Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


sábado, 20 de março de 2010

Os 800 Militantes da Grife Guevara

Enquanto as damas de branco protestam
Simpatizantes do governo Fidel organizam marcha a favor do regime, segundo informações do Blog Na Praxis

O jornalista Paulo Santana disse hoje na ZH, artigo abaixo,  que Cuba está se abrindo, que algo diferente está acontecendo.   As damas de branco saem nas ruas para protestar contra a prisão dos dissidentes presos e esse protesto não é reprimido, pelo menos formalmente. Para contrapor esse protesto que faz barulho na imprensa mundial, simpatizantes do governo, militantes da causa comunista resolvem sair para a rua para protestar contra o protesto dos manifestantes. O número desses militantes que saem para a rua e apoiam o governo gira em torno de 800. E essa tem sido a realidade cubana de hoje em dia. Esse mesmo sistema é aplicado na Venezuela de Chávez: sempre quando a oposição organiza um protesto, os movimentos bolivarianos também organizam o seu com as famosas bandeiras vermelhas que a grife Guevara tanto gosto de usar.
O artigo do Santana:
As Damas de Branco

Estranho: de uns dias para cá, está desfilando pelas ruas de Havana, Cuba, um grupo de mães e mulheres de presos políticos cubanos, protestando contra o regime de Fidel e Raúl Castro e contra a prisão de seus parentes. Já foi para o quarto dia de protestos, apesar de que o grupo, denominado Damas de Branco, vem sendo fortemente repudiado nas ruas por partidários do governo. O grupo promete que vai continuar com as manifestações.
“Estamos pedindo a liberdade de nossos homens de maneira pacífica e vamos continuar até que eles sejam libertados ou que o regime cubano nos mate e derrame nosso sangue pelas ruas de Havana”, afirmou à imprensa internacional Bertha Soler, integrante do grupo.
“Queremos que o mundo inteiro veja que este é um governo ditador”, declarou Bertha, que é casada com Ángel Maya Acosta, preso desde 2003 e condenado a 20 anos de prisão por “atentar contra a independência e a integridade territorial do Estado”.
Ela diz que “conversei por telefone com meu marido e ele me disse que não era para ter medo, que devemos continuar protestando”.
Nas primeiras horas de anteontem, cerca de 30 integrantes das Damas de Branco reuniram-se para assistir a uma missa na Igreja de la Merced, em Havana Velha. De lá, saíram em marcha silenciosa, carregando flores e vestidas de branco, debaixo de insultos de 800 partidários de Fidel Castro, que as cercavam.
Policiais à paisana formaram um cordão de proteção em torno das mulheres para evitar o confronto entre os dois grupos, diferentemente do que acontecera dias atrás, quando as mulheres foram arrastadas pelos cabelos e obrigadas a entrar em ônibus do governo.
Desta vez, as forças de segurança não interferiram na manifestação.
Esses fatos, no entender deste colunista, mostram que está havendo uma quase imperceptível abertura em Cuba. A última imagem que se tinha de confronto entre a resistência ao regime e as forças de segurança deu-se durante o que se chamou de “primavera negra”, dia 18 de março de 2003, resultando na prisão e condenação pesada de 75 dissidentes.
Agora, não. A polícia permite as manifestações das Damas de Branco e coloca até mesmo agentes de segurança para proteger a passeata delas pelas ruas de Havana.
Essas manifestações, além disso, têm cobertura da imprensa internacional, que manda fotos sobre os comícios para todos os cantos do mundo.
No meu ver, há um leve aroma de abertura na ditadura cubana, talvez determinada pela sucessão no poder, desde que Raúl Castro substituiu seu irmão na cúpula governamental.
A Anistia Internacional está pedindo ao governo cubano que não persiga as Damas de Branco e trate de libertar aqueles que estão presos há anos e sentenciados em julgamentos “por acusações que, com frequência, não têm nenhum fundamento”.
Torça-se para que Cuba se democratize, que solte os seus presos de consciência, mancha escura dos regimes ditatoriais, e ao mesmo tempo se decrete um fim ao odioso bloqueio econômico de que é vítima há várias décadas a ilha de Fidel.

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Sobre o mesmo tema, mas na ótica pró Fidel, o post a seguir publicado no Blog Na Práxis:

POVO CUBANO se manifesta nas ruas contra Fidel e Raul Castro!


15 CUBANOS desafiaram a ditadura sangrenta e cruel dos comunistas e tomaram as ruas para protestar contra o governo dos irmãos castro, com slogans de liberdade e paz.
Os manifestantes CUBANOS, que marchavam pacificamente, foram vaiados e hostilizados verbalmente por 768 partidários do governo.
A POPULAÇÃO CUBANA encerrou seu protesto em meio a um cordão policial, que os separava dos PARTIDÁRIOS DE CASTRO.

Datena entrevistou ONGs de direitos humanos criticaram a atitude autoritária e pediram mais liberdade em Cuba.


Imprensa safada é dose...
A imprensa brasileira cobre com sensacionalismo as manifestações das chamadas "Damas de Branco", mulheres parentes de cubanos presos em 2003 por terem comprovadamente atuado em favor de uma potência estrangeira em troca de dinheiro.
Estas mulheres organizam-se por meio do escritório de interesses americanos em Cuba.
Recebem a linha política a ser seguida.
Recebem dinheiro.
Desfilam acompanhadas diretamente por agentes do corpo diplomático de embaixadas como as da Polônia, Alemanha, Espanha e, é claro, do escritório de interesses americanos (que atua como embaixada, já que formalmente não exeistem relações diplomáticas entre Cuba e EUA).

Veja este vídeo, que revela muita coisa, sobre uma marcha das "Damas de Branco" que aconteceu em dezembro de 2009 e também sofreu "repressão de partidários do governo e agentes de segurança". Está em espanhol, mas é de fácil compreensão.

Um comentário:

PoPa disse...

O importante é que está havendo um terremoto em Cuba. Um terremoto de pequena escala, mas com réplicas e tréplicas no mundo inteiro. Não importa se são pagas ou não, as Damas de Blanco estão fazendo história e mudando a história cubana. Lá, como aqui, é fácil arregimentar claque profissional, disposta à baderna, ao confronto, ao barulho. Para participar de um movimento contra o regime castrista, no entanto, não é só com dinheiro que se consegue. Há que ter muita vontade, pois o risco é enorme.