e na Etiópia? Pelos mesmos motivos que não interessa ao traficante dono do morro do Rio que o Estado ali ingresse para ali instalar posto policial, posto de saúde e escola.

Todos os anos, desde 1985, se realiza em diversos locais do mundo branco e da civilização do Rolex os concertos do Live Aid com a participação gratuita de diversos astros da música pop que recolhem recursos para o combate à pobreza. Esse é apenas um pequeno exemplo de que existem movimentos mundiais do mundo branco do rolex -- que estão além da religião e da ideologia -- que estão preocupados sim em acabar com a pobreza e a miséria.

Mas como sempre ocorre, tais questões devem ser resolvidas e debatidas nas cimeiras internacionais. Mas nas cimeiras do mundo de hoje tá dificil discutir, porque de um lado temos um cowboy troglodita imperialista e de outro um caudilho bufão.

A crônica de LFV é a seguinte:


As fronteiras ideológicas da Guerra Fria atravessavam países e continentes, separando o "mundo livre" do outro e dos simpatizantes do outro. A não ser que visitasse um país comunista ou freqüentasse algum "aparelho", você nunca as cruzava. Sequer as via. Independentemente das suas simpatias ou eventuais rebeldias, vivia dentro de um perímetro comum bem definido. Com o fim da Guerra Fria, as fronteiras ideológicas desapareceram e nos vimos dentro de outra macrogeografia, a das fronteiras econômicas. Estas são visíveis demais. Separam bairros, dividem ruas, são fluidas e ondulantes - e no Brasil você as cruza todos os dias. Mais de uma vez por dia você passa por flóridas, suíças, bangladeshes, algumas bolívias... E em cada sinal de trânsito que pára, está na Somália.É impossível proteger estas fronteiras como se protegiam as outras. A grande questão do novo século é como defender seu perímetro pessoal da miséria impaciente e predadora à sua volta. Os americanos não podem ajudar desta vez, a fronteira maluca ziguezagueia dentro dos Estados Unidos também. No Brasil da criminalidade crescente e da bandidagem organizada, as fronteiras econômicas são, cada vez mais, barricadas e terras de ninguém. No fim é uma guerra de contenção, de proteção de perímetros. E os excessos cometidos são defendidos com a velha frase, que foi o adágio definidor do século 20 e ganha força no século 21: os fins justificam as barbaridades. As chacinas de lado a lado, o poder de pequenos tiranos com ou sem uniforme de aterrorizarem o cotidiano de todo o mundo, tudo é permitido porque é uma luta de barreira, onde se repelem ou se forçam tomadas de território, como em qualquer fronteira deflagrada. Cara a cara, nação contra nação.Há um sentimento generalizado, mesmo que não seja dito, que a maior parte da população do mundo é lixo. Excrescência irrecuperável, condenada a jamais ser outra coisa. Esta não é certamente uma constatação nova e nem qualquer utopista ultrapassado chegou a pensar que o contrário era completamente viável. A novidade é que hoje se admite pensar o mundo a partir dela. Já se pode dormir com ela. A ordem econômica mundial está baseada na inevitabilidade de a maior parte do planeta ser habitada por lixo irreciclável. Ser "politicamente correto" hoje é dizer o que ninguém mais realmente pensa - sobre raças, sobre os pobres, sobre consciência e compaixão - para não parecer insensível, mas com o entendimento tácito de que só se está preservando uma convenção, que a retórica dos bons sentimentos finalmente substituiu totalmente os bons sentimentos. É a intuição destes novos tempos sem remorso que move o entusiasmo crescente do público com a truculência policial na nossa guerra do dia-a-dia. Nem tem sentido discutir se as vítimas mereceram ou não. Não existe lixo inocente ou culpado. O que está no lixo é lixo. Demasia. Excesso. Excrescência.

Gosto de Pensar que Sou um Homem de Esquerda


No Blog da Santa uma entrevista com Luiz Fernando Veríssimo que já vai avisando: "Gosto de pensar que sou um homem de esquerda".

Lá pelas tantas ele diz:
Antigamente, as redações tinham máquinas de escrever. Era um barulho infernal. Tenho até uma teoria para explicar essa mudança da esquerda para a direita nas redações. Nos últimos anos, os jornais e as revistas brasileiras deram uma guinada à direita. Mas, quando comecei no jornalismo, todos nós éramos de esquerda. A gente aceitava o fato de ser direita quando era do editor pra cima. Hoje, é o contrário. Do editor pra baixo, os jornalistas preferem ser de direita.

Comentário do ditador do depósito que volta e meia encontra LFV no mesmo restaurante japonês:

LFV gosta de se fazer. Inegavelmente ele escreve bem, tem estilo, inteligência etc. Mas ele força a barra. Gosta de forçar a barra e gosta de fazer média. Que bom que hoje os jornais não estão mais recheados de esquerdistas como havia na época da ditadura. Nesse sentido, o governo Lula está dando uma grande contribuição: ele está democratizando as redações dos jornais.

Chávez e as Farc


Alvaro Uribe foi muito ingênuo em aceitar a intermediação de Chávez para negociar com as Farc - que se diz Exército Popular -- para a liberação de reféns, entre eles Ingrid Betancourt.

E Chávez -- que corre o risco, espero, de perder o referendo da reforma constitucional -- aproveitou a oportunidade para disparar sua metralhadora giratória para todos os lados, o rei da Espanha, o embaixador dos EUA, o presidente da Colômbia, os papagaios do congresso brasileiro e a CNN. Velha tática do caudilho: quando se corre o risco de perder uma eleição cria-se cortinas de fumaça.
Não sou muito fã da Eliane Castanhêde, colunista da Folha, mas como hoje ela tocou no assunto, copio e colo:

Chávez e as Farc

Eliane Castanhêde

BRASÍLIA - Com as crises internas na Venezuela e na Bolívia, marcadas por grandes manifestações e até mortes, talvez estejamos subestimando uma ameaça bem mais grave: o recrudescimento do confronto entre a Venezuela e a Colômbia. Crises internas são mau sinal. Crises entre países são piores. O Planalto e o Itamaraty insistem em dizer que está tudo bem e em achar que Hugo Chávez cutuca o colombiano Álvaro Uribe só para se fortalecer internamente. Mas setores militares e de inteligência não estão tão tranqüilos assim. A beligerância entre Venezuela e Colômbia tem um peso geopolítico. Os dois são os antípodas da América do Sul. Chávez, com seu "socialismo bolivariano", é adversário frontal dos EUA e de Bush. Uribe, fiel à cartilha neoliberal, é o mais confiável aliado de Washington. E ambos se alimentam das disputas históricas entre seus países. Pode ser paranóia de milico, mas algumas boas patentes têm certeza de que Chávez não tentou de fato mediar uma negociação para Uribe soltar 500 presos das Farc em troca de 45 seqüestrados do grupo guerrilheiro. Teria só arranjado um pretexto para meter a mão -e os pés- na política interna colombiana. Não, claro, a favor de Uribe. O temor é que Chávez patrocine um candidato de esquerda, com apoio das Farc, para disputar as eleições de 2010 contra Uribe e, portanto, contra os EUA. A soma do petróleo venezuelano com as drogas colombianas seria bilionária. E quem gostaria de um governo das Farc dentro da América do Sul? Apesar dos tanques, rifles, aviões e submarinos nucleares russos de Chávez, o governo brasileiro acha que ele não chegaria a tanto, não se meteria a besta com os EUA. Mas Chávez atuou abertamente nas eleições do Peru, da Bolívia e do Equador, pelo menos, e já ameaçou intervir caso derrubem Morales. Então, é como as bruxas: ninguém crê, mas que ele pode, lá isso pode.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Espumante


Quero ver o Hugo Chávez na segunda divisão junto com o Corinthians.
E tudo vai ser decidido no domingo.
Lula - que é corinthiano - disse hoje que todo o brasileiro tem direito de tomar champagne.
Dessa vez estou com o Lula.
Como bom brasileiro vou beber taças e taças de espumante (esse é o nome correto, seu Lula) se tudo der certo no domingo - o imortal tricolor vai ser o carrasco do timão e o povo da Venezuela vai dizer um sonoro não para o Chávez.
Que domingo!

Baita Cabidão


Pesquei do Blog do Diego Casagrande:


A jornalista Teresa Cruvinel, indicada para dirigir a EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), já apelidada de 'TV Lula', vai receber nada menos que R$ 19,8 mil. É superior ao vencimento do próprio presidente da República, que ganha um provento básico de R$ 11,4 mil. Os membros do Conselho da TV estatal, que vão desde cantores até políticos, receberão até 10% do salário da presidente da empresa.

