Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O Drogado Branco que usa Rolex e que não é Hipócrita


A Fundação Getúlio Vargas (FGV) ontem divulgou uma pesquisa que aponta que 62% dos consumidores declarados de drogas no País pertencem à classe A.

Este segmento representa apenas 5,8% da população brasileira. O estudo mostra ainda que 85% dos usuários são brancos, grupo que compõe 53% da população total no Brasil. A informação é do diario gauche. que deu uma de diario gaúcho ou de imprensa marrom e alardeou No Brasil quem usa drogas é branco que usa rolex.

Continua o gauche:
Os dados levantados indicam que 86% dos consumidores declarados de drogas têm entre 10 anos e 29 anos. Entre os pesquisados que se declararam usuários de drogas, 99% pertencem ao sexo masculino. O estudo mostra ainda que 30% dos usuários freqüentam a Universidade, contra apenas 4% da população brasileira. A maioria dos usuários declarados de drogas, no entanto, freqüentam o Ensino Médio (54%). A pesquisa "O Estado da Juventude: drogas, prisões e acidentes", utilizou como instrumento a pesquisa mais atualizada de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o dado de quem se declara consumidor declarado de drogas deve ser interpretado como resultado da interação entre as despesas com drogas e a propensão a declará-la.
O estudo da Fundação Getulio Vargas levou em conta quatro tipos de droga: maconha, cigarros de maconha, lança-perfume e cocaína.
......
O personagem protofascista (estou dizendo que o personagem é protofascista, não que o filme seja protofascista) Capitão Nascimento já canta essa pedra no Tropa de Elite.

Comentário do dono dessa geringonça aqui:

O próprio texto divulgado pela FGV demonstra que essa pesquisa está para lá de torta. Na verdade, é uma pesquisa sobre a hipocrisia, porque apenas consultou e contabilizou consumidores DECLARADOS de drogas. O que se pode, também, interpretar é que os "brancos que usam rolex", então, são menos hipócritas do que outras castas deste Brasil que não declaram serem usuários de drogas. Se a FGV perguntasse para dez malucos da turma do Baiano, que domina o tráfico lá no alto da Favela, se eles consomem drogas, todos responderiam, com olhos esbugalhados e pupilas dilatadas, o mesmo jogral: tá maluco, doutor, nois, aqui? nunca.

9 comentários:

Anônimo disse...

Vejamos: um senhor publica uma pesquisa onde entrevista pessoas e chega à conclusão que, de acordo com o que diz o entevistado, quanto mais rico, mais "intolerante a desonestidade" a criatura é. Não se discorda e a galera anti-petista sai a dizer que por isso o Brasil tá assim. Por causa do povinho (e do Lula).

Aí se faz uma a entrevista a respeito do consumo de drogas, e o ditador inconteste do barraco acha que o caso é que pobre mente mesmo, coitado dos ricos, tão honestos e sinceros.

Tá. Entendi.

Sabes porque pobre não consome muita droga, Maia?

Porque é muito caro, e traficante não lucra vendendo cocaína no morro. É simples. O tráfico só existe porque movimenta uma grana preta, que é o que menos tem no morro.

Precisei uns três neurônios pra captar isso, e nem falei mal de político nenhum. Incrível, não?

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, o que o ditador inconteste desse barraco mais detesta na vida é luta de classes. Não é essa a questão e nunca foi essa a questão. O capitão Nascimento colocou o dedo na ferida, apontou seu fuzil e disse: de que lado você está? E o Brasil deveria estar apenas de um lado, basta aprender uma linguagem como fizeram diversos países do mundo. O caminho já está feito. É só seguir a placa ou a "mosca azul". Mas aí os blogueiros da vida, numa síndrome de imprensa marrom, ficam atiçando o ódio entre classes e dizendo quem consome droga é o homem branco que usa rolex e omite, manipula sobre a quantidade de droga que rola na favela. E lá, infelizmente, se consome muita droga sim. Só o que o preço é outro. O preço da branquinha no Vidigal, na Dona Marta é bem diferente do Leblon e de Copacabana. O preço do fumo no Morro da Cuz é bem menor do que na Cidade Baixa.

Anônimo disse...

