Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Abduzido e Tirando as Luvas de Pelica

O dono deste blog foi incorporado (ou abduzido) pelo filme Tropa de Elite. Foi uma espécie de disco voador que passou por ai que carregou meu corpo e minha alma para algum lugar. E, talvez, por isso, eu tenha esquecido de usar a minha sagrada luva de pelica para atirar a santa pedra no pensamento das idéias caducas.

E, como hoje é quarta --dia de monitorar a blogosfera -- eu me deparo com uma crítica feita diretamente a mim, no blog (bom de pescar) diario gauche, feita pelo Eugênio Neves do blog Dialógico.

Lancei uma mensagem no diario gauche dizendo o seguinte:
No Vietnam os americanos entraram em combate para impedir o governo vermelho vietcong. No Iraque eles conseguiram derrubar o governo do Saddam e estão tentando administrar a caótica situação, dando proteção (assim como fazem os brasileiros no Haiti) ao atual governo iraquiano. Os iraquianos - sunitas, xiitas, pró saddam, contra saddam, curdos, pró Al Qaeda, pró e contra o governo -- estão se matando. Muito poucas das mortes contabilizadas ocorreram por fuzis americanos. O exército americano está dando guarida ao governo iraquiano que é contestado por muita gente, sobretudo os radicais. Eu também acho, que os americanos devem sair do Iraque, mas se isso ocorrer, será que o governo ali instalado vai conseguir sobreviver?

O Eugênio Neves veio com essa pérola:

"recomendo a eles q dêem uma passadinha lá no cais do porto, na Bienal, e vejam uma expo de fotos documentais sobre a guerra do Vietnam. Ali já está exposta a barbárie das tropas de ocupação ianques, a tortura, enfim, todos os "ingredientes" disso q está acontecendo no Iraque, e q causaram surpresa aos, esses sim, "velhinhas de taubaté". Uma foto em particular me chamou a atenção. É a de um mariner com ar debochado, q segura, literalmente, restos humanos, o q sobrou de um vietnamita. Vou fotografá-la e sugerir que vc a publique no blog. Aí poderíamos adotar a seguinte sistemática: quem quisesse poderia enviar fotos dos seus parentes, mães, irmãos, filhos e aí eu recortaria a carinha deles (acreditem, sou bom nisso) e colaria na do vietnamita, ou no q sobrou dele, num simulacro macabro daquelas fotos q se tira em parques d diversões. Quem sabe, assim, alguns canalhas, charlatões-da-boca-do-lixo-vendedores-de-elixir-milagroso q freqüentam esse blog, vendo ali um ente querido, arrefeçam seu cinismo e entendam a dor alheia.No mais, meu caro Cristóvão, me pergunto o q devemos mais aturar em nome da pluralidade e da liberdade d expressão? Pois veja: "A imensa maioria dessas ví­timas e mortes de guerra não foi causada pelo exército americano, mas pela guerra existente entre os próprios iraquianos"..."Muito poucas das mortes contabilizadas ocorreram por fuzis americanos. O exército americano está dando guarida ao governo iraquiano que é contestado por muita gente, sobretudo os radicais". Belos "argumentos". Eu acrescentaria a eles mais um: a escravidão negra não foi inventada pelos brancos, pois ela já existia na África. Pronto!!!!! Está tudo moralmente legitimado! Mesmo abrindo espaços para esse tipo de coisa, somos as "velhinhas de taubaté" os "scholars de esquerda" que ñ enfrentam "a história de acordo com os fatos" e sim "com o preconceito." Será q nós precisamos d bobos da corte para medir a nossa credibilidade? Será q precisamos do contraponto da insanidade para aquilatar a nossa razão?

Comentário do Maia, abduzido por uma tempestade chamada Capitão Nascimento e, pois, digitando sem luvas de pelicas:

O Eugênio faz parte exatamente daquela aula de sociologia da Tropa de Elite que simplifica e relativiza pela mediocridade a discussão de tudo. Tudo é culpa dos ricos, dos exploradores, dos poderosos, dos brancos, da mídia oligopolista. Eugênio, a década de 60 já passou! Os Foucault da vida se perderam nos escuros labirintos da favela dominada pelo trafico da badidagem, como se os Iraques da vida tivessem apenas um problema: a invasão americana. Como se os Afegães adorassem o antigo regime Taliban. Nada é tão simples assim. Ou a gente discute seriamente os problemas mundiais com ponto e contraponto ou a gente vai seguir cantando o jogral da religião do pensamento único politicamente correto, medíocre e prolixo. A escolha é sua.

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