Que Morra o Bispo



O bispo da Diocese de Barra (BA) dom Frei Luiz Flávio Cappio retomou ontem (27) pela manhã a greve de fome como protesto à transposição do Rio São Francisco. O ato teve início às 11 horas na cidade de Sobradinho (BA), onde o bispo deve permanecer. A informação é da Agência Brasil (Radiobrás).


Que morra o Bispo, como diria meu grande amigo, João da Ega. É por causa justamente dessa "choldra ignóbil" que o Brasil não vai para frente. E o governo Lula é muito sonolento, perde tempo com greve de fome de Bispo. Que toque a obra para que o sertão nordestino vire mar e que o sofrido sertanejo tenha acesso à santa água.

O problema do Brasil é exatamente esse. As obras não saem do papel. E quando a verba finalmente é liberada vai para o bolso do político, do mensalão, do Coroné, do empreiteiro, de toda essa choldra. Ou, o que também é ruim, o início da obra fica aguardando a greve de fome do bispo ressentido, a liminar da ecologista xiita, a boa vontade do Desembargador vendido, o aval do Stédile que coloca seus homens para bloquear o funcionamento do Brasil e o Brasil nordestino e feudal continua passando fome e morrendo de sede. Essa é a história recorrente de um Brasil que precisa mudar.


O bispo que vá se queixar para o bispo!

Blogagem Pró Venezuela


Este Blog se solidariza com a Campanha Contra a Reforma Constitucional Venezuelana.

E o Brasil Decente?


Enquanto isso, leio na Folha, "Para manter CPMF, governo libera meio bilhão em 23 dias.
Senadores que são "voto incerto" denunciam assédio do governo com emendas. Liberação de verbas neste mês foi quase 200% maior que repasses de outubro; caso Waldomiro é lembrado e Planalto nega cooptação".


E o PT prometeu um Brasil decente.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

O Fabuloso Mundo Gauche


Li no Diario Gauche de hoje mais uma crítica ácida ao jornal Zero Hora. Volto depois.

O Fabuloso Mundo Zeagá
Muito meiga a matéria de Zeagá sobre o furto de cãezinhos poodle de duas idosas de Caxias do Sul (foto). As senhoras donas dos jaguarinhas atribuem às diligências da Polícia Civil o retorno de seus mascotes. É matéria de capa do jornal do bairro Azenha. Que relevância notável! O Rio Grande ardendo na crise estrutural tucana e Zeagá tratando de frivolidades perfunctórias.Sabe-se que a RBS faz pesquisa para tudo, mas só não entende o motivo do declínio continuado na venda de Zeagá. Eles detectaram nessas sondagens que o leitor gosta de ver fotos e matérias de animais, pássaros e mascotes em geral. Podem cuidar, todo dia tem bichinho, cachorrinho, gatinho no jornal. Querem passar uma imagem de preocupação com a natureza. Uma preocupação em abstrato, óbviamente. O resultado é um jornal-magazine completamente sem personalidade, com textos indigentes, e editorialização total dos fatos e acontecimentos que tem aroma de política. O que salva são algumas fotografias de bons profissionais (todos certamente com salários de fome).Gostaria de conhecer o editor genial que inventou aquele bordão "Para seu filho entender", onde eles procuram "desenhar" com palavras acontecimentos palpitantes. É hilário. Nível de asinino fundamental, estágio de cognição desumana, remetendo ao elo perdido.Essa matéria de hoje - com foto e chamada de capa - é constrangedora. A pieguice municipal pinga de cada vocábulo e ainda abre brecha para exaltar o trabalho da Polícia Civil estadual, submersa numa crise sem precedentes e sofrendo a cada dia o contraste do êxito ascendente da Polícia Federal. Zeagá quis melhorar a auto-estima da polícia estadual e só conseguiu afundá-la em perfumarias de poodles coquetes e veneráveis senhoras solitárias.


O dono deste empório diz:

A ZH não trata -- e nem deve tratar -- apenas de política. Se tratasse apenas de política já teria fechado há muiiiito tempo. Se o diario gauche coloca também suas frivolidades, frugalidades e futilidades nas suas páginas, por que a ZH não pode fazer o mesmo? A esquerda brasileira (porque a européia não tem mais isso) tem um ranço que não consegue superar: a de que ela é que tem a inteligência, o bom entendimento e o bom senso para pautar os debates e seus conteúdos e definir as prioridades. Se isso não é Stalinismo puro, o que é Stalinismo? Se a capa da ZH mostra uns poodlezinho perdidos e recuperados para a felicidade das vovózinhas que ficaram satisfeitas com a polícia sempre alerta, essa mensagem pode parecer frugal, piegas e ideológica para os consumidores da grife Guevara, mas pode ter sido motivo de grande emoção para outras pessoas. Que bom que vivemos a diversidade.

IDH Pífio do Chavismo Bolivariano


Chávez diz que a Revolução Bolivariana está mudando a Venezuela. Não é isso o que diz o IDH de 2005 divulgado hoje pela ONU. Não foi isso o que disse o IDH de 2004, divulgado em 2006.

A Venezuela em 2004 tinha IDH de 0,784 e em 2005 passou para 0,792. Ou seja, o IDH subiu 8 pontos. E, além de tudo isso, passou de 72º para 74º lugar no ranking dos países.

O Brasil também subiu 8 pontos de 2004 para 2005: 0,792 para 0,800. O México, administrado na época por Vicente Fox, também subiu 8 pontos.

O Chile que tinha 0,850 em 2004 passou para 0,867 em 2005 e encostou na Argentina que passou do 0,863 (2004) para 0,869 (2005).
O Chile melhorou seu IDH em 17 pontos. Nove pontos a mais que o Brasil e nove pontos a mais que a Venezuela.

Alguém ai tem alguma dúvida qual o modelo que o Brasil deve seguir?

Chávez não deve ter ficado muito satisfeito com o resultado do IDH deste ano. Lembro que no ano passado, também não ficou. Chávez dividiu a Venezuela para quê? Para melhorar as condições sociais dos venezuelanos? Ora, outros países cresceram igual ou mais do que a Venezuela em situação de equilíbrio e harmonia social.

Chávez briga com todo o mundo, com o rei, com a Colômbia, com o império, com a Espanha e com o escambau e o que se vê e se constata é muito barulho por nada.

Brasil com Alto IDH




A ONU divulgou hoje o Indice de Desenvolvimento Humano (IDH), dos países mundiais. E neste ano, o Brasil entrou no grupo dos países de alto desenvolvimento humano, conforme divulgou o site UOL. O mapa acima mostra o IDH de 2004. No IDH de 2005, publicado hoje o Brasil passa para a faixa verde clara. Na América Latina, apenas 4 países alcançaram alto índice de desenvolvimento humano: Chile (sempre ele), Argentina (que tem IDH acima de 0,8 desde a década de 80), Uruguai e Brasil. E a Venezuela chavista onde anda?

De acordo com o relatório da ONU, o Brasil atingiu o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,800, em uma escala de 0 a 1. Países com índice inferior a 0,800 são considerados de "médio desenvolvimento humano", categoria na qual o Brasil figurava desde 1990, quando o PNUD começou a divulgar o ranking.Os dados do relatório divulgado nesta terça-feira são referentes a 2005. No relatório do ano passado, de 2004, o IDH do Brasil foi de 0,792. Apesar de ter tido uma pontuação maior, o país caiu uma posição no ranking e agora ocupa o 70º lugar, o último entre os de nações com "alto desenvolvimento". Nesse grupo, que saltou de 63 para 70 neste ano, o Brasil também é o país com maior desigualdade entre ricos e pobres, seguido por Panamá, Chile, Argentina e Costa Rica. No Brasil, os 10% mais ricos da população têm renda 51,3 vezes maior do que os 10% pobres.

(...)

IDH é um índice usado pela ONU para medir o desempenho dos países em três áreas: saúde, educação e padrão de vida. O índice é composto por estatísticas de expectativa de vida, alfabetização adulta, quantidade de alunos na escola e na universidade e o produto interno bruto (PIB) per capita.O Brasil subiu não só devido a melhoras reais nos campos avaliados pelo IDH, mas também em função de revisões de estatísticas nos bancos de dados da Unicef e do Banco Mundial - órgãos que fornecem os números para o PNUD, normalmente baseados em dados produzidos pelos próprios países.Revisões estatísticas do IBGE também revelaram que os padrões de educação e expectativa de vida no Brasil aumentaram em 2005. A expectativa de vida média subiu de 70,8 anos, no relatório do ano passado, para 71,7 anos, e a porcentagem de alunos matriculados em escolas e universidades aumentou de 86% para 87,5%.


