Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


domingo, 7 de outubro de 2007

Monitorando o Ribimboca


O Ribimboca faz uma comparação entre dois fatos que iluminaram a semana que passou: o filme a Tropa de Elite (que ainda não vi) e a matéria da Veja divulgando -- acertadamente, na opinião deste blogueiro -- outras faces (não muito divulgadas) de Ernesto Che Guevara.

Leio também, no mesmo Ribimboca, uma crítica ao comportamento da mídia em relação ao relacionamento de FHC com a jornalista Miriam Dutra, comparando com outros casos de adultérios, entre eles, of course, o de Monica Veloso e Renan Calheiros.

Em relação ao Che, diz o Ribimboca:

Na semana que passou, dois assuntos polêmicos inflamaram a web. A facciosa matéria de Veja sobre Che Guevara e a repercussão do filme Tropa de Elite do diretor José Padilha.De um lado, temos o guerrilheiro Che Guevara, de carne e osso, acusado por seus detratores de ser simplesmente um assassino cruel e sádico quando comandou por seis meses a fortaleza de La Cabanã.Do outro lado, temos o capitão Nascimento, policial fictício, violento, incorruptível, alçado ao panteon dos novos heróis.Che representava o Estado cubano, assinando sentenças de morte e assumindo corajosamente o trabalho sujo.

O dono deste muquifo teve de postar o seguinte comentário:

Che NÃO PRECISAVA fazer o trabalho sujo. A revolução já estava controlada. Não havia mais foco de resistência. Algumas das vítimas da fase do "terror" da revolução cubana foram também alguns dos antigos companheiros de Sierra Maestra e das tomadas das cidades até chegar a La Habana, no reveillon de 59. Trata-se, por exemplo, do americano Wiiliam Morgan que entrou abraçado com Che e Guevara. Foi fuzilado em La Cabaña. É dever da mídia - seja ela qual for - mostrar o fato. A interpretação é o vivente que faz.

No caso do relacionamento FHC e Miriam Dutra, o Ribimboca alega o seguinte:

A credibilidade da mídia brasileira é abalada por escândalos episódicos, abafados segundo a conveniência. Porque será que nossos idôneos, moralistas e éticos meios de comunicação, não deram a mesma importância ao relacionamento do então senador FHC com a jornalista Míriam Dutra que deram aos relacionamentos extraconjugais de Lula, Quércia, Maluf, Pitta, Collor e Renan Calheiros?

Opinião do Maia:
Lula teve relacionamento extra-conjugal? Quando, onde, como e por que?
A mídia não deu importância ao relacionamento FHC com Miriam Dutra, porque esta senhora resolveu se manter discreta, não quis abrir a boca. Preferiu ficar na dela, vivendo e morando na Espanha. Muito diferente aconteceu com Monica Veloso e Renan Calheiros. São situações diferentes e receberam, por parte da mídia, comportamento diferente. A grande mídia pode ser isso, isso e aquilo, mas neste fato, especificamente, agiu bem.

9 comentários:

Anônimo disse...

Trecho de Veja: “Centenas de homens que ele (Che) fuzilou em Cuba tiveram sua sorte selada em ritos sumários que não passavam de dez minutos.” Quais? Que homens? Qual a fonte de Schelp? Uma das primeiras decisões do novo governo rebelde, e isso é fato, foi a criação de juízos revolucionários como parte de um processo conhecido como Comissão Depuradora. Todos aqueles apontados como criminosos de guerra ou associados ao regime de Batista foram levados a julgamento. Entre janeiro e abril de 1959, aproximadamente mil colaboradores do antigo regime foram denunciados e julgados por meio dos tribunais revolucionários. Cerca de 550 deles foram condenados à pena de morte. Ernesto Guevara, na condição de comandante de La Cabaña durante os primeiros meses da Revolução, teve sob seu comando os julgamentos e as execuções das penas daqueles que estavam detidos na fortaleza. Para disciplinar os juízos, estabeleceu um sistema judicial com tribunais de primeira instância e um tribunal de apelações. As audiências eram públicas e se desenvolviam como em um tribunal qualquer, com promotores de acusação, advogados de defesa e depoimentos de testemunhas, tanto arroladas pela acusação como pelos réus. A biografia de Jon Lee Anderson, citada, mas não lida por Schelp, a julgar pelo conteúdo de seu texto, mostra isso com nitidez.
(...)
Os principais algozes de Cuba, os Estados Unidos e seus aliados da Europa, vencedores da 2ª Guerra Mundial, não julgaram os criminosos nazistas de modo distinto daquele que foi adotado na Cuba revolucionária. Nem por isso houve insinuações de parcialidade contra o tribunal de Nuremberg ou o clamor mundial para que algum acusado deixasse de ser executado. Entre os condenados aos fuzilamentos em La Cabaña figuravam notórios assassinos, torturadores das forças de Batista e outros criminosos que haviam enriquecido às custas de corrupção e da exploração da miséria da maioria da população cubana.
http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/blog/texto_blog.asp?id_artigo=1115

Em 1982, em sua primeira disputa fora do meio sindical, Lula ficou em quarto lugar nas eleições que fizeram de Franco Montoro o governador de São Paulo (foi quando o Lula, apelido dado por dona Lindu, tornou-se oficialmente parte de seu nome). Em 1986, foi o deputado federal constituinte mais votado em todo o país: 650.134 votos. E em 1989 sofreu a primeira das três derrotas em eleições para presidente da República. Primeira e, nas circunstâncias em que ocorreu, a mais dolorosa. Lula chegou a sentir a vitória nas mãos, ao superar Brizola na briga para enfrentar Fernando Collor no segundo turno. Mas a Presidência escapou-lhe no último momento.

