Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 31 de março de 2010

Sobre o Golpe de 64

Os tanques nas ruas


Marechal Humberto Castelo Branco toma posse em abril de 64

Comentei no Blog Tardes Demais  -- que lançou um post sobre a Revolução de 64 e indicou os livros do
Skidmore e do Gaspari --  e o comentário virou um post.

Na verdade, não foi uma revolução, mas um golpe. Comenta-se que o golpe ocorreu no dia 01 de abril. Houve apoio de parte expressiva da classe média e de trabalhadores, porque o governo João Goulart não tinha essa popularidade e era época de guerra fria e a paranóia de que o Brasil estava seguindo os rumos de Cuba e se aproximando da URSS era grande. Esse era o contexto, mas o golpe, mesmo assim, não se justifica. A repressão ocorreu realmente a partir do AI 5 em 68, como forma de reprimir movimentos de esquerda que  pegaram em armas e que sequestravam embaixadores e outras figuras. Além dos livros indicados (Thomas Skidmore - de Getúlio a Castelo  e os 4 volumes do Gaspari)  eu recomendaria "Os Carbonários " do Alfredo Sirkis  e o Que é Isso Companheiro do Gabeira, ambos sobre a visão da esquerda do Brasil pós AI 5.



A partir de 1985 houve a redemocratização do Brasil e a entrada em vigor da CF de 1988, que infelizmente, é uma imensa colcha de retalhos, ambivalente, ambígua, que concede muitos direitos e poucas obrigações e é consequência imediata de um período crítico na vida brasileira, a ditadura militar -- que pode sim ser considerada ditabranda se compararmos com o que ocorreu com o Chile e Argentina. Ditadura é sempre ditadura, por mais branda que ela seja, não se justifica.

5 comentários:

Terráqueo disse...

Triste golpe para o Brasil. Uma pena que algumas pessoas que lutaram tanto pela liberdade hoje estejam tentando amordaçar a imprensa.

Fábio Mayer disse...

O Ronaldo Costa Couto tem dois bons livros sobre esse período, HIstória da DItadura e da Abertura, se não me engano.

Notícias do Planalto, de Mário Sergio Conti também trata do assunto.

E Geisel, entrevista com o ex-presidente feita pela FGV também é um documento precioso sobre o assunto.

Concordo, foi golpe, embora eu mesmo as vezes classifique de Revolução, quando me refira aos aspectos positivos dos governos militares.

Foi uma "ditabranda" na medida em que a repressão foi infinitamente menor que similares pelo mundo afora, mas aquele fato, foi um golpe, porque Goulart não tinha poder nem apoio para impor suas reformas socializantes, e perderia as eleições seguintes de lavada, não era necessário quebrar o processo político.

Ademais, grupos comunistas tentavam tomar o poder à força de qualquer modo, não era Goulart que os incitava, no máximo, as burradas do Brizola é que davam essa impressão.

Na verdade, a dita "Revolução de 64" foi o último grande episódio udenista e oligárquico do país.

Carlos Lacerda, por exemplo, era comunista na juventude porque achava que era a melhor forma de tomar o poder. Depois, apoiou a revolução que levou Getúlio ao poder porque achava que ia se beneficiar dela. Depois, moveu céus e terras para apear Getúlio, conseguiu e se viu obrigado a mover céus e terras para apear Juscelino e logo apos., apoiou o golpe de 64 como seu maior lider civil e deu com os burros n'agua! Era um oligarca, a quem não existir cor de bandeira ou partido, só interessava o poder, e como ele, dezenas de outros da UDN, que acabaram conseguindo o poder com o golpe de 64.

Tarde disse...

ôpa, valeu mencionar. Anotei os livros, e acrescento "Pedro e os Lobos" de João Roberto Laque. Obrigado amigo.

Tarde

Domingues disse...

Acabei de ler o livro PEDRO E OS LOBOS do jornalista João Roberto Laque e compreendi claramente o que se passou no período de Jânio, Jango a José Sarney (quanto J!). Excelente! Dorivaldo Souza.

Domingues disse...

Acabei de ler o livro PEDRO E OS LOBOS do Jornalista João Roberto Laque. É excelente para quem quer compreender a História sobre o período da ditadura (anos de Chumbo), ou seja, de Jânio/Jango até José Sarney (quanto J!).
Domingues.