De 2004 para 2005, o Brasil melhorou em todos os itens que compõem o IDH, com exceção da alfabetização adulta - que ficou estável em 88,6% da população com mais de 15 anos.O desempenho econômico do país também contribuiu para melhorar o padrão de desenvolvimento humano. O PIB per capita anual aumentou 2,5% de 2004 para 2005, atingindo US$ 8.402 (por paridade de poder de compra).De 1990 a 2005, o PIB per capita brasileiro cresceu em média 1,1% por ano, ritmo idêntico ao da Argentina, mas bastante inferior ao do Chile - que cresceu em média 3,8% ao ano.O PNUD começou a divulgar o IDH desde 1990, mas traz dados para vários países retroativos a 1975. Desde então, o Brasil vem melhorando o seu índice de desenvolvimento humano em um ritmo estável.Em 1975, o IDH brasileiro era calculado em 0,649. Desde então o Brasil vem mantendo uma média de crescimento de cerca de 0,050 no índice a cada dez anos.



A EVOLUÇÃO DO BRASIL NO ÍNDICE DA ONU
1990 -0,723
1995- 0,753
2000- 0,789
2004- 0,792
2005- 0,800

Segundo o economista Flavio Comim, especialista em desenvolvimento humano e assessor especial para o PNUD, o aumento de número de alunos matriculados em escolas foi o fator que mais contribuiu para a melhora do IDH do país no longo prazo. Desde 1990, o índice subiu de 67,3% para 87,5%.

Para Comim, a importância de entrar na lista dos países de alto desenvolvimento humano é "simbólica, mas significativa, pois abre espaço para uma agenda mais ambiciosa no Brasil".

Segundo ele, um dos motivos que faz o Brasil ficar em último lugar entre as nações de "alto desenvolvimento humano" no IDH é o fato de que os indicadores sociais brasileiros estão muito abaixo do nível de renda do país.Comim identifica cinco áreas em que o Brasil ainda precisa melhorar para subir no ranking: combate à pobreza e à desigualdade, saneamento, mortalidade infantil e mortalidade materna. Nessas áreas, segundo ele, o Brasil está muito atrás dos demais países, mesmo os latino-americanos.Comim afirma que, baseado em dados já disponíveis sobre 2006, o Brasil deve melhorar ainda mais o seu IDH no relatório do ano que vem.

O Brasil Privatizado


Quando o governo federal brasileiro, capitaneado pelos tucanos e FHC, resolveu fazer parcerias com a iniciativa privada via concessão, permissão e autorização de serviços públicos, a esquerda -- interessada nas eleições -- caiu em cima. A Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, publicou uma Cartilha -- O Brasil Privatizado -- de autoria do falecido Aluysio Biondi, acusando o governo federal de lesa pátria, irresponsável e o diabo a quatro. Mas essa cartilha só mostrava um lado da moeda: o lado ruim, danoso, corporativo, ideológico, estatizante, da privatização de serviços públicos. O outro lado, o da universalização e a democratização dos serviços que eram reservados para poucos (sobretudo na área de telefonia), foi simplesmente omitido por Biondi.

E o PT chegou ao poder e governou este país 4 anos e seu governo foi reeleito. Depois de 5 anos no Planalto, o PT concluiu que o Estado brasileiro não tem condições -- por si só -- de prestar e executar todos os serviços públicos. Não tem gente, não tem eficiência, não tem tecnologia, não tem know how etc. O óbvio dos óbvios. A única forma possível para o Estado se desenvolver é fazendo certas parcerias com a iniciativa privada, as quais sempre devem ter rígido controle e fiscalização do Estado.

E o PT demorou 5 anos para redescobrir que o Brasil Privatizado é sim uma boa saída e realizou licitações de estradas federais -- que foi um sucesso -- com preços do pedágio bem inferiores aos que atualmente o mercado pratica.

E hoje constato que a Agência Nacional do Petróleo realizou licitação dos primeiros blocos exploratórios de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e se arrecadou a bagatela de R$ 1.665.987.804 em oito setores, um resultado preliminar recorde na indústria petrolífera do País. No total, foram vendidos 81 blocos dos 151 ofertados, nas bacias de Campos, Espírito Santo, Pará-Maranhão, Paranaíba, Santos, Recôncavo e Rio do Peixe. (fonte terra/invertia).

Frise-se que são investimentos de risco. As empresas investidoras vão fazer pesquisas na tentativa de extrair petróleo ou gás natural desses oito setores. Mas não é garantido que haja petróleo ou gás. É importante lembrar que o importante achado da reserva de TUPI contava com investidores estrangeiros. British Gas e um grupo português em conjunto com a Petrobrás e deu no que deu, um sucesso.

Meu sonho dourado é que o Brasil sepulte, de uma vez por todas, o ranço ideológico em torno das privatizações, das desestatizações e da possibilidade de parceria, com responsabilidade e fiscalização, que deve haver entre Estado e iniciativa privada. O Brasil só vai se desenvolver mesmo, se racionalizar e desestatizar certos serviços. Esse é o caminho a seguir.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

A Coroa Portuguesa no Brasil


No ano que vem se comemorará (ou não) os 200 anos da vinda da Corte Portuguesa ao Brasil (1808). A foto acima é de Dom João VI e Carlota Joaquina.

Diz o historiador mineiro José Murilo de Carvalho, autor da biografia de Dom Pedro II, em entrevista para o Caderno Mais da Folha, que esse momento histórico foi fundamental para a existência -hoje - de um país chamado Brasil.

"A colônia se fragmentaria, como se fragmentou a parte espanhola da América. Teríamos, em vez do Brasil de hoje, cinco ou seis países distintos. Uma vez decidida a vinda, as coisas também poderiam ter tomado caminhos distintos, inclusive a fragmentação."

Isso é "armação de carioca", diz o historiador pernambucano, Evaldo José Mello, no mesmo caderno Mais:

"Não gosto de celebrações de efemérides em geral. Não acredito em comemorações históricas que sejam autênticas. Não quis me envolver nas comemorações dos 500 anos do Descobrimento, por exemplo. Essa coisa de fazer festa em torno de dom João 6º é armação de carioca para promover o Rio.
Há no Brasil uma insistência em reforçar o lugar-comum segundo o qual foi dom João 6º o responsável pela unidade do país. É até difícil reagir contra a historiografia que celebra a manutenção dessa integridade como resultado da vinda da família real. Isso não é verdade. A unidade do Brasil foi construída ao longo do tempo e é, antes de tudo, uma fabricação da coroa, mas não com o objetivo de que se criasse a partir dela um país independente."

Definitivamente: Macondo é Aqui


Já tratei deste assunto em outro post: Macondo é aqui. E diante da matéria de capa da Folha de ontem, não existe mais dúvida: Macondo realmente é aqui.

Uma menina de 15 anos ficou presa por mais de 20 dias numa cela com homens. E NINGUÉM FEZ NADA!
Ninguém fez nada.
Macondo é aqui.

Diz a Folha:

Da rua em frente à delegacia de polícia de Abaetetuba, 130 km de Belém, tem-se visão ampla da carceragem, um galpão de 80 metros quadrados, três banheiros minúsculos e uma cela de segurança, separados da cidade livre apenas por um portão de grades enferrujadas.Foi lá que, durante pelo menos 20 dias, uma menina de 15 anos, L., acusada de tentativa de furto, permaneceu encarcerada com mais de 30 homens, submetida a abusos sexuais, violência e estupros seguidos, que só tiveram fim no dia 15.

"Era um show isso daqui. Todo mundo sabia que a menina estava lá no meio daqueles homens todos, mas ninguém falava nada", disse uma mulher na delegacia, sexta-feira à noite."Antes de comer, os presos se serviam dela", lembra inflamada outra mulher, falando alto bem em frente à sala do delegado de plantão. Refere-se ao fato de os presos obrigarem a menina a praticar sexo como condição para lhe darem alimento."Ela gritava e pedia comida para quem passava, chamava a atenção para si, e, como ela era conhecida por aqui, não dava para ignorar", afirma outra.

Definitivamente, Macondo é aqui.

