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domingo, 21 de outubro de 2007

Os Robôs Estão Chegando. Estão Chegando os Robôs!


Como hoje é dia de copiar e colar, mais um artigo do Le Monde publicado na Folha de hoje (Caderno Mais)


Uma ética dos robôs - FRANÇOISE LAZARE PHILIPPE MESMER


O mais novo dos robôs humanóides japoneses tem capacidades impressionantes. Desenvolvido por meio de uma parceria entre a Kawada e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Avançada (AIST) do Japão, o "HRP-3 Promet" tem tudo que o trabalhador do futuro precisa.
A máquina branca e preta, de 1,60 metro e 80 quilos, consegue se movimentar nos terrenos mais acidentados, e em qualquer clima. O robô é capaz de caminhar durante duas horas, manipular com precisão uma chave de fenda, ajudar um homem a carregar uma tábua, conduzir veículos de trabalho. Seus criadores esperam começar a comercializá-lo em 2010.

Em menos de uma década, de acordo com os pesquisadores, os robôs farão parte da vida cotidiana dos japoneses. Bill Gates, cuja Microsoft acaba de desenvolver um sistema operacional padronizado para esse tipo de máquina, acredita que a indústria da robótica, como a dos computadores pessoais 30 anos atrás, está às portas de uma forte expansão. As novas máquinas evoluirão no contato com os seres humanos e poderão substituí-los na execução de certas tarefas; mas será que terão direitos?
A questão já está em debate no Reino Unido, em um relatório encaminhado ao governo em dezembro de 2006. O projeto Horizon Scan teve por tema cerca de 250 assuntos que estão em desenvolvimento, entre os quais as conseqüências da evolução da robótica. Podem votar?Sob o título "sonhos utópicos ou máquinas melhores", os especialistas discutem aquilo que será preciso prover aos robôs à medida que sua inteligência artificial se desenvolva. Será que terão direito de voto? Serão forçados a pagar impostos, a prestar serviço militar?
De acordo com o estudo, caso os robôs participem da força de trabalho e, portanto, do crescimento da economia, será necessário fornecer a eles, por exemplo, uma cobertura de seguro social que garanta o bom funcionamento de seus equipamentos. Como aponta o texto, um computador, que legalmente não é considerado uma pessoa, não poderia ser responsabilizado judicialmente por qualquer delito. Seu fabricante, no entanto, poderia proteger seus direitos de propriedade intelectual.
No Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), uma das organizações líderes na pesquisa em robótica nos EUA, Aaron Edsinger está envolvido há três anos no desenvolvimento do robô Domo. Trata-se de uma fusão entre o Kismet, robô criado para o estudo dos contatos entre máquinas e humanos e da aprendizagem que eles propiciam, e do Cog, muito eficiente na manipulação de objetos.
"A questão dos direitos dos robôs será importante no futuro não apenas para os estudiosos da robótica mas para a sociedade em geral", diz ele. "Não estou certo de que ela venha a ser tão diferente da questão dos direitos animais. A probabilidade é que venhamos a nos comportar assim também em relação às diferentes categorias de robôs. Uma lavadora de louças deve continuar a ser uma lavadora de louças.
Já os robôs mais infantilizados talvez venham a ocupar o lugar de um cão ou gato. E creio que dentro de 50 anos parecerá natural que concedamos direitos semelhantes aos dos animais a essas duas categorias de companheiros", diz. Isaac AsimovNo Japão, a questão vai se apresentar mais cedo, dada a posição importante que a robótica já ocupa na vida cotidiana do país.
O envelhecimento da população apresenta problemas de mão-de-obra para as empresas, e também no que tange a encontrar assistência para os idosos. Por isso, laboratórios e parcerias, sob forte pressão do governo, estão investindo pesadamente nesse ramo de atividade. Os robôs humanóides vêm sendo desenvolvidos pouco a pouco pelos laboratórios, como por exemplo o Wakamaru, que já está à venda para trabalhar como recepcionista em empresas. Já a Alsok, uma fabricante de produtos de segurança, está oferecendo aos clientes os robôs de vigilância C4 e C5, para operar em centros comerciais. Com uma abordagem bastante pragmática, o Ministério da Economia japonês está trabalhando na redação de normas de segurança para o uso de robôs.
A comissão criada para essa finalidade em dezembro de 2006 não deve se pronunciar em favor do estabelecimento de uma distinção entre robôs e outras máquinas. O fabricante será sempre considerado responsável pelos problemas criados por seu produto, a não ser que as instruções de uso tenham sido desrespeitadas. As normas do governo exigirão que os fabricantes garantam fiscalização séria dos robôs que prestarão serviços pessoais. Na Coréia do Sul, país igualmente avançado em termos de robótica e grande rival do Japão nessa área, uma "carta ética dos robôs" deve ser redigida neste ano. O texto se inspira nos princípios propostos pelo escritor de ficção científica Isaac Asimov. Os robôs não deverão fazer mal aos seres humanos ou permitir que estes os façam sofrer. Deverão obedecer aos seres humanos, a menos que isso contradiga a primeira lei. E deverão garantir sua própria proteção, caso isso não contradiga as duas primeiras leis.
Este texto foi publicado no "Le Monde". Tradução de Paulo Migliacci

2 comentários:

Letícia Losekann Coelho disse...

não me soa bem está coisa de robôs... pode ser a modernidade.... mas é complicado!

beijo :)

Michel Queiroz disse...

concordo com a Tita... não me acostumo com essa evolução tecnológica... nem a pau...

gostei da foto..rsrsrs

grande abraço...

Michel Queiroz