Nessa eleição, pela primeira vez, e de forma inesperada e contundente, sua vida pessoal veio a público.

E o que havia nessa vida pessoal que pudesse lhe custar preciosos votos na hora da decisão? Até então a biografia familiar de Lula parecia exemplar. Não só pela infância sofrida, mas também pelos dois casamentos, o primeiro dos quais, com a tecelã Maria de Lourdes, teve desfecho comovedor: em 1970, durante o parto do que seria o primeiro filho dos dois, Maria de Lourdes e a criança morreram. Por isso, e por combinar tão bem com o perfil do candidato dos trabalhadores, o caso Luriam foi explorado por Collor. O segundo casamento, com Marisa Letícia, deu-se em 1974, ela também viúva, de Marcos, assassinado num assalto quando a mulher estava grávida de quatro meses. Lula adotaria o filho de Marisa, Marcos Cláudio, hoje com 31 anos (o menino tinha 9 quando pediu ao padrasto que lhe desse o nome, passando a se chamar Marcos Cláudio Lula da Silva). Enfim, era difícil imaginar história tão capaz de tocar o coração de qualquer eleitor. Só que Lula já estava casado com Marisa quando nasceu, do romance com Miriam Cordeiro, a menina a que foi dado o nome de Luriam (a primeira sílaba de Luiz e as últimas de Miriam), hoje uma jornalista de 28 anos. Foi o ponto de partida para “o caso Miriam”. Em vez de defender-se firmemente das acusações, Lula mergulhou em profunda depressão. Contam os mais próximos que ele foi aconselhado a reagir com energia, de preferência levando Luriam ao horário eleitoral para dar entrevista defendendo-o dos ataques de Miriam. Lula teria ficado horas trancado com a moça numa sala e, ao sair, dito decididamente:

— Filha minha não vai para a televisão falar mal da mãe.
http://www2.fpa.org.br/portal/modules/news/article.php?storyid=2319

De Castro
abs

PoPa disse...

Interessante a "Comissão Depuradora"... Imaginem se nossa ditadura militar tivesse feito algo parecido.

Sangue de Barata disse...

o che ainda vai dar o que falar por muito tempo =)

Carlos Eduardo da Maia disse...

Sangue e Castro, acho bom e fascinante o assunto Che. Che é um ícone alimentado pelo pensamento de uma esquerda que perdeu a sintonia com o razoável, que não admite meio termo, que despreza qualquer tipo de medida e que prega a dialética radical, sem síntese. Este é o legado de Che. Um legado lamentável, anacrônico e que demonstra que a América Latina ainda engatinha na construção de uma verdadeira e igualitária sociedade. Che Guevara não cumpriu apenas ordem dos tribunais. Ele se engajou para que todo cidadão que manifestasse algum tipo de perigo à revolução fosse executado. Assim procedeu com os simpatizantes do tirano Batista e com os seus colegas de revolução, muitos deles foram executados.

Carlos de Castro disse...

No caso FHC e Míriam Dutra a mídia agiu mal. Era uma noticia e deveria ter sido investigada e publicada, ele é um homem público, e seu comportamento influiria na opção do eleitor, da mesma maneira que influenciou quando declarou ser ateu e ter experimentado maconha e perdeu as eleições para o governo de São Paulo.

Carlos de Castro disse...

Sobre Che: Se a revolução não estivesse controlada então voce aprovaria os fuzilamentos? É isso que eu entendi?

PoPa disse...

O que eu disse, é que mortes em combate são lamentáveis, mas explicáveis. Mortes depois de passar a fase de combates, sem que haja um referencial razoável - não eram exatamente criminosos de guerra - é demais, mesmo para uma figura como Che.

Carlos Eduardo da Maia disse...

Castro, discordo. Acho que a mídia não tem que se meter em assuntos pessoais dos políticos. O caso Renan não se tornou mais pessoal, porque houve uma denúncia da própria Monica Veloso de que ela recebia dinheiro ´da pensão por lobista da Mendes Júnior. São situações bem diferentes. No caso de Cuba, a revolução praticamente não encontrou resistência quando chegou a Havana. E execuções ocorreram meses e anos depois, sem qualquer motivo, com julgamento sumários em tribunais revolucionários e tudo isso foi feito com o engajamento de Che. Se houvesse resistência e ocorresse uma guerra civil seria outra história, mas isso não ocorreu. O governo Batista caiu de podre, de corrupto, era um governo impopular e, por isso, não houve resistência. O que é fundamental é que as pessoas saibam a história real -- e não figurada -- da vida de Che. um abraço. Maia

Anônimo disse...

É verdade! A sujeira de Renan não era a amante e sim o lobista que cuidava dela...