Uribe Falou e Disse


"A verdade, presidente Chávez, é que nós precisamos de uma mediação contra o terrorismo, e não de legitimadores do terrorismo. Suas palavras e suas atitudes dão a impressão de que o senhor não está interessado na paz da Colômbia, mas que a Colômbia seja vítima de um governo terrorista das Farc.

O mandatário colombiano acusou Chávez de se aproveitar da mediação para fomentar "um projeto expansionista e que, "na Colômbia, esse projeto não tem entrada"."Não se pode incendiar o continente como o senhor o faz, falando um dia contra a Espanha, maltratando um dia o México, depois o Peru, e depois de amanhã a Bolívia", acusou.
Declarações de Alvaro Uribe publicadas na Folha de hoje

sábado, 24 de novembro de 2007

Por que Forço a Barra com Che?


Eu sei que sou um porre. - e de licor de ovos. Volta e meia retorno ao mesmo assunto Che Guevara. Por que meu disco fica sempre arranhando na mesma estrofe?

Ora, carambas, eu sempre fui fascinado pela vida do Che Guevara. Na juventude li seus manuais e cartilhas. E depois suas biografias que são notáveis, gostosas de serem lidas. Recomendo.

Che não era uma figura fácil e muita gente não sabe quem efetivamente ele foi. Che não tinha pesos e nem medidas e sempre foi um autoritário. Era apaixonado pela religião da ideologia e nunca conseguiu pensar duas vezes.

Che nunca foi um sensato, um razoável, um moderador, caracterísitcas e atributos fundamentais para um lider. A humanidade conhece bem -- e muito sofreu com isso -- os líderes com as características e personalidades de Che. Che é um ícone torto e equivocado.
Che é um ícone perigoso, porque floresce ódio, revanchismo e ressentimento.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Bondes de Porto Alegre












No site: The Tramways ofPORTO ALEGRERio Grande do Sul stateBRAZILBYAllen Morrison, pesquei essas fotos de Porto Alegre, na época dos charmosos bondes.

Resultados do Enem - Nem Tudo Vai Mal no RS


Na Coluna da Monica Bergamo de hoje, copio e colo:

O ministro Fernando Haddad, da Educação, divulga hoje os resultados do Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio, realizado em todo o país. Algumas das principais notícias:
Os estudantes do Rio Grande do Sul obtiveram a maior média do país: 56.27.
São Paulo ficou em segundo lugar, com média 54.25. Em seguida, vieram Minas Gerais (média 54.18) e Espírito Santo (média 54.16). O Rio de Janeiro ficou em sétimo lugar, com média 53.70; o último colocado foi o Tocantins, com 42.77.
A diferença de notas entre os alunos das escolas públicas de SP e os que freqüentam as escolas privadas é considerada escandalosa pelos técnicos: os primeiros tiveram média 50.97 nas provas objetivas (que não inclui redação); os que pagam para estudar tiraram 71.60.
No Rio Grande do Sul, a diferença é bem menor: os alunos das escolas públicas tiveram média 55.89; os que sempre estudaram em instituições privadas, 63.42;
As notas do Rio de Janeiro também mostram uma grande diferença: os estudantes que sempre cursaram escolas públicas tiveram média 54.49; o das particulares, 67.20.

Quem Pariu Maluf Que o Embale - Barbara Gancia


Na Folha de hoje, artigo de Barbara Gancia sobre as nebulosas novas relações entre Maluf e o PT.

Quem pariu Maluf que o embale

Barbara Gancia

Aquele paulista de perfil conservador, que ajudou a eleger Paulo Salim Maluf (PP-SP) como o deputado mais votado do Estado, deve ter morrido de orgulho de si mesmo na última quarta-feira, quando a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou o parecer do ex-prefeito biônico que pede a adesão da Venezuela ao Mercosul. Se alguém tinha alguma dúvida de que o ex-governador apontado pelo regime militar está mais interessado em salvar a própria pele do que em defender os interesses do país, a quarta-feira foi um bom dia para dirimir qualquer desconfiança. Para quem sempre apreciou rubis e safiras do tamanho de ovos de codorna e períodos de descanso no Plaza Athénée de Paris ou no Plaza de Nova York, entremeados por escapadelas rumo a Montecarlo e Atlantic City para jogar cifras monumentais em cassinos, poderia parecer, no mínimo, uma incongruência defender a aliança do governo do PT com um país que promove os ideais de Fidel Castro pelo continente. Mas não para o incansável Paulo Salim Maluf. Não para um político que não se acanhou em mudar de lado e adotar o lema do "inimigo", de que "os fins justificam os meios", a fim de atenuar seus problemas com a lei. Se estou afirmando categoricamente que o governo do PT irá livrar a cara de Maluf em troca do apoio do deputado mais votado do Estado mais poderoso da União? Não, não estou. Mas será que perdi completamente o fio da meada ou andar de mãos dadas com o poder, neste nosso "paiseco", não trouxe sempre amplos benefícios a quem tem algum interesse a defender? Que eu saiba, Paulo Salim Maluf tem interesses bastante substanciosos a defender. Tanto é que o escritório de advocacia que o representa em São Paulo cresceu de forma significativa desde que ele passou a se utilizar de seus serviços. E me poupe o senhor Adilson Laranjeira, assessor de imprensa de Maluf, de escrever hoje ao Painel do Leitor para bater na mesma tecla de sempre, de que seu único cliente não deve nada à Justiça. Maluf não diz a verdade nem mesmo quando afirma manter domicílio fixo há 40 anos. Que eu saiba, a casa original é a mesma, mas o que Maluf nunca revela é que comprou as casas à volta da sua e ampliou sua residência de forma considerável nos últimos 25 anos. Também não me venha o orgulhosíssimo eleitor de Maluf dizer que o deputado não cedeu ao PT, que fez até questão de chamar o caudilho Chávez de cafajeste, palhaço e fanfarrão. Se ele o fez, foi para colocar água no angu criado em parceria com seus novos amigos da esquerda, para fazer crer que agiu de forma independente. Pois, agora, a única coisa que resta ao eleitor de Paulo Maluf é dar as boas-vindas à Venezuela de Hugo Chávez no Mercosul. Quem pariu Mateus que o embale.

Mês Ruim para Chávez


Da Folha de hoje:
O fim do envolvimento de Hugo Chávez nas negociações com as Farc é outro episódio negativo num mês já bastante tumultuado para o presidente venezuelano, às vésperas do referendo sobre a sua reforma constitucional, daqui a nove dias.No dia 5, o ex-ministro da Defesa Raúl Isaías Baduel, aliado de Chávez desde 1982, surpreendeu ao chamar o projeto de reforma de "golpe de Estado", em episódio conhecido como "Baduelazo".Dois dias depois, um enfrentamento no campus da Universidade Central da Venezuela entre oposicionistas e chavistas armados deixou um saldo de nove universitários da oposição feridos.No dia 10, Chávez teve um altercado com o premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, durante a Cúpula Ibero-Americana, no Chile. Irritado, o rei Juan Carlos interveio com o "por que não se cala?", desatando uma crise diplomática.Tudo isso num mês em que a crise de desabastecimento na Venezuela aumentou sensivelmente por causa da escassez de leite, impossível de comprar sem enfrentar filas de até seis horas ou no mercado paralelo a preços inflacionados. Segundo pesquisa do instituto Datanálisis divulgada ontem, 46% dos venezuelanos culpam o governo pelo problema.Mesmo a saúde presidencial esteve debilitada devido a uma suposta forte gripe, que obrigou Chávez a cancelar dois programas "Alô Presidente". Há rumores, no entanto, de que ele padece de um problema de hérnia.O presidente venezuelano, claro, reagiu atacando: chamou Baduel de "traidor", disse que os estudantes são "filhinhos de papai" e acusou o rei espanhol de apoiar o golpe de Estado de 2002. Sobre o problema de saúde, disse que foi envenenado por uma "nuvem negra vinda do norte" e que parou em cima dele quando visitava Cuba, no mês passado. (FM)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

O Medo de Revisar a História

Luiz Fernando Veríssimo escreveu hoje na Zero Hora uma crônica chamada "Matem o Cavalo" sobre os ícones e os símbolos e tocou no assunto Che Guevara. LFV inseriu no contexto da crônica o filme Viva Zapata e a imagem do cavalo branco. Depois volto com minha crítica.