Pois é Maia, mas olha só o que disseste:

"...mais detesta na vida é luta de classes..."
"E o Brasil deveria estar apenas de um lado..."
"O caminho já está feito..."

Tudo legal, tudo perfeito, concordo. Só me diz uma coisa: qual lado? Qual caminho?

A luta de classes que tu detestas é exatamente a que decide estas questões. Mas me diz, nessa luta, qual lado leva mais vantagem? O do Bela Vista ou o da Restinga?

Se fosse assim simples, tu achas que já não teríamos uma solução? Aliás, com a diminuição da pobreza no Brasil, não estamos no caminho certo?

O problema, Maia, é que, como disse Betinho, "quem tem fome tem pressa". Até o Brasil crescer o que precisa para "resolver" o problema, o que fazer com a pobreza e a luta de classes?

Aí que entra o que Diario Gauche diz. Se alguém tem de ceder nessa briga é quem pode, os ricos. Mas, com essa mentalidade Miami que nossa classe A tem, fica difícil.

Minha crítica ao que escreveste é simples: rico consome mais drogas e paga caro por elas. Isso só fomenta o tráfico. A contribuição financeira do morro para o traficante é pequena, isso já se sabe faz tempo, é apenas o óbvio. Ao criticar o resultado da pesquisa, só estás aumentando a tolice da luta.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Guimas, o que eu defendo é que Porto Alegre inteira se transforme num Menino Deus, numa cidade baixa, numa Bela Vista, num Moinhos. Que a Restinga, que o Morro da Cruz esteja repleta de boas e confortáveis casas, com ruas arborizadas e para que isso ocorra não é necessário a idiotice da luta de classes. A Europa não se desenvolveu fazendo luta de classes. Aliás, o desenvolvimento social e econõmico de qualquer país sempre ocorreu distante da luta de classes. É evidente que interesses podem e devem ser contrariados, mas isso pode e deve ser feito pela via institucional. O problema são os nossos políticos antipetistas e petistas viciados na mesma política de sempre. Olha o caso da Cisco com o PT. Chamem o Capitão Nascimento, mas quero distância do fascismo, do direitismo e do esquerdismo.

PoPa disse...

É muito claro que o mercado preferido do tráfico é a classe média. É onde tem grana e o povo não cria barraco. Mas não quer dizer que pobre não tenha problemas com drogas. Também acho que pesquisa deste porte não diz nada, pois não é assunto que alguém goste de comentar, mesmo com um entrevistador desconhecido. Ou até dizer que consome para ser mais "descolado".

Infelizmente, há um subproduto da cocaína que precisa achar mercado e é barato o suficiente para qualquer moleque de sinaleira comprar. Não acho que alguém com um mínimo de inteligência (e grana) vá consumir crack. Este é um mercado para pobres e é uma das piores drogas do momento. Para quem fala em liberação, esta estaria na lista? E se não estiver, desapareceria?

Carlos Eduardo da Maia disse...

O crack é uma droga muito presente na população de baixa renda e que acaba com todos os horizontes. A maconha dá um barato, a coca te deixa ligado, mas o crack acaba com tudo. Hoje mesmo na Av. Ipiranga eu vi dois adolescentes com cara de muito, mas muito loucos mesmo. Aquele olhar parado e perdidão. Isso é o crack. O Varella, o médico do Carandiru, já alertou sobre isso no livro.

Carlos de Castro disse...

O crack dá pouco lucro. O que mantém o tráfico são os bacaninhas cheiradores e consumidores de ectasy e as empresas de fachada. Porque ninguém fala nisso? Bingos, empreiteiras,financeiras, concessionárias, fazendas que lavam o dinheiro sujo?

Carlos Eduardo da Maia disse...

Castro, uma dúvida: o ecstasy vem da favela?

Carlos de Castro disse...

O ecstasy está sendo traficado no asfalto e nas favelas. A policia estadual e federal tem feito varias apreensões de ecstasy,LSD e drogas mais caras nas favelas da zona sul e no entorno. Em Copacabana principalmente, e Ipanema, foram presos alguns traficantes de classe média e alta pela policia federal. Um laboratório de refino de cocaína foi estourado em uma favela da zona norte.