Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sexta-feira, 26 de março de 2010

Ideologia É Religião


No diário gauche de hoje leio um artigo sobre o dinheiro, a mercadoria, o trabalho e sua expressão social.
Em suma, no mundo da mercadoria o homem não tem qualidades.
Quem tiver o saco de ler clique aqui.

E o último parágrafo é o seguinte:

Todas as demais mercadorias querem "imitar" a capacidade de valorização do dinheiro, que é "a vida do que está morto (força de trabalho alienada na mercadoria, e esta transformada em moeda) se movendo em si mesma" – na genial síntese de Hegel.

Meu humilde pitaco:

Será que o trabalhador vai ficar menos "alienado" se ficar sabendo que o "dinheiro é a vida do que está morto movendo-se em si mesma"?
Não há mais dúvida, ideologia e religião é a mesma coisa.

A esquerda vive e se alimenta  de dogmas. Deixou de ser materialista e se transformou em idealista. O texto do post é a demonstração cabal disso. Tem dificuldade imensa de entender o mundo que estamos embutidos. Tem preconceito com mercados e capital, como se tudo isso significasse, necessariamente, c algo danoso.  Ela utiliza, como razão de seus conceitos,  idéias e percepções que não tem hoje mais nenhuma consistência. E preso a teoria do passado tenta entender um mundo - para ela - incompreensível. A sociedade de hoje é de serviços, o mundo moderno não é mais maniqueísta, não está dividido em classes plenamente identificadas. A cidade moderna ou pós moderna (essa palavra que vocês detestam) é complexa, é difusa, é multifacetária, é diversificada. Como aplicar, no mundo que vivemos, teses ( e são apenas teses) de que os trabalhadores conscientes e desalienados, um dia vão colocar em prática   sua práxis libertária  para fazer o quê? Libertar o mundo dos malvados, da ingratidão, da midia oligopolista? Quem são afinal os trabalhadores, onde eles estão, que forças terão eles para fazer uma revolução permanente, nesse mundo molecular e líquido?
Esse sonho dourado é religioso.
 Tal como o Juízo final da fé cristã ou a época do ouro da mitologia grega.

Impressionante como certa esquerda se perde nos labirintos de teorias caducas e depois não entendem porque continuam perdendo cordeirinhos.
Os rebanhos estão bebendo em outras fontes e, nesse sentido o Bispo Macedo  é mais competente.

2 comentários:

guimas disse...

Nossa, que preconceito mais antiquado, Maia. Mas vamos lá:

Nenhum político (ou grupo político) é desprovido de ideologia. Mas, seguindo a linha de traçar um paralelo entre religião e ideologia, como sugeres, o teu texto só significa que a tua religião (ou ideologia) é mais "moderna" que a de certa esquerda.

De mesma maneira, tens dogmas (este post é um deles).

O mais interessante é que tua ideologia não pode ser classificada - tuas definições são muito elásticas, e no fundo querem dizer "vale tudo, meu irmão", e fica fácil adaptá-las ao "mundo moderno".

Mas a tua opinião é essencialmente maniqueísta - o que tu mesmo negas no post - pois pinta o mundo como algo que é "pos-moderno" (queres algo mais sem significado do que isto?), e com outros adjetivos divertidos ("...complexa, difusa, multifacetária, diversificada..."), mas, novamente com sentido duplo (ou sem sentido).

Traduzindo, o post poderia ser o seguinte: "a esquerda é velha e eu sou moderno". O que não passa de briga religiosa (ou de ideologias).

PS: "Alienado" tem mais de um sentido, e acho que não entendeste o sentido que o Diario Gauche usou.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Meu caro Guimas, Ideologia é divisão de mundo. E eu discordo do Fogaça - é possível construir a paz sem divisão. E possîvel construir consensos. Essa é a minha religião, a convergência e nunca a divergência. O DG e sua teoria hiper teórica é uma fábrica que existe para alimentar antagonismos. Eu não acredito nisso. Não sou adepto dessa fé. Prefiro seguir os ensinamentos do estóico Luc Ferry: existem duas grandes maldades no mundo de hoje: religião e ideologia.