O filme Viva Zapata (dirigido por Elia Kazan, escrito por John Steinbeck, com Marlon Brando no papel do revolucionário mexicano) termina com a morte de Zapata numa emboscada dos "federales". O antigo aliado que o traiu, um intelectual vivido no filme por Joseph Wiseman, insiste para que os soldados não deixem escapar com vida o cavalo branco de Zapata. "Matem o cavalo! Matem o cavalo!", grita, em vão. A última cena do filme é a do cavalo branco solto numa montanha, um símbolo não muito sutil do espírito que sobreviveu ao sacrifício do seu dono para inspirar outras gerações e outras revoltas. O intelectual entende que símbolos são perigosos e que não basta abater o homem para anular o exemplo. É preciso trucidar a sua memória, emporcalhar a sua legenda e apagar qualquer vestígio simbólico da sua rebeldia.Parecido com o que está sendo feito entre nós com o Che Guevara, que, de acordo com a revisão atual, não só cheirava mal como era um péssimo caráter. É difícil entender por que estão tentando matar este particular cavalo branco agora. Se Che simbolizava alguma coisa, nos últimos anos, era a absorção de todas as formas de revolta pela cultura pop. O ex-ícone da esquerda era visto principalmente nas paredes e camisetas de gente que jamais sonharia em ir para as montanhas, a não ser pelo fondue de queijo. E no entanto o empenho em desmitificá-lo, e desmistificá-lo, é evidente. Do que será que estão com medo? O que assombra tanto o neomacarthismo, a ponto de atirarem com tanta fúria contra um defunto de 40 anos? Talvez seja o caso de rever o significado da figura do Che, e do seu exemplo de idealismo e inconformismo, entre as novas gerações. Talvez a direita esteja vendo um cavalo branco solto por aí que nós não vemos.Quanto ao filme Viva Zapata, é um bom exemplo da romantização do proletariado que o cinema americano fez bastante - em mais de um caso, baseado em textos do mesmo Steinbeck. Brando e Anthony Quinn (que ganhou um Oscar pela sua interpretação do irmão de Zapata) estão ótimos no filme, e Wiseman está perfeito como o intelectual traidor. Mas a romantização de revoluções alheias não dá em muita coisa além de bons filmes. Nota histórica: "Zapata" foi o nome de uma das suas empresas escolhido por adivinha quem? George Bush, o pai. O nome chegou a aparecer numa das tantas teorias conspiratórias sobre o assassinato do Kennedy. Não adianta, o capitalismo absorve tudo. O que só torna maior o mistério. Do que será que estão com medo?

Comentário do dono do depósito:
Por que certas pessoas têm medo de revisar a história? Retirar dela a névoa que envolve o ícone. Quantos velhos heróis se transformaram em tiranos depois que a história foi recontada, de acordo com novas fontes? As recentes biografias escritas sobre a vida de Che, inclusive a do americano Anderson - tão cultuado pela nossa gauche -- revelam uma faceta de Che que pouca gente sabe. Por que essa faceta não pode vir à tona? Por que a história não pode revelar o que aconteceu no pátio e nas celas escuras do quartel La Cabaña? Por que matar tanta gente, a sangue frio, em execução sumária, sem julgamento, quando a revolução já estava controlada e não havia nenhum sinal de reação, porque o povo cubano apoiou de fato a revolução? Pois é, gente, essa história não pode ser revista e nem recontada. O lado obscuro da vida de Che vai manchar os que vendem sua grife. Enganam-se aqueles que acham que havia uma excelente relação entre Che e Fidel depois da revolução. Quando Che resolveu ir para o Congo Belga exportar a revolução, Fidel deu graças a deus, porque Che era uma mala, um murrinha no ministério (leiam as biografias de Che). É que os ícones são ícones, que não podem ser revistos. A história pronta e acabada, como cálice de cristal que não pode ser tocado.

O Equívoco do Tio Briza

A foto acima foi pescada do diario gauche, edição de hoje, e mostra os bondes na praça XV em Porto Alegre. Foi Leonel de Moura Brizola quem iniciou a retirada dos bondes de Porto Alegre. Na Alemanha de hoje os bondes (lá se chama S-Bahn) são um dos mais populares, simpáticos, modernos e charmosos meios de transportes. Faltou visão futurística ao Tio Briza e aos outros gestores da prefeitura de Porto Alegre.

Macondo é Aqui


Abaetetuba, 137 km de Belém do Pará, parece ser Macondo, a fictícia cidade colombiana criada por Gabriel Garcia Marques na obra prima Cem Anos de Solidão.

Em Macondo, onde a ignorância sempre reinou, tudo acontecia, inclusive uma onda de esquecimento generalizada, um surto de falta de memória, sendo necessário a colocação de placas para indicar que uma mesa era uma mesa e uma cadeira era uma cadeira. No meio da praça a seguinte placa: Deus existe.

O Brasil - este país meio industrializado e meio feudal - está cheio de Macondos. O fato que ocorreu em Abaetetuba no Pará -- que ontem o Brasil tomou conhecimento - é mais um significativo indício disso.

Uma jovem de 15 anos ficou detida numa cela no Pará com 20 homens por cerca de um mês.

A menina foi estuprada todo esse tempo e fazia sexo em troca de comida. E ninguém fez nada. Ninguém, absolutamente ninguém. Nem o pessoal da delegacia, nem as famílias dos presos e nem a família da menina. A hipócrita omissão do mundo cão.

Uma das autoridades policiais justificou o fato alegando que ao ser presa a menina disse que tinha 19 anos...


Ah tá. Com 19 anos pode uma mulher ficar numa cela com vinte presos....

O Teste de Sarkozy


Reproduzo na íntegra o editorial da Folha de S. Paulo de hoje sobre a onda de greves que acontece na França de hoje e que tentam manter privilégios nas regras de aposentadoria.
SE HÁ algo que agremiações trabalhistas e estudantis da França não hesitam em fazer é organizar greves e sair às ruas para arrancar algo de seus líderes.Em 1995, uma onda de paralisações fez Jacques Chirac, então recém-eleito presidente, desistir de seu plano de reforma das aposentadorias no setor público. Dois anos depois, caminhoneiros foram às ruas e conseguiram ser incluídos entre as categorias com direito a regime especial. No ano passado, protestos sepultaram uma lei proposta pelo governo que tornaria mais fácil a demissão de recém-contratados.Embora o placar tenda a favorecer a rua, há ocasiões em que o governo triunfa sobre os protestos. Agora chegou a vez de Nicolas Sarkozy, que tomou posse como presidente há apenas seis meses, ser testado.A greve nos transportes públicos já dura mais de uma semana e virtualmente paralisou o país. Provoca prejuízos calculados em 400 milhões por dia. Na segunda-feira, outros setores do funcionalismo engrossaram os protestos com uma paralisação de 24 horas. Estudantes também aderiram ao movimento.Apesar da força dos sindicatos, tudo indica que Sarkozy vencerá. Muitos já o comparam a Margaret Thatcher, que, nos anos 80, conduziu com mão-de-ferro a repressão a uma greve de mineiros. Ao vencê-los, quebrou a espinha do sindicalismo britânico e abriu caminho para as reformas liberalizantes que ficaram conhecidas como thatcherismo.Sarkozy certamente não reclamará se os sindicatos ficarem mais dóceis. Ele também tem em sua agenda uma ou duas reformas identificadas como ultraliberais. Só que, ao contrário de Thatcher, seu objetivo não é o de aniquilar entidades trabalhistas nem engajar-se numa segunda batalha ideológica -venceu a primeira, ao ser eleito.A disputa desta feita é bem mais pragmática. A greve é uma reação aos planos do governo de reformar o regime de aposentadorias especiais, que permite a empregados dos transportes ferroviários, metrô e da área de energia aposentarem-se após 37,5 anos de contribuição, contra 40 no restante do setor público. Cerca de 500 mil dos 5,2 milhões de funcionários públicos da França e 1 milhão de pensionistas se beneficiam desse regime.Trata-se de privilégio difícil de defender. No caso dos maquinistas, é herança dos tempos em que os trens eram movidos a carvão, o que provocava sérios danos à saúde dos condutores. Só que hoje as locomotivas são elétricas.A maioria dos franceses está com Sarkozy. No setor privado, o tempo de contribuição já é de 40 anos (e deve passar a 41). Ao contrário de seus antecessores que fracassaram em eliminar os privilégios, Sarkozy não sacou a reforma do fundo de sua cartola. Ele a apresentou claramente na campanha eleitoral e recebeu a chancela de 53% dos eleitores.

Iotti


quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Pesos e Medidas


Leio no RS Urgente do Weissheimer ácidas críticas contra o jornal Zero Hora porque teria manipulado as informações sobre a gestão da segurança no governo Olívio (PT-RS), do secretário Bisol, bem como haveria dois pesos e duas medidas, porque a ZH seria mais branda com o governo da Yeda.

