Diversidade, Liberdade e Inclusão Social

Foto: Obama, Cameron e Helle Thorning-Schmidt


terça-feira, 30 de outubro de 2007

O Cheiro do Ralo


Tá nervoso? Quer uma dica? Vá na locadora e tire o DVD - O Cheiro do Ralo; uma parceria entre o consagrado quadrinhista brasileiro Lourenço Mutarelli e o publicitário e cineasta Heitor Dhalia. Antes desse filme, os dois fizeram Nina.

O Cheiro do Ralo é a história de um obsessivo, um fascinado, um obcecado. Lourenço (Salton Mello que está muito bem no papel) compra bugigangas a preço vil, ele é um colecionador de velharias, um receptador e recebe em sua velha sala de um bairro decadente paulistano seus clientes. O filme mostra o desespero e a humilhação de quem vende e se desfaz de parte de sua história e o sadismo de quem exerce o grande poder de comprar. Lourenço, aparentemente, tem uma vida normal. Ele, superficialmente, é certinho, de óculos, bem vestido, noivo que come strogonof com batatas no jantar, anda sempre de sapatos e dirige uma veraneio que estaciona todo o dia no mesmo lugar a algumas quadras de seu local de trabalho, onde recebe as pessoas que querem vender bugigangas em troca de dinheiro. Quem quer dinheiro? Lourenço tem um imenso receio de que seus clientes pensem que o cheiro ruim que toma conta do ambiente é seu e para todos eles, sem exceção, ele diz. Tá sentindo esse cheiro? É do ralo, ali do banheiro. Tá com problema.

Um dos clientes - que quis vender um "Stradivarious" que Lourenço não comprou - descontou: se o cheiro é do ralo e você caga na privada, o cheiro é seu. Lourenço sentiu o golpe. E o cheiro começa a ficar cada vez mais forte e mais aguda se torna a loucura e a obsessão de Lourenço. Fascinado por seu pai que ele nunca conheceu e nem teve notícia, ele compra um olho, o olho de seu pai que assiste tudo. Lourenço é obsecado por bundas. Bundas sem caras, sem nomes, apenas bundas. Bundas que se vendem.

E o filme assim se desenrola até o desfecho final.

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