Miniconto que fiz para publicação no Blog coletivo Minimo Ajuste.
Colocou o vestido preto, os óculos escuros e chegou cedo. Postou-se ao lado do caixão. Não conseguiu chorar nem se emocionar. Na hora da cerimônia ouviu quieta o que disse o padre que abençoou o cadáver. Acompanhou o cortejo até o túmulo. Recebeu de todos os votos de pêsames. Já exausta pegou o taxi e foi para casa. Tomou um longo banho e colocou o roupão. Era preciso arrumar, limpar, colocar no lixo: o prato de sopa, a colher e, sobretudo, o tempero discreto e forte que derruba até cavalo.
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