O dono e ditador do depósito até pode concordar com a questão dos pesos e das medidas. A ZH realmente não simpatiza com o PT.

Meu comentário -- que postei e não sei se será publicado, porque Weissheimer gosta de escolher as boas mensagens e colocar no lixo as ruins antes de publicar em seu blog.

Buenas, vamos lá:

A gestão de Bisol na segurança foi de conflito com as corporações. Há formas e formas de se afastar e retirar a banda podre da polícia -- que realmente existe. Mas Bisol escolheu a pior delas: a do conflito com as corporações. Bisol generalizou e esse foi seu grande equívoco. Nenhuma polícia pode funcionar bem com conflito, com antagonismos e resoluções absurdas como aquela de informar o suspeito de que o policial está armado. É sempre importante lembrar porque houve a CPI da segurança do governo Olívio: ela iniciou porque a voz gravada e nunca contestada de Diógenes - amigo íntimo do governador - recomendou ao chefe da polícia que essa não deve reprimir a contravenção. A crítica que ZH faz sobre os anos Bisol na segurança são totalmente procedentes.

Enquete: A Política Econômica Deve Mudar?


A partir de agora este Depósito está fazendo uma enquete para saber a sensata e verdadeira opinião dos leitores sobre os rumos da economia no Brasil. Uma mudança na política econômica implementando um modelo mais desenvolvimentista e com risco de romper a ordem econômica atual deve ser implementada? Deve, afinal, o Estado gastar nossas reservas que podem ser necessárias para resolver certos percalços em obras pública para alimentar o nosso crescimento? Ou não? Aqui você decide meu (minha) chapa... Ditadura do pensamento único não tem vez aqui. Decida-se e já!

Mudanças na Política Econômica??




O pessoal que frequenta o blog diario gauche está exaltado com a possibilidade de mudança na política econômica. Uma fulana de tal ao ler essa mensagem do gauche, disse que ganhou o dia:

As mudanças no IPEA são parte de um movimento maior que vem ocorrendo há algum tempo dentro do governo. Seu objetivo é claro: criticar e constranger a política monetária conduzida, até agora com autonomia, pelo Banco Central (BC). No limite, sua ambição é mudar o comando do BC e, assim, a política de juros e de câmbio, sepultando, de uma vez por todas, a "Era Palocci". As informações são do jornal Valor, de hoje.Está em curso uma tentativa óbvia de guinada na política econômica. Desde a saída de Palocci do Ministério da Fazenda, em abril de 2006, apenas economistas críticos das políticas monetária e cambial têm sido contratados pelo governo. Não se faz isso ao acaso. Mesmo os não-ortodoxos trazidos pela nova leva - notadamente, Carlos Kawall e Júlio Sérgio Gomes de Almeida - deixaram a equipe econômica por desconfiar dos rumos da política fiscal, âncora, em última instância, do modelo de estabilização adotado pelo país em 1999.Os economistas que pontuam na "Era Mantega" são críticos obstinados da política de juros. São eles: Nelson Barbosa (secretário de Política Econômica), Luiz Eduardo Melin (secretário de Assuntos Internacionais), Luciano Coutinho (presidente do BNDES), Paulo Nogueira Batista Júnior (diretor do Brasil no FMI), Arno Augustin (secretário do Tesouro), Marcio Pochmann (presidente do IPEA) e João Sicsú (diretor do IPEA).
Um resultado do cerco ao BC já é evidente. Ao substituir dois diretores do banco, o presidente Henrique Meirelles escolheu quadros da própria instituição. A tradição manda chamar gente de fora, de reconhecida competência e formação acadêmica. Ao optar por uma solução caseira, Meirelles praticamente eliminou o espaço para contestações e ataques ao Banco Central.


Comentário daquele que bebe todos os vinhos deste depósito:

Aposto uma caixa de bom malbec que Lula não vai mexer numa política que está dando certo. Lula pode ser tudo, mas ele não é burro. A política econômica vai continuar a mesma. A questão que está em debate, sobretudo após as demissões no IPEA de economistas que não estavam alinhados ao pensamento de Márcio Pochamann e João Siczú, é exatamente a implementação ou não de uma política de gastos públicos para alavancar o crescimento da economia. Esse tipo de política deve ser visto com certa cautela, sobretudo em período eleitoral e existe também o risco inflacionário dessa medida. E a inflação, como a gente bem sabe, engole o salário do trabalhador em poucos dias. Os venezuelanos que estão adotando esse tipo de política há algum tempo já estão sentindo na carne os efeitos de uma inflação que é a mais alta da América Latina, perto dos 20% a.a.. E estancar uma inflação elevada (e a consequente cultura inflacionária) não é tarefa fácil.




(A foto é de Marcos Pochmann)

Picaretagens Petistas



Hoje a Polícia Federal prendeu diversas pessoas tendo em vista os escândalos envolvendo a estatal federal CGTEE, que tem no comando integrantes do PT do RS. Os dirigentes petistas da estatal, como Sereno Chaise, se anteciparam e procuraram a imprensa para comunicar que o escândalo não é com eles, mas com um tal de diretor da companhia, chamado Carlos Marcelo Cecin que deu aval da estatal -- o que é proibido por lei -- para conseguir empréstimo para uma empresa paranaense de energia, comandada pelo petista gaúcho Alan Barbosa, em contrato bancário com um banco de fomento alemão.



Picaretagem das grossas. Nenhum banco vai conceder empréstimo, sem checar os estatutos e contratos sociais das companhias envolvidas -- apenas com a assinatura de um diretor. Houve outras assinaturas no contrato.

Resumo da opera: tem gente presa na PF, ali na Av. Ipiranga em Porto Alegre, são eles, conforme informação da Zero Hora on line: Carlos Cecin, ex-diretor técnico e de meio ambiente da CGTEE; Alan Barbosa, diretor-presidente da Hamburgo (confira abaixo quem são as empresas envolvidas); Iorque Barbosa, presidente da Cooperativa Riograndense de Eletricidade Ltda (Coorece); Joceles da Silva Moreira, antigo advogado da CGTEE; e Júlio César Azevedo Magalhães, presidente da Elétrica Jacuí (Eleja). O homem que estaria na Alemanha é Erwin Alejandro Jaeger Karl, representante da CCC Machinery.

No site da estatal federal Eletrosul constatei o seguinte vínculo de Carlos Cecin, Alan Barbosa e Joceles da Silva Moreira com o PT do RS:

"Com Alan Barbosa - também exservidor da CEEE e filiado ao PT - , Cecin ajudou a erguer a Cooperativa Riograndense de Eletricidade (Coorece). Trata-se de uma cooperativa de trabalho, em que todos os participantes são autônomos. Foi um período em que Cecin ganhou pontos junto à cúpula do PT. O resultado veio dois anos mais tarde. Com a vitória de Olívio Dutra para o Piratini, foi ungido como diretor da CEEE. Alan era visto como uma espécie de "assessor informal". Dezenove meses depois, quando deixou o Brasil para uma viagem inusitada: foi para a Índia em busca dos conhecimentos de Mohan Chandra Rajneesh, o líder espiritual Osho. - Ele sempre foi místico, mas nos surpreendeu quando resolveu viajar - diz um petista. De volta a Porto Alegre, no final do ano, Cecin se dividiu entre assessoria ao então presidente da CEEE, Vicente Rauber - seu amigo pessoal - , discussões sobre energia no PT e encontros com seguidores de Osho na Namastê (Centro de Meditações Ativas e Bioenergéticas), na Cidade Baixa. Com a vitória de Lula, Cecin assumiu a direção técnica e de meio ambiente da CGTEE. Nos bastidores, especulou-se que Cecin assumiria a presidência da estatal. Ele formava uma trinca com Alan - que seguia como "assessor informal" - e o advogado Joceles Moreira, assessor jurídico. - Quem iria discutir com aquele homem? - recorda um dos diretores. Cecin convenceu o presidente da CGTEE na época, Júlio Quadros, a viajar ao Paraná e conhecer usinas de energia abastecidas com resíduos de madeira. Ele e Joceles defenderam a aquisição de parte da Winimport, empresa proprietária das três usinas em construção, o que foi rejeitado pelo conselho da estatal. Começava ali a derrocada do todopoderoso. "

Os Picaretas Sempre São os Outros


No fim do mandato de Olívio Dutra, que endividou o Estado, o governo do PT pediu socorro ao governo FHC para receber verbas decorrentes de repasses de estradas. Era necessário que essas verbas chegassem logo -- quase imediatamente -- exatamente para pagar os salários dos servidores. Vejam bem, senhores, a crise do Estado já era bem acentuada e grave naquele momento. O que fez o governo FHC na época? Uma atitude republicana que todo o governo deve ter: concedeu os recursos pretendidos em tempo exato para o governo do PT -- sufocado -- pagar os salários dos servidores.
Mas agora a situação se inverte. O governo tucano é do Rs e o governo federal é do PT e o problema financeiro do RS persiste e se agrava. Existem setores dentro do PT que são contra qualquer auxílio do governo federal para o RS. Que o RS se exploda. Quanto pior melhor. Mas qual é mesmo a proposta do PT para a solução da grave crise que se agrava a cada dia???? Nenhuma, absolutamente nenhuma. As propostas que constam no seu site e que foram divulgadas pelo Rossetto -- aquele que adora frequentar os bons restaurantes de Porto Alegre na presença de ricos e fortes empresários -- em recente artigo aqui comentado, dizem respeito apenas a valores a serem arrecadados e que envolvem cobrança judicial ou discussão judicial envolvendo renegociações de contratos.
São questões que podem ou não serem resolvidas e que dependem da boa vontade do complicado Judiciário. O PT não tem nenhuma proposta de solução imediata ou a curto prazo para o crônico e grave problema da dívida e o governo Olívio, do PT, não fez nada, absolutamente nada, para conter a imensa dívida do RS. Frise-se, também, que Rigotto também nada fez. Todos os recentes governos gaúchos empurraram com a barriga essa grave questão. Pedro Simon (PMDB-RS) -- que vem fazendo constantes pronunciamentos sobre a posição paradoxal e pouco republicana do PT-RS e é criticado por isso no diario gauche -- não deixa de ter razão em sua crítica. O PT adora gritar e fazer alarde quando a bronca é com os outros. Mas quando um petista é preso por gestão fraudulenta em estatal pela PF, como aconteceu hoje em Porto Alegre, o PT se cala e acha que o assunto não é com ele. Os picaretas, os maus e irresponsáveis gestores sempre são os outros.

Leões e Cordeiros (Lions for Lambs)


Recomendo o filme Leões e Cordeiros (Lions for Lambs) por um motivo simples: é um filme inteligente, com bons diálogos, onde a sociedade americana faz uma auto análise do passado, do presente e do futuro sobre a guerra ao terror. Não estou equivocado em afirmar que Leões e Cordeiros está para os americanos hoje assim como Tropa de Elite está para os brasileiros.

Da mesma forma que o Capitão Nascimento afirma que não existe meio termo na luta contra o tráfico de drogas que comanda as favelas da periferia das grandes cidades brasileiras, o jovem senador republicano interpretado por Tom Cruise afirma a uma jornalista liberal (Meryl Streep) que na luta contra o terror não existe meio termo e qualquer vacilo, qualquer dúvida, qualquer notícia duvidosa vai servir como alimento para os inimigos. É a doutrina Bush posta em cheque. O passado está feito, realizado, seus acertos e graves equívocos definitivamente sepultados, o que importa é solucionar o presente e garantir um futuro mais seguro.

Leões e Cordeiros é uma gratificante conversa com vários e bons atores. O setentão Robert Redford é um professor universitário, veterano da guerra do Vietnã que conversa com seu mais inteligente aluno, que pouco assiste suas aulas, sobre estratégia e objetivos de vida. Faz uma oferta para seu aluno, ele não assiste mais as aulas e no fim do ano recebe um B. No mesmo tempo real da conversa outros dois alunos voluntários no Afeganistão participam de uma manobra estratégica para que os americanos tenham o comando das montanhas afegãs, onde estão as bases do Al Qaeda e do Taleban, sendo que o Irã se transformou num corredor de ofensiva inimiga entre o Iraque e o Afeganistão. É exatamente essa informação sigilosa e essa misão secreta, essa tarefa estratégica de montar uma base americana no alto das montanhas afegãs que o senador (Tom Cruise) informa à jornalista (Meryl Streep), tudo no mesmo tempo real. A jornalista liberal questiona: será mesmo que sunitas e xiitas vão mesmo abrir mão de séculos e séculos de divergência para lutar contra os EUA? Não seria mais fácil os EUA se retirarem do Iraque e Afeganistão? O senador responde: se os EUA fizerem isso será um massacre geral e todos -- que não são poucos -- aqueles que apoiaram e formaram os novos governos destes países correrão risco de vida.

O plano estratégico e secreto -- para variar -- não dá certo. E tudo - os diálogos e a tragédia - ocorre na mesma hora, em tempo real. Os inimigos estão armados e sempre atentos. Surgem as vítimas. Mas prevalece o tom arrogante e autoritário da doutrina Bush, que nunca admite a perda, porque se nega a enxergar o passado e, por isso, tem dificuldade em entender o presente. Prevalece o pensamento politicamente correto da jornalista liberal e sua complicada relação com seu patrão: a grande mídia. Prevalece os sábios ensinamentos do velho professor, veterano de guerra. Prevalecem as novas e velhas idéias das novas gerações. Prevalece o pensamento prático e alienado daqueles que frequentam as escolas da vida, as faculdades do cotidiano, apenas para passar com a mediocridade da nota C. Prevalece a fidelidade e a garra dos soldados leões que deixam suas vidas partir porque acreditaram nos vacilos, nas inseguranças e nas arrogâncias dos comandantes cordeiros.

O Direito de Abusar


Este é um fato real que um conhecido me contou. Um colega esteve na semana passada em Brasília para uma reunião no Ministério do Planejamento. Quando lá chegou percebeu que, na frente do prédio, estavam um grupo razoável de pessoas protestando com alto falantes fazendo pressão para o governo federal reintegrar ao emprego público os servidores que optaram, na época do governo FHC, pelo plano de demissão voluntária. O protesto era turbinado, tinha até trio elétrico. São pessoas que livremente optaram por receber uma indenização e se exonerar do serviço público. Este colega subiu até o andar da reunião onde ela se realizou, mas todo o tempo, todo o minuto, toda a hora, ouviu o barulho, os reclamos e os protestos dos manifestantes. Era impossível realizar uma reunião com todo aquele barulho e, curioso, indagou para o pessoal do ministério. Quanto tempo este pessoal protesta? E recebeu a alarmante resposta: mais de 20 dias.
Por mais de 20 dias manifestantes protestam na frente do prédio do Ministério do Planejamento impedindo as pessoas de trabalharem e ninguém faz nada!!!!

Em qualquer país do mundo desenvolvido esse tipo de protesto ocorreria por, no máximo (no máximo mesmo), algumas poucas horas, mas no Brasil é diferente. Manifestantes -- por serem manifestantes -- têm todo o direito do mundo de abusar. Talvez seja essa mais uma daquelas heranças malditas que nos foi deixada pela ditadura militar. Naquela época, qualquer protesto era reprimido. Como, naquela época, a repressão era grande, se instituiu, no nosso senso comum da ditadura do politicamente correto, que qualquer protesto hoje é permitido. E se o dirigente, o gestor público, o político, o ministro resolver chamar a polícia para reprimir tais protestos, este administrador público vai ser chamado de intolerante, repressor e talvez corra o risco de ser exonerado do serviço público, do seu cargo e do seu ministério.

Vivenciamos no Brasil de hoje a ditadura do direito de abusar. Na época dos milicos se dizia, Brasil ame-o ou deixe-o e nos tempos do governo Lula se diz: Brasil abuse e use.


terça-feira, 20 de novembro de 2007

Ganga Zumba tio de Zumbi


Ganga Zumba é tio de Zumbi e foi o primeiro lider do Quilombo de Palmares.
Leio na wikipedia:
Zumba era um escravo que escapou do cativerio nos canaviais e assumiu uma posição como herdeiro do reino de Palmars e o título de Ganga Zumba.
(...)
Por volta de 1670s. Gana Zumba tinha um palácio, três esposas, guardas, ministros, e sudidos devotos no "castelo" real chamado "Macaco"em homenagem ao animal que havia sido morto no local. Ele era formado por 1.500 casas que abrigavam sua família, guardas e oficiais que faziam parte de nobreza. Ele recebeia o respeito de um Monarca e as honras de um Lorde. (kent)
Em 1678, Zumba aceitou um tratato de paz oferecido pelo Governador Português de Pernambuco, o qual requeria que Palmares se mudasse para o Vale do Cucau. O tratado foi desafiado por Zumbi, um dos sobrinhos de Gana Zumba, que se revoltou contra ele. Na confução que se seguiu Gana Zumba foi envenenado, muito provavelmente por um dos seus, por fazer um tratado com os brancos. Os que o seguiram até o Vale do Cucau foram reescravizados pelos Portugueses. A resistência aos Portugueses continuou com Zumbi.
(O Cartaz acima é do Filme de Cacá Diegues (1963) sobre Ganga ou Gana Zumba.)

Cativando os Cordeirinhos que Dizem Amém


Leio no diario gauche de hoje o seguinte:

Parece que o legislador pouco se importou com os princípios constitucionais da lisura administrativa e da ética pública. Ao contrário, montou um dispositivo "legal" de assalto ao Estado e captura privada de bens públicos.É isso que a lei das OSCIPs de dona Yeda prevê: um assalto descriminalizado ao Estado, agora organizado, com método e com selos distintivos de legalidade e legitimidade pública para apropriação ilimitada (e sem controle) nos setores como educação, saúde, cultura, esportes, assistência social e lazer. Os próprios tucanos prevêem que 30 entidades públicas do Estado possam ser alvo do projeto de lei estadual das OSCIPs.Para o cético Descartes (óleo), esse projeto tucano faria parte do chamado "mundo das coisas duvidosas", para usar um eufemismo que não agrida a sensibilidade delicada de dona Yedinha.
Neste sentido, tanto mais tem razão a deputada petista, sejamos metódicos, o projeto das OSCIPs precisa ser melhor verificado, analisado, sintetizado e enumerado. Para, logo mais, cartesianamente, ser jogado na lata de lixo. Mas com método, por favor!

Meu comentário, por favor!
O RS gasta 72% de sua receita líquida com pagamento de servidores ativos e inativos. Isso já é uma barbaridade. E os arautos do estatismo o que defendem? estatizar ainda mais o RS. Não existe outra saída para um Estado moderno senão o de fazer parceria de alguns serviços com a iniciativa privada. Por que a Associação dos Amigos do Theatro São Pedro não pode gerir o teatro, como ocorre em qualquer lugar do mundo desenvolvido? Mas não, é uma vergonha, uma falcatrua o Estado fazer qualquer tipo de parceria com a iniciativa privada. E o homem branco questiona, mas a Lei das Oscip´s não prevê controle e fiscalização... Falta cultura e informação jurídica, porque esse controle e fiscalização sobre serviços públicos concedidos, autorizados e permitidos decorre da própra constituição da república e das leis vigentes. É evidente, é óbvio, é cartesianamente lógico que qualquer serviço público exercido por particular tem que ser sim fiscalizado e controlado pela sociedade civil e pelas suas instituições. O engraçado é que se atira conceitos vagos e noções erradas aos quatro ventos para cativar os cordeirinhos que apenas dizem amém.

Os Lanceiros Negros


No dia da consciência negra é importante refletir sobre um fato lamentável, uma imensa traição, ocorrido no RS, o massacre dos lanceiros negros. Quem conta a história é o historiador André Melo da FAPA, em artigo publicado hoje na Zero Hora.

A traição aos lanceiros negros

A Revolução Farroupilha já tinha ultrapassado o conturbado período das regências (1831-1840), estendendo-se, perigosamente, durante os primeiros anos do Segundo Império. Como as grandes cidades estavam fechadas aos farrapos (isto inclui a barra de Rio Grande), era inevitável que a região platina fosse responsável por sustentar os 10 anos de guerra, fornecendo tanto armas quanto cavalos.Esgotados economicamente e sentindo a necessidade que o Império tinha de obter apoio militar dos rebeldes gaúchos face a suas ambições no Prata, os farrapos passam a negociar a paz. O Brasil oferecia um aumento de 25% na taxa sobre o charque; também assumiria a dívida gaúcha e passaria os farrapos para o Exército nacional, seguindo as mesmas patentes que eles ostentavam no Exército Farroupilha.Porém, o que fazer com um grupo de negros que haviam lutado na revolução e que possuíam 10 anos de experiência em guerras? O Império nem cogitava a possibilidade de libertar o Corpo de Lanceiros Negros do Exército Farroupilha, pois a escravidão continuava no país. Nem mesmo a independência (1822) e a adesão de idéias liberais por parte das elites foram capazes de abalar o modo de produção escravista.Engana-se quem pensa que realmente existiu uma democracia racial entre os farrapos. Ao contrário de Artigas (Uruguai), nunca os líderes farroupilhas prometeram liberdade aos escravos que com eles lutaram. Os soldados até poderiam ser negros, mas os oficiais eram todos brancos. A solução (arrumada por Caxias e Canabarro) viria em 14 de novembro de 1844, quando aconteceria o episódio mais lamentável de toda a Revolução Farroupilha: a traição de Porongos, com o massacre dos lanceiros negros. Desarmados um dia antes por ordem de David Canabarro, os negros foram alvo fácil para as tropas do Império sob o comando de Francisco de Abreu, o Moringue. O objetivo havia sido alcançado, isto é, estava eliminado o último foco de resistência à assinatura da paz. Logo em 1848, o RS já estaria lutando novamente ao lado dos imperiais contra as forças de Rosas e Oribe. Seria uma boa oportunidade para os estancieiros gaúchos contrabandearem gado do Prata (as califórnias).A vinda de imigrantes europeus a partir de 1824 já evidenciava uma nítida tentativa de branqueamento da população. Essa primeira reforma agrária que tivemos excluiu totalmente os negros. Por 388 anos o Brasil não teve trabalhadores, mas, sim, escravos. Quando realmente começaremos a reparar esse grande erro histórico?

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Por que o Governo Olívio foi tão Catastrófico?


Muitos me perguntam, por que o governo Olívio, PT-RS, foi o pior governo da história recente do RS? Mas, afinal, que lado positivo fez o governo Olívio? Olívio tem um grave problema para um governante: preconceito com o capital. Ele mesmo disse na Fiergs que nunca seria um empresário, porque ele não se consegue imaginar numa forma gananciosa de se viver e almejar lucro. Olívio é refém de seu atraso ideológico. Foi Olívio que colocou seu obscuro amigo Diógenes (aquele que a voz gravada disse para a polícia não reprimir o crime organizado no RS) em posto chave da administração. Olívio encarna no PT o que há de mais atrasado, mais rancoroso, mais preconceituoso. Foi um péssimo administrador, foi um péssimo gestor, foi um péssimo político, foi vetado pelo seu partido que escolheu -- e com razão -- o Tarso. Incrível, Olívio foi tão incompetente que sua reeleição (o que geralmente ocorre) foi vetada pelo próprio PT e depois de seu governo (que deixou marcas negativas no RS) o PT não ganhou NENHUMA eleição importante. Talvez ganhe no ano que vem, mas isso é outra história. Olívio nunca se interessou em negociar, inclusive no parlamento e acabou perdendo o "parceiro" PDT como aliado. Olívio não conseguiu fazer nenhuma aliança para conquistar algum tipo de maioria no parlamento. Além disso, colecionou inumeráveis lista de brigas, sobretudo na área da segurança. Nunca houve tanto processo contra jornalistas como no governo Olívio. Olívio politizou e ideologizou a gestão. Colocou a companheirada em cargos chaves. A questão da Aftosa -- que não chegava ao RS fazia muito tempo -- foi incompetência administrativa. A política acima da técnica. Deu no que deu. Olívio se negou a receber os executivos da Ford e no dia em que, finalmente, a visita foi agendada: Olívio subiu num caminhão de som da CUT e disse: nenhum dinheiro do erário público será destinado às multinacionais. A Ford foi embora e Olívio mentiu, porque destinou dinheiro público para a GM. Seu governo gerou pouquíssimo investimento privado, não fez nenhuma parceria com a iniciativa privada. Foi um governo sem diálogo e ele mesmo, o Olívio, definiu o que foi mais positivo na sua gestão: alimentar o antagonismo social. Digo e repito, o pior governador do Rs foi Olivio.

Chávez e Sarkô


Chávez acabou de decolar de Teerã em direção a Paris. Amanhã ele se encontra com o Sarkozy. A questão iraniana -- Ahmadinejad jura de pés juntos que a pesquisa com urânio é apenas para gerar energia -- vai ser o tema central. Chávez não tem freio na lingua e Sarkô sabe ser duro com seus adversários. Se Chávez ligar sua matraca, o Sarkô vai pedir para